Chinesa quer produzir 300 mil carros eletrificados, mas por hora montará kits completos