Audi A3: um pioneiro de tecnologias que completa 25 anos no mercado nacional

Modelo inovou quando chegou aos consumidores brasileiro e - entre idas e vindas - foi fabricado por aqui e teve ótima aceitação

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Modelo tem mais de 30 anos de história (Fotos: Audi | Divulgação)
Por Douglas Mendonça
Publicado em 15/04/2022 às 16h03
Atualizado em 03/07/2024 às 14h37

Agora no mês de março de 2022, o Audi A3 aniversariou no mercado nacional: são 25 anos, quatro gerações e o pioneirismo de muita tecnologia lançada no Brasil por meio da Audi nesse modelo – que hoje pode ser considerado um queridinho e sonho de consumo dos brasileiros que curtem carros e o mundo automotivo.

A primeira geração do A3, sob o codinome de Type 8L e estreando a plataforma PQ34, começou a ser pensada e desenhada por Peter Schreyer na Alemanha ainda em 1993. A ideia era a de aproveitar a robustez e a confiabilidade mecânica que o VW Golf construiu por décadas unidas a um design exclusivo que só os carros da Audi eram capazes de ter.

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Em um tempo recorde de apenas dois anos, para ser mais exato em 18 de setembro de 1995, começavam a sair das linhas de montagem as primeiras unidades do primeiro hatch da Audi em quase 20 anos. Um carro compacto, oferecido apenas na esportiva carroceria de duas portas, de design exclusivo e com mecânica toda baseada naquela da quarta geração do Golf, que chegaria só em 1997.

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Audi A3, Generation 1, Year of manufacture 1996

Um de seus motores a gasolina, exclusivo, tinha 1.8 litro que desenvolvia 125 cv na versão aspirada e chegava aos 150 cv na versão turboalimentada, ambos também graças as 5 válvulas por cilindro, uma tecnologia utilizada em larga escala nos motores da Fórmula 1.

Havia também um 1.6 8 válvulas para as versões mais baratas, com cerca de 100 cv, além de outros a diesel. Na transmissão, sempre uma caixa manual bem escalonada com 5 marchas, realçando a esportividade.

Com o início de sua comercialização europeia ainda em 1996, essa nova joia rara da Audi chegou ao mercado nacional no início do ano seguinte, há 25 anos. Começava aí uma história de sucesso junto aos brasileiros.

Com proposta jovial e esportiva, o A3 era inicialmente importado para o Brasil pela Senna Import, na época representante oficial da marca, e, por aqui, era oferecido apenas com motor 1.8 aspirado ou turbo. Seu preço inicial ficava na casa dos US$ 40 mil, e desde a estreia ele já cativava pelo visual atraente, que encantava o consumidor.

A3 2000: primeiro Audi nacional

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Em fevereiro de 1999, com a recém-inaugurada planta em parceria da VW e Audi em São José dos Pinhais (PR), o Audi A3 e seu primo VW Golf passavam a ser nacionais, feitos até na mesma linha de montagem devido a enorme quantidade de componentes compartilhados. Plataforma, direção, suspensões, freios, câmbio e parte da motorização eram pontos em comum nos dois carros.

Mesmo assim, o A3 mantinha a exclusividade do motor 1.8 20 válvulas, bastante tecnológico, e também se gabava por ter itens de série e nível de requinte superior quando comparado com o Golf.

Outra particularidade interessante do A3 nacional, é que a carroceria esportiva com duas portas cedia espaço para a de quatro portas, mais sóbria e confortável, que havia chegado na Europa alguns meses antes.

Além disso, os A3 Made in Brazil estreavam também uma nova calibração do motor 1.8 superalimentado, que gerava saudáveis 180 cv. Havia ainda o 1.8 aspirado com 125 cv, o 1.8 turbo de 150 cv e o simplório 1.6 de 101 cv, todos trabalhando em conjunto com o câmbio manual de 5 marchas. Porém, pela baixa demanda, essa última opção ficou menos de dois anos no mercado.

