[Impressões] Novo Audi A3: muita evolução e mais eficiência
Nova geração do Audi A3, agora importada de Ingolstadt, na Alemanha, evolui para poluir menos e ser mais econômica
Nova geração do Audi A3, agora importada de Ingolstadt, na Alemanha, evolui para poluir menos e ser mais econômica
O mercado de hatchbacks médios está desaparecendo no Brasil. Dos modelos generalistas restou apenas o Chevrolet Cruze Sport6. Porém, esse segmento está populoso entre os importados de marcas premium, entre as quais a nova geração do Audi A3 chega para movimentar a categoria.
O novo Audi A3 não vem apenas como hatch — chamado de Sportback pelo fabricante — e continua com a opção do sedã. Essa dupla é a porta de acesso para a Audi no Brasil e chega em duas versões: a 1.4 TFSI S Line Limited e a 2.0 TFSI Performance Black.
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Esse é um modelo importante para a filial brasileira da Audi. Desde o lançamento em 1999, mais de 50% dos carros da marca emplacados no Brasil são A3. E em todo o mundo, mais de 4 milhões de unidades já foram vendidas.
O Audi A3 agora é importado da Alemanha, mais precisamente de Ingolstadt. Por isso, deixou de ser a “barganha” da categoria e está sujeito à mesma tributação e variação cambial dos rivais. O modelo 1.4 S Line Limited parte de R$ 229.990, enquanto o topo de linha 2.0 Performance Black parte de R$ 264.990. O preço é o mesmo para o hatch e para o sedã.
A Audi fez questão de dar opções para que consumidor deixe o carro com a própria cara, incluindo uma série de opcionais e acessórios. Itens como o sistema de som premium Bang & Olufsen 3D, faróis full-LED Matrix, pacote de iluminação interna, capas de retrovisores em carbono e spoiler traseiro (para o sedã) estão disponíveis.
A nova geração do A3 pode lembrar a anterior de longe, mas evoluiu bastante. A plataforma é a MQB Evo, uma atualização da arquitetura MQB utilizada por todos os carros de motor transversal do grupo Volkswagen. O entre-eixos se manteve em 2,63 m: o carro cresceu apenas em comprimento e largura.
O estilo ficou mais esportivo e ganhou mais definição. Os vincos são mais acentuados e os para-choques adotam estilo mais próximo da linha RS. Os para-lamas ficaram mais largos e lembram o histórico Audi Quattro campeão dos ralis.
A evolução fica mais notável quando abrimos as portas do Audi A3. O painel trocou o estilo arredondado da geração anterior por um mais retilíneo e moderno. Os painéis de porta também ficaram mais complexos no desenho. O acabamento está dentro do que se espera de um Audi, usando materiais de qualidade e macios ao toque.
Uma mudança pouco intuitiva foi a dos comandos do ar-condicionado. Os antigos comandos giratórios, que eram fáceis de usar enquanto se dirige, foram trocados por teclas padronizadas. Isso exige que o motorista desvie a atenção para encontrar a tecla certa. Em contrapartida, o novo “botão sensorial” substitui o seletor giratório no console para comandar o rádio e tem uso prático.
A Audi sempre foi a referência no trio alemão quando o assunto é tecnologia a bordo. A central multimídia com tela de 10,1 polegadas usa a terceira geração do MMI. Para o Brasil vem apenas o painel digital Virtual Cockpit, com tela de 12,3 polegadas, a maior disponível para o A3.
Essa nova geração escorrega em alguns detalhes: enquanto as tomadas USB são do tipo C e existe um carregador por indução, falta o Android Auto e Apple Car Play sem fio. Outra falta sentida é a de um navegador nativo, já que o Virtual Cockpit não reproduz o mapa do navegador espelhado pelo celular.
Também faltam as tecnologias de segurança ativa semiautônomas, como o cruise control adaptativo, frenagem autônoma de emergência, sensores de pontos-cegos e alerta de mudança de faixa sem sinalizar. Esses itens já estão presentes em carros nacionais compactos.
Os motores 1.4 turbo e o 2.0 turbo são os mesmos de sempre. O 1.4 continua com a calibração de 150 cv e 25,5 kgfm, mas agora é acoplado a uma nova caixa Tiptronic de oito marchas. Esse motor deixou de ser flex, ao passo que o câmbio é um automático tradicional, com conversor de torque, fornecido pela japonesa Aisin.
Na versão de topo vem o 2.0 turbo, com uma calibragem mais mansa que a da geração anterior. São 190 cv e 35,5 kgfm. O cambio agora é o S-Tronic de dupla embreagem e com sete marchas. Esse acerto mais conservador se deve a troca do ciclo Otto pelo ciclo B, uma variação do ciclo Miller que proporciona maior eficiência e economia.
Uma curiosidade sobre a versão brasileira é que a versão Performance Black traz as rodas do RS3, uma exclusividade nossa. No modelo 1.4 TFSI as rodas são do mesmo tamanho, com 18 polegadas, mas trazem acabamento em prata. As rodas constituem a maneira mais fácil de diferenciar as versões por fora. A tração de ambos modelos é dianteira.
