Brasileiro sofre há décadas com o combustível! Será carma?
Mais uma 'cruz': governo irresponsável obriga motorista a usar biocida no diesel para evitar problemas no futuro
Mais uma 'cruz': governo irresponsável obriga motorista a usar biocida no diesel para evitar problemas no futuro
Décadas de problemas: diz o jornalista Bob Sharp que se lembra quando – ainda criança, na década de 1940 – ajudava o tio a carregar um galão de 20 litros com gasolina especial para seu automóvel. Porque as disponíveis nos postos não eram compatíveis com o motor do carro. Só tínhamos veículos importados e as fábricas “tropicalizavam” os motores dos carros que viriam para o Brasil para não serem danificados pela gasolina de baixíssima octanagem (de 70 a 80 RON).
Na década seguinte (anos 1950), um “notável” avanço: a Petrobras criou uma gasolina diferenciada, com maior octanagem, chamada de “azul”, pois adicionava um colorante para diferenciá-la.
VEJA TAMBÉM:
No final da década de 1970, o governo criou o Proálcool, com carros que só funcionavam com o derivado da cana. A campanha dizia que “um dia você vai ter um”. Mas o que teve foi um enorme aborrecimento: sofreu em filas nos postos pois no final da década de 1980, os usineiros preferiram produzir açúcar e faltou etanol.
O brasileiro percebeu o perigo desta dependência e voltou para a gasolina. O etanol só reapareceu em 2003, quando a eletrônica possibilitou o carro flex. Em 1993, o governo já tinha decidido misturá-lo à gasolina na proporção de 12% (E12).
No final dos anos 90, o etanol sobrava e os usineiros pressionaram o governo para elevar o teor na gasolina para 22%. E ficou oficializado o E22 nas bombas. Alegria durou pouco: D. Dilma autoriza, em 2014, a mistura de 27,5% de álcool, mantendo-se 25% na premium.
E agora, em 2023, nova pressão dos usineiros e o governo cria uma comissão para aumentar o teor para 30%. O argumento é ser um combustível mais “limpo”, que reduz a emissão de CO2, mas se “esquece” do aumento de aldeídos (cancerígenos) e hidrocarbonetos (HC).
A rigor, apesar do etanol, nossa gasolina está entre as melhores do mundo quando sai da refinaria. Mas sofre com as maléficas interferências governamentais e desonestidade de intermediários até chegar ao tanque.
O primeiro golpe no diesel foi em 1976, desfechado pelo Departamento Nacional de Combustiveis (DNC), antecessor da atual ANP. Com a crise do petróleo, foi proibido seu uso em veículos com capacidade de carga inferior a 1.000 kg, com exceção dos 4×4 e agrícolas. Para reduzir sua importação e evitar que automóveis fossem também beneficiados com a redução de impostos do diesel. A proibição permanece até hoje. E agora faz sentido, por seu elevado teor de emissões.
Surgiu então a idéia de se acrescentar o biodiesel ao diesel, por ser de origem vegetal, renovável e estimular o desenvolvimento agrário. Começou em 2008 com um percentual de 2% (B2) que iria aumentar gradualmente até 15% (B15) em 2023.
O processo caminhou bem até 2020 mas aí, com 12%, começaram a entupir motores por sua degradação no tanque, provocando a borra. Em 2021, quando veio o B13, a situação se agravou e o governo retornou o percentual para 10% (B10), pressionado também pelos preços, pois o biodiesel custa o dobro do diesel.
Agora, em abril, o Ministério de Minas e Energia autoriza, instigado pelos produtores, a voltar o B12 – às pressas e sem tempo sequer para os testes que comprovariam a eficácia de novas exigências especificadas pela ANP na tentativa de reduzir os problemas provocados pelo biodiesel.
Solução? Existe: o diesel verde ou HVO, que pode ser utilizado até 100%, mas sua produção exige – e os produtores recusam – investimentos adicionais. Mais fácil a “canetada” do governo.
Quanto à gasolina, nenhum incômodo para os carros flex que aceitam qualquer percentual de etanol. E que se danem carros e motos mais velhas à gasolina não calibradas para tanto álcool. Mas todos sofrerão no bolso pois quanto mais etanol, maior o consumo.
Quanto ao diesel B12, não é solução, mas sugestão para tentar minimizar os problemas da borra:
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
O ideal seria vender os combustíveis separadamente, para dar aos motoristas plena liberdade de escolha. Muita gente tem uma certa consciência ambiental, e usaria o biodiesel puro, ou até mesmo o óleo vegetal, tomando os cuidados necessários para evitar danos. Outras pessoss utilizariam o diesel de petróleo, por necessitarem de maior confiabilidade. Misturar combustíveis cria uma demanda artificial, e acaba inflando tanto o preço do biodiesel quanto do combustível misturado.
Sofre com o combustível e com as condições das ruas e estradas.
E com a criminalidade, com a carga tributária, etc….
Algum tempo atrás ouve até matéria na tv sobre produtores rurais do MT que abasterciam suas maquinas com óleo de soja puro .
Funciona sem problemas, principalmente no nosso clima mais quente. O segredo é aquecer um pouco o óleo antes da queima, ou então misturar de 5 a 10% de gasolina sem etanol ao óleo para diminuir a viscosidade, facilitar a atomização e acelerar a queima. Se o motor tiver bomba mecânica, vale a pena misturar também 2% de óleo de motor (quanto mais barato o óleo, melhor) para lubrificar a bomba.
O grande problema é que aumentaram o preço do óleo vegetal, e agora só compensa para quem produz ou para quem consegue comprar muito barato.
Altos teor de biodiesel e álcool. O consumidor sai no prejuízo e Usineiros ficam rindo a toa.