Citroën aposta na chancela aventureira para o hatch C3, num momento em que o mercado tem um inúmeras opções de SUVs
A linha 2026 do Citroën C3 marca o retorno da versão XTR, conhecida dos anos 2000 pelo visual aventureiro que surfava na onda iniciada pelo Volkswagen CrossFox. Hoje, a proposta volta em um cenário completamente diferente: o de um mercado dominado pelos SUVs compactos. Mas o novo C3 XTR tenta se destacar pelo custo-benefício e por um pacote de equipamentos mais completo dentro da própria gama Citroën.
Com preço sugerido de R$ 97.000 — ou R$ 89.000 em uma ação de venda direta pelo site da marca —, o C3 XTR adota elementos que remetem ao estilo fora de estrada, como rodas de liga leve aro 15 e pneus Pirelli Scorpion ATR, de uso misto. Estes pneus são caros e mais ruidosos, o que limita a vantagem prática do apelo aventureiro, já que o carro mantém a tração dianteira e não tem preparo real para enfrentar trilhas.
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O modelo recebeu novas padronagens internas e um acabamento mais caprichado, corrigindo a simplicidade das versões de entrada. O painel agora tem apliques que imitam couro e bancos com revestimento diferenciado.
O grande diferencial do C3 XTR está no pacote de equipamentos. Ele traz ar-condicionado digital, chave tipo canivete e quadro de instrumentos digital idêntico ao do SUV Aircross, o que eleva a percepção de valor. Mantém o espaço interno característico do C3, com boa altura e posição de dirigir mais verticalizada. O porta-malas de 315 litros continua sendo um dos maiores do segmento entre os hatches compactos.

Em comparação, o C3 Feel Pack, vendido por R$ 86.000, não oferece faróis de neblina, rodas de liga leve ou o mesmo refinamento interno — o que torna o XTR uma escolha mais equilibrada dentro da linha, apesar do preço superior.
Sob o capô, nada de novidade: o C3 XTR utiliza o conhecido motor 1.0 Firefly de três cilindros, com 75 cv e 10,7 kgfm de torque, associado ao câmbio manual de cinco marchas. O desempenho é condizente com a proposta urbana — o carro tem boas respostas em baixa rotação e agilidade no trânsito, mas revela limitações nas subidas e retomadas.

O ponto menos favorável é o trambulador do câmbio, que apresenta engates duros e menos precisos que o do Peugeot 208, seu “primo” de plataforma. Ainda assim, o conjunto se mostra eficiente para uso cotidiano e garante consumo competitivo.
O consumo declarado pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) para o Citroën C3 XTR é:
| Combustível | Urbano | Rodoviário |
|---|---|---|
| Etanol | 9,5 km/l | 10,3 km/l |
| Gasolina | 13,0 km/l | 14,2 km/l |
O Citroën C3 XTR 2026 não é um SUV, mas um hatch com visual aventureiro. Por R$ 89.000, entrega equipamentos que faltam nas versões mais baratas e um visual diferenciado, embora os pneus de uso misto pesem no custo de manutenção.

Quem busca um carro urbano com estilo e conteúdo pode ver no XTR uma opção interessante. Mas quem precisa de espaço e desempenho superiores encontra alternativas dentro da própria Stellantis, como o C3 Aircross ou o Basalt, que são SUVs de fato. Mas o valor da parcela sobe consideravelmente.
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