Audi S3

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Mais novidades não demoraram a chegar, e logo no início de 2000, o esportivo legítimo Audi S3 passava a ser vendido no mercado nacional. Tendo apenas carroceria de duas portas e visual pra lá de esportivo, com direito a apêndices aerodinâmicos e grandes rodas, o S3 trazia a tração integral Quattro, marca registrada da Audi pelo mundo.

Seu motor, ainda o consagrado 1.8 com cinco válvulas por cilindro, estava preparado para um desempenho realmente esportivo: 210 ou 225 cv de potência graças a nova turbina, intercooler, recalibração de injeção, ignição e TBI.

Com relações curtíssimas no mesmo câmbio de 5 marchas, o S3 acelerava como poucos: ia de 0 a 100 km/h em cerca de 6,5 segundos e beirava os 245 km/h de velocidade máxima na configuração mais potente.

Alguns meses depois, na linha 2001, o A3 1.8 turbo nacional (150 ou 180 cv) ganhava mais um salto de requinte e adotava a moderna transmissão automática Tiptronic de quatro marchas, que possibilitava trocas manuais em borboletas atrás do volante, também em conjunto com o VW Golf. As versões de entrada permaneciam com a robusta caixa manual.

Passados dois anos, em 2003, essa primeira geração do Audi A3 se despedia do seu mercado de origem, o europeu. Chegava por lá, ao mesmo tempo, a segunda geração do modelo, mas aqui no Brasil foi diferente: o A3 de 1996 se manteve em produção no Paraná até o final de 2006, ano em que foi vendida juntamente com sua antecessora (importada). No total, mais de 57 mil Audi A3 de primeira geração foram fabricados em solo nacional.

Novo Audi A3 em 2007

O Novo A3 2007 partia de aproximadamente R$100 mil na época (um nacional, da geração anterior, custava cerca de R$ 70 mil), só com quatro portas e estreando o sobrenome Sportback, já era oferecido no mercado brasileiro novamente trazido de Ingolstadt (Alemanha), era inteiramente novo.

Começando pela plataforma, a moderna PQ35, mesma do Golf V, a segunda geração do hatch da Audi estava maior, mais espaçosa, mais moderna, tecnológica, segura, potente… Enfim, completamente renovada e melhorada.

Trazia concepção mais refinada, com suspensões independentes nas quatro rodas, eixo traseiro tipo multibraço, e foi um dos primeiros carros vendidos no mercado nacional com o tecnológico sistema de injeção direta de combustível, que estava presente nas versões mais caras, movidas pelo novo motor 2.0 turbo de 200 cv.

As configurações mais simples ainda contavam com o 1.6 8V e seus 101 cv, que logo saiu de linha, já que deixou de ser produzido na Europa.

Outro ineditismo estava no câmbio automatizado de dupla embreagem S-Tronic, o primeiro deste tipo no Brasil, que tinha 6 marchas e chamava atenção pela agilidade nas trocas e suavidade de funcionamento. Era exclusividade do motor 2.0 turbo (chamado TFSI), já que os A3 1.6 eram manuais.

E, claro, outro que não podia faltar era o S3: apresentado na Europa em 2006, ele desembarcou no Brasil logo em seguida. Trazia motor 2.0 turbo com injeção direta, mas recalibrado para impressionantes 265 cv.

Nessa época o Audi A3 já beirava seu primeiro milhão de unidades fabricadas mundialmente, fato que foi consumado definitivamente em 2008. Dali em diante, o A3 de segunda geração permaneceu no mercado nacional sem muitas mudanças significativas.

Terceira geração inovando mais uma vez

Eram meados de 2013 quando o A3 de terceira geração chegava ao mercado nacional, cerca de um ano depois da Europa. Esse novo carro foi o responsável por inaugurar a plataforma modular MQB no Brasil, fruto do Grupo VW e que hoje é utilizada por boa parte dos Volkswagen vendidos no Brasil, desde Polo até Tiguan.

