Barulho de motor em carro elétrico é igual a coxinha vegana de jaca
Sem radicalismo, carro elétrico é muito legal, mas algumas soluções propostas pelas montadoras me parecem desnecessárias
Sem radicalismo, carro elétrico é muito legal, mas algumas soluções propostas pelas montadoras me parecem desnecessárias
A Dodge apresentou na última quinta-feira (18) o conceito Charge Daytona SRT 100% elétrico: carro lindo com desempenho marcante. E a Dodge ainda desenvolveu um sistema chamado Fratzonic Chambered Exhaust para simular o ronco do motor. O resultado: uma tristeza!
É um ronco sintético, parece algo saído de um filme de ficção, e não cria uma conexão emocional. Não é uma experiência sensorial como o verdadeiro barulho de motor: aquele que chacoalha o timpano, estoura a tampa do melão! É como se fosse morder aquela coxinha e na primeira dentada descobrir que é do tipo vegano feito de jaca. Pode ser muito gostoso, não duvido, mas não é coxinha, né?
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E talvez esteja faltando aos fabricantes assumirem que isso é insubstiuível. Você pode colocar o barulhinho, a musiquinha, o ring tone, o que for, para alertar aos pedestres, mas será que é necessário criar um barulho para quando está acelerando. Se é assim, porque não gravar um som real e reproduzir? Sei lá…
Escute aí o “ronco” do Daytona:
E isso de amplificar som de motor nem é coisa dos elétricos. Tem muito carro atual que já joga, pelo sistema de som, o som do motor para dentro da cabine. Quer um exemplo próximo de nós? O VW Polo GTS.
Vejam bem, eu não sou daqueles entusiastas que sempre são contra os carros elétricos, pelo contrário, eu adoro! Sou realmente um fã. Toda vez que dirijo um modelo com esse tipo de propulsão eu fico impressionado com o desempenho – do compacto ao esportivo – e, principalmente com o silêncio a bordo.
“Ah, mas carro esportivo elétrico não serve, não faz barulho, não tem cheiro de gasolina…” Cara, dá um jeito de acelerar um e depois você vem me contar a experiência. Aliás, se for difícil conseguir um esportivo, faz um teste-drive em um desses modelos de entrada. É um novo horizonte.
Imagina colocar um motor elétrico em cada roda? Isso abre um leque de possibilidades para um carro esportivo. Tem a vantagem da entrega imediata de torque. São carros instigantes para acelerar.
Eu acho que o entusiasta dos automóveis tem que aprender a ver a “beleza” de tudo. Eu sou assim… Se aparecer a chance de operar uma pá-carregadeira, eu topo (como já o fiz). Então você curtir carro elétrico, não quer dizer que vai passar a desprezar o carro térmico (ou com motor a combustão). Não é time de futebol, onde precisar ter rivalidade.
Já participei de um fórum no qual um dos integrantes, fã de Ford, odiava tudo que fosse feito por outras marcas, principalmente Volkswagen. O cara simplesmente não conseguia aceitar as qualidades de outros carros. Claro que você pode ter preferência por carro de marca X ou Y, mas manatismo por montadora, para mim, é coisa de maluco (desculpem aí a sinceridade).
Resumo da ópera: abram seus corações para os carros elétricos, aliás, para todo tipo de carro, de todas as marcas. O universo automobilístico é muito grande para você curtir apenas o que um pedacinho dele pode oferecer.
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“Fratzonic Chambered Exhaust” – Tem tudo para ser o nome de alguém no futuro.
Quanto aos carros elétricos, ainda não tive o prazer de dirigir um. Só não compraria no momento, devido pequena autonomia, mas acredito que seria emocionante.
Gostaria em ter um pequeno híbrido como o Etios ou o Kwid, ou quem sabe, um pequeno da Suzuki.
O ronco desse Dodge elétrico, se parece com aqueles filmes com submarinos. Para dar mais emoção, poderiam agregar o ruído do sonar que ficaria ainda mais esperto, hehe.