Automóveis: por falar em 1º de abril…
Consumidor que não entende um pouco de carro está correndo o risco de cair na mão de picaretas quando o assunto é automóvel
Consumidor que não entende um pouco de carro está correndo o risco de cair na mão de picaretas quando o assunto é automóvel
Como, em geral, não entende nada do assunto, motorista é presa fácil em oficinas, lojas, postos, fábricas, concessionários. Aproveitando que o dia 1º de abril, o Dia da Mentira, está próximo, confira as principais ‘inverdades’ que são ditas.
É o carro que não existe. Ou melhor, só existe na lista de preços. O chamado carro “de entrada” que nunca entrou no show room da concessionária. Armadilha para fisgar o cliente com o modelo que tem preço superatrativo, mas jamais fabricado naquela configuração, desprovido de qualquer acessório.
Para atrair clientes, a fábrica declara potência maior que a real. Cavalos que só aparecem se abastecido com gasolina especial (Premium), ou porque o motor só existe em outros mercados.
A mentira começa pelos inúmeros padrões para se aferir o alcance do carro elétrico. Pelo menos dois na Europa, outro nos EUA e mais um (Inmetro) no Brasil. Mas, qualquer que seja o padrão, não se alcança a autonomia declarada por inúmeros fatores que a jogam para baixo. Ar condicionado ligado, topografia muito irregular, temperatura ambiente muito baixa ou elevada e outros.
É ilegal no Brasil mencionar couro que não seja o real, produzido a partir da pele animal. Qualquer outra titulação é proibida: nada de couro “sintético”, ou “ecológico” ou “vegano” para enrolar o freguês.
A mais famosa foi o “dieselgate” armado pela Volkswagen nos EUA, para tapear o controle de emissões de seus carros a diesel. No Brasil, a Fiat adotou esquema semelhante para enganar o Cetesb, órgão que analisava o teor de emissões de carros a gasolina.
Na dúvida se faz ou não o recall, a fábrica decide fazê-lo “na moita”, sem declará-lo oficialmente. Tem que trocar um componente com erro de projeto ou manufatura? Fica quieta e aproveita para substitui-lo quando o carro for levado à concessionária para revisão.
A mais disputada corrida de automóveis no Brasil, costuma emocionar mais a platéia que a Fórmula 1, tão grudados andam os carros em memoráveis pegas com os mais renomados pilotos brasileiros. Mas o logotipo lá na grade dianteira não passa de enganação: o bólido não tem nada a ver com o carro que roda na rua, nem sequer se trata de uma evolução para as pistas.
Não passa de uma simulação, pois todos os competidores aceleram a mesma mecânica: motor, câmbio, suspensão, freios são todos rigorosamente os mesmos e não portam sequer um parafuso do carro que está no show-room da marca.
Se você não presta serviços para o Corpo de Bombeiros, qual o interesse em saber quantos litros de água carrega seu porta-malas? Pois este foi o método que algumas fábricas resolveram adotar para esta medição. O outro (VDA) usa pequenos blocos de 1 litro (ou ½ litro) que revelam com relativa fidelidade a capacidade de carregar malas, sacolas, etc. Mas água entra em qualquer cantinho, né?
Pura verdade, caso a turbina seja adaptada num motor que não saiu turbinado, mas aspirado, da linha de montagem.
Quilometragem mágica para a empurroterapia: amortecedores, catalisadores, cabos de vela, todos dançam no baile da mentira. São componentes que podem ultrapassar os 100 mil km, mas o fabricante quer ultrapassar – às suas custas – sua meta de faturamento…
“Revisão de 28 itens do seu carro”. Grátis, ou por R$ 99 em três vezes sem juros. Depois que o motorista morde a isca e deixa lá o carro, recebe uma ligação da oficina: “Pois é doutor. Ao desmontar seu automóvel, descobrimos a necessidade de substituir…” E aí vem uma longa lista de mentiras…
Enquanto abastece o tanque, alguns frentistas sacam verdadeiras pérolas do baú: óleo está muito escuro ou perdeu a viscosidade (com uma gotinha dele entre os dedos), este aditivo do óleo prolonga por um milhão de km a vida do seu motor, este para a gasolina dobra a potencia (e a conta), sua palheta do parabrisas já era, voltou a obrigatoriedade do extintor…
Algumas oficinas (inclusive de concessionárias) são diagnosticadas com o Transtorno Obsessivo Compulsivo, ou Mania de Limpeza. E empurram limpeza de bicos, corpo da borboleta, catalisador, sonda lambda, descarbonização do motor e tudo mais que sua fértil imaginação é capaz de inventar
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
![]() |
![]() |