Anfavea prevê crescimento ‘moderado’ em 2023 na venda de carros
Presidente da Anfavea vê melhora na venda de carros, mas juros e carga tributária são obstáculos que podem empatar o mercado
Presidente da Anfavea vê melhora na venda de carros, mas juros e carga tributária são obstáculos que podem empatar o mercado
Comprar carro em 2023 poderá ser menos doloroso que em 2022. Essa é a aposta do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite. Segundo o executivo da Stellantis, há previsão de que o ano tenha um crescimento moderado nas vendas.
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Em números corresponde a cerca de 3%. Coisa de 60 mil unidades a mais. Mas é melhor que andar para trás, com foi em 2022, com licenciamentos de automóveis de passeio e comerciais leves encolhendo quase 1%, segundo o balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Uma das razões para o sutil otimismo é que os gargalos no fornecimento de insumos tendem a se dissipar. Além disso, a indústria terminou o ano sem o drama de 2021, com milhares de carros inacabados nos pátios. “Ainda há falta de semicondutores, mas acreditamos que no segundo semestre a balança se equilibre”, observa, Leite.
De fato, os semicondutores foram um chip no sapato da indústria. Segundo Leite, em 2021 a indústria deixou de fabricar 370 mil unidades. No ano passado, a falta de chips impediu a montagem de outros 250 mil.
Mas se o abastecimento de componentes promete se normalizar, a taxa de juros é um entrave. Segundo Leite, não se trata de um problema isolado do Brasil. “Juros não é uma equação simples, há um cenário mundial de pressão inflacionária. E o cenário não é de baixa de juros num patamar desejável no mundo e no Brasil”, analisa.
E taxa de juros altos significa estagnação do mercado. Para o setor voltar a crescer é preciso oferecer condições de crédito que cabem no bolso do consumidor. E hoje o consumidor não tem acesso ao crédito. Segundo Leite, em 2022, 70% das vendas foram à vista.
Ou seja, só compraram carro quem tinha dinheiro no bolso. E uma boa parte desses clientes são empresas. Na verdade, quase 50%, como aponta a Fenabrave. No entanto, o executivo acredita que há medidas que podem mitigar o impacto dos juros.
Uma delas seria um ajuste tributário. Segundo o presidente, há discrepâncias como a cobrança do IOF, que é aplicada três na aquisição de um automóvel, na compra e na contratação de seguros. A revisão desses itens poderia tornar o cenário mais “palatável”, como explica o executivo.
Leite também recorda sobre a promessa do antigo governo de Jair Bolsonaro em extinguir a cobrança de IPI. “O IPI tem um peso muito grande na composição de preço do carro. Em alguns veículos, o tributo corresponde a quase 25%. Passamos um ano com essa expectativa e ela não se concretizou”, recorda.
Mas Márcio de Lima Leite é otimista com o novo governo. “Tivemos uma reunião com o presidente Lula e foi positiva. Ele perguntou sobre o número de empregos do setor e o que fazer para reaquecer o mercado”, afirma.
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