Repetindo a dose da geração anterior, o A3 2014 era oferecido por aqui inicialmente apenas na carroceria Sportback com quatro portas, e mantinha a construção requintada, com freios a disco nas quatro rodas, suspensões independentes e fixação multibraço no eixo traseiro.

Ainda maior, mais refinado, seguro e tecnológico, esse inédito Audi de entrada passava a ter novamente duas opções de motor, ambas superalimentadas: 1.4 TFSI de 122 cv ou 1.8 TFSI de 180 cv (responsável por levá-lo aos 232 km/h de velocidade máxima e completar o 0 a 100 km/h em 7,3 segundos), sendo que as duas trabalhavam em conjunto com o câmbio automatizado S-Tronic, agora com sete velocidades.

Algum tempo depois chegava também o esportivo S3 com seu motor 2.0 TFSI, exclusivo e mais potente (280 cv), visual característico alusivo ao desempenho e, obviamente, tração Quattro.

Contando também com a transmissão S-Tronic, programada em prol das acelerações, o S3 2014 era um canhão: ia de 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos e batia os 250 km/h de velocidade máxima.

A3 Sedan: família crescia

Graças a plataforma modular MQB, a Audi teve a possibilidade de criar mais um integrante da sua família de entrada: o A3 Sedan, ou A3 Limousine em alguns mercados, que crescia não só no comprimento da carroceria, mas também na distância entre-eixos. O novo três-volumes chegou no Velho Continente em 2013, mas só desembarcou por aqui no comecinho de 2014.

Nessa altura do campeonato, o Audi A3 já tinha provado suas virtudes ao mundo e batia a memorável marca de 3 milhões de unidades produzidas no planeta. Um sucesso e tanto, que já acumulava três gerações e presença nos principais mercados do mundo!

Inicialmente vendido no Brasil apenas nas versões mais caras, com motor 1.8 turbo de 180 cv e, novamente, o câmbio S-Tronic, o A3 Sedan queria roubar mercado de rivais importados como Honda Accord e Ford Fusion, mas também podia brigar com nacionais topo de linha como Toyota Corolla e Honda Civic, por exemplo.

Não demorou muito para o mercado cobrar uma versão mais barata do A3 Sedan, que nessa altura do campeonato já vendia mais que o Sportback no Brasil: chegava no final de 2014 a opção do motor 1.4 TFSI com o câmbio S-Tronic para o três-volumes da Audi, o que deixou o modelo ainda mais competitivo e vendável.

Vale a menção também para a importação de algumas unidades do A3 Cabriolet para o Brasil entre 2014 e 2016. Feito a partir de um sedan mas com apenas duas portas, esse conversível pra lá de exclusivo era movido unicamente pelo 1.8 TFSI de 180 cv e se garantia na diversão ao volante. Foi ele o responsável por fechar a tríade A3 no mercado nacional: Sportback, Sedan e, agora, Cabriolet.

Made in Brazil… Again

Vendo o crescente sucesso do A3 Sedan no Brasil, que já desbancava seus principais rivais e canibalizava o Sportback e até o maior A4, a Audi logo aprontou novamente seu espaço na fábrica de São José dos Pinhais, que, até então, produzia modelos Volkswagen, e tratou de nacionalizar seu pequeno três-volumes em outubro de 2015. O hatch e conversível, com menor pedida, continuavam sendo importados da Alemanha.

Montado por aqui nas versões mais baratas só com motor 1.4 TFSI, que passava a ser flex (único na história) e desenvolvia bem mais potência (150 cv e 25,5 mkgf de torque, como nos dias atuais), o A3 Sedan paranaense tinha algumas “exclusividades”: além da troca da transmissão S-Tronic pela tradicional Aisin AT6 de seis velocidades, ele perdia as suspensões independentes com multilink na traseira em prol do bom e velho eixo de torção, mesmo esquema construtivo de sua primeira geração.