O percurso de teste que fizemos com o Audi A3 foi em São Paulo, combinando o trânsito pesado da capital com as longas rodovias que levam ao interior. Tivemos a oportunidade de fazer o trecho de ida em um Sportback 2.o TFSI e voltar com um sedã 1.4 TFSI.
O conjunto mecânico do modelo 2.0 preza pela esperteza. O cambio S-Tronic entende rápido a intenção do motorista com o acelerador e reduz as marchas de forma imperceptível. Isso, aliado à potência do motor, resulta em ultrapassagens seguras.
Na versão 1.4 notamos uma certa demora da caixa Tiptronic para responder em retomadas. Isso pode ser diminuído ativando o modo esportivo Dynamic. independente do modo, o câmbio tenta sempre subir para marchas mais altas atrás de economia. A 90 km/h ele já engata a oitava marcha.
O acerto do carro transmite bastante segurança e não chegamos perto de encontrar os limites nas vias públicas. A suspensão absorveu com competência as irregularidades: a sensação foi de um carro feito para as Autobahnen alemãs. O cruise control foi um aliado nas longas retas da rodovia Catello Branco, mas a versão adaptativa ajudaria nos momentos que um motorista mais devagar invadia a faixa de sopetão.
O espaço interno da cabine na nova geração do Audi A3 é praticamente o mesmo da geração anterior. Pessoas altas conseguem sentar com conforto no banco traseiro e contam com tomadas USB-C e saídas de ventilação.
O Sportback traz um porta-malas grande para um hatch: são 380 litros de capacidade, volume maior que o de alguns SUVs com proposta familiar. Esse espaço pode ser aumentado rebatendo o banco traseiro bipartido, que fica rente ao assoalho do bagageiro.
Uma solução inteligente do A3 Sportback é um espaço sob o assoalho do porta-malas feito para acomodar o tampão traseiro. Com isso, não é mais necessário deixar o tampão para trás quando precisar transportar grandes volumes no carro.
No sedã a situação se inverte: seu porta-malas de 425 litros fica abaixo da média da categoria. Parte do motivo disso são as dobradiças do tipo pescoço de ganso, que ao menos são cobertas. Em compensação, existe um nicho lateral com rede, tomada 12 voltas e ganchos para amarração.
A briga nesse segmento de hatches e sedãs médios premium ficou resumida ao trio germânico. Começando pelos hatches, a BMW oferece o 118i Sport GP e a Mercedes-Benz o A250. Cada um compete com uma versão diferente do Audi A3 Sportback.
O BMW 118i Sport GP vem equipado com o motor 1.5 turbo de três cilindros, que produz 140 cv. O preço é mais salgado que o do A3 1.4 TFSI: R$ 272.950. Ele traz equipamentos similares ao do rival de Ingolstadt, como o assistente acionado por comando de voz, faróis full-LED e o assistente de estacionamento.
O BMW traz a mais itens como o teto solar (disponível apenas no A3 2.0 TFSI), Apple Car Play e Android Auto sem fio, navegador nativo, pneus run-flat e leitor de placas de velocidade. O 118i ainda traz de série a iluminação personalizável que é opcional no Audi.
A Mercedes-Benz vende o Classe A apenas na versão A250, que fica mais alinhado com o A3 2.0 TFSI. O preço do A250 fica próximo ao do A3 com todos os opcionais: R$ 319.990. O motor é 2.0 turbo de 224 cv e o câmbio é de dupla embreagem com sete marchas.
O A250 se destaca pela tecnologia embarcada. Ele traz frenagem autônoma de emergência e a central aceita comandos de voz para vários comandos do carro, não apenas para o sistema de som e telefonia como o da Audi.
Nessa categoria de sedãs médios premium, as carrocerias tradicionais estão dando lugares aos cupês de quatro portas, com desenho mais esportivo. O A3 sedã ainda possui um rival mais direto, o Mercedes-Benz A200. Seu motor 1.3 turbo de 163 cv é mais potente que o 1.4 TFSI e ainda traz cambio de dupla embreagem com sete marchas. O preço é de R$ 279.900.
O pacote de equipamentos é similar ao do A250 hatch: o que muda é a motorização e a suspensão traseira do sedã, que utiliza eixo de torção no lugar da multilink. Seu porta-malas de 430 litros é apenas 5 litros maior que o do A3.
Rivalizando com o A3 sedã 2.0 TFSI está o Mercedes CLA 250, com estilo mais esportivo e o mesmo conjunto mecânico do A250 hatch. O preço de R$ 327.900 o coloca acima do A3 topo de linha com todos os opcionais. O sedã-cupê traz um porta-malas maior que o irmão de desenho mais tradicional: são 460 litros de capacidade. Mas seu desenho rouba o espaço para a cabeça no banco traseiro.
A BMW oferece apenas o 218i Grand Coupé Sport GP nessa faixa, na qual o A3 compete. O preço é de R$ 284.950 e toda mecânica e pacote de equipamentos são compartilhados com o 118i. O porta-malas é de 430 litros.
Gosta de Audi? Confira então esse comparativo entre o passado e o futuro das quatro argolas:
Fotos: Audi | Divulgação
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Esse Audi A3 ficou sensacional show de bola.
Faltou comparar com o Jetta GLI
Jetta GLi? Esse Jetta leva pau desse A3 ?