Biodiesel: sindicalista alerta para danos causados pelo B15

Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) aponta que B15 foi decisão política e não técnica

bomba de diesel modificada escrito B15, abastecendo um tanque de veiculo.
Diesel B15 pode acentuar a formação de borras nos dutos do sistema de alimentação (Fotomontagem: Gabriel Fernandes | AutoPapo)
Por AutoPapo
Publicado em 05/09/2025 às 16h00
Atualizado em 05/09/2025 às 16h23

Há pouco mais de um mês, o óleo diesel vendido no Brasil passou a ter percentual maior de biodiesel em sua composição. São 15% de óleo vegetal e 85% do derivado do petróleo em cada litro. É o chamado B15.

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Aqui no AutoPapo já tínhamos alertado que a nova formulação poderia causar problemas para motoristas e empresas. Isso porque há o risco de formação de borra que poderia entupir dutos de alimentação e deixar caminhoneiros, motoristas de ônibus e donos de caminhonetes e SUVs diesel na mão.

O mais recente alerta veio do presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antônio Luís da Silva Júnior, em entrevista ao jornal Diário do Comércio, de Belo Horizonte. Para ele, a nova mistura é fruto do lobby do setor agrícola e não levou em consideração fatores técnicos. “É preciso pensar em todos. Não adianta tomar uma boa decisão aqui e esquecer do outro lado”, afirma.

Segundo Silva Júnior, o B15 tem maior volume de matéria orgânica e que provoca formação de resíduos, uma borra, que se deposita nas galerias por onde o combustível passa. Tudo isso se traduz em prejuízo, que já está sendo sentido.

A troca do filtro de óleo está sendo feita com um terço do tempo determinado pelos fabricantes, que geralmente é de 30 mil km, caiu para cerca de 10 mil km. “O filtro fica cheio de gordura. Problema que é pior, quando o biodiesel é de origem animal. Ele cria um sebo que decanta e entope todas as partes da injeção”, explicou.

Essa gordura é a borra, que se forma quando o diesel B15 é armazenado por muito tempo. Silva Júnior também alerta para o risco de atividades que precisam contar com geradores, como hospitais. “É um problema para quem usa gerador, como os hospitais, por exemplo. Não usa toda hora, daí ele estraga e apodrece. Ou para caminhões que ficam parados”, afirmou.

Ou seja, o presidente do Setcemg corrobora tudo o que o engenheiro e jornalista, Boris Feldman, sempre alertou no AutoPapo: o B15 é uma medida para atender o agro e a população é quem pagará a conta, com frete mais caros, carros quebrados.

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