Mudança polêmica

Foram mudanças polêmicas, que deram o que falar na época, mas que logo foram, de certa forma, esquecidas, afinal em novembro do mesmo ano a Audi nacionalizava também o A3 Sedan das versões mais caras, com o inédito 2.0 TFSI de 220 cv e, novamente, a caixa de dupla embreagem.

Ele, pelo contrário, mantinha o mesmo nível construtivo do carro importado, sem tirar nem pôr absolutamente nada, e tinha desempenho de esportivo: 0 a 100 km/h em cerca de 7 segundos.

Na prática, em meados de 2016, a linha A3 por aqui era bastante completa, abrangendo diversos tipos de consumidor e necessidades do mercado. Ia desde um hatch com motor 1.4 TFSI de 122 cv, passando por um conversível 1.8 TFSI de 180 cv, sedan 2.0 TFSI de 220 cv até chegar no esportivo S3 com tração Quattro e seus quase 300 cv. A produção dessa trupe também era dividida entre Brasil e Alemanha.

Reestilização em 2017

E, sem parar nas novidades, a família A3, tanto nacional quanto importada, passava por uma reestilização no início de 2017. Para se alinhar à identidade visual da Audi pelo mundo, o modelo ganhava novos faróis, mais afilados, além de grade e para-choques inédito.

A traseira ficava mais inalterada, recebendo apenas mudanças discretas na lanterna, enquanto a lateral era renovada pelas rodas com desenhos inéditos. Por dentro, quem chamava a atenção era o novo volante, igual ao de modelos mais caros da marca.

2021: produção nacional encerrada e quarta geração

Ano agitado para a família A3 no Brasil, seja pelo encerramento (novamente) da sua produção nacional em março, o que matou em definitivo a terceira geração do modelo no mundo, ou pela estreia da atual e quarta geração do modelo (segunda para o sedan) dois meses depois, importada mais uma vez da Alemanha.

Os planos para a retomada da fabricação de Audis no Brasil são promissores, e isso deve acontecer em breve não só com o A3 mas também o SUV Q3. Por enquanto, ainda está paralisada, mas isso não deve durar muito tempo.

Mas voltando ao personagem principal da nossa história: ele passou a ser comercializado na sua atual geração no Brasil a partir de maio de 2021, que, pra variar, cresceu e se modernizou em praticamente todos os sentidos.

Mais próximo entre as carrocerias Sportback e Sedan, que inclusive estrearam juntas, o A3 2022 é equipado única e exclusivamente com motor 2.0 TFSI e transmissão automatizada de dupla embreagem com sete velocidades (de novo ela, a S-Tronic).

Traz ainda suspensões independentes com multilink, freios a disco nas quatro rodas, freio de mão eletrônico e direção elétrica irretocável, pra ninguém botar defeito. Além disso, brilha também no consumo baixíssimo de gasolina e se garante com ótimo desempenho, completando a prova de 0 a 100 km/h em menos de 7,5 segundos, seja na carroceria hatch ou sedan.

Um carro e tanto, apesar das dimensões ainda contidas de certa forma e título de “júnior” dentro da família Audi.

Já perto das 5 milhões de unidades fabricadas no mundo todo, fica claro notar todo o progresso e avanço do Audi A3 durante suas quatro gerações, todas responsáveis por estrear tecnologias ou ineditismos.

No Brasil, nunca perdeu seu status nem respeito, um feito e tanto em tempos de SUVs como moda principal. Um sucesso de 25 anos em terras nacionais ou quase 30 no planeta, que gerou ótimos frutos e ainda deve brilhar por mais alguns bons anos.

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1 Comentário
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HAF 18 de abril de 2022

Atualmente o A3 sedan 2021 é o sedan de luxo compacto com melhor estilo. Muito bacana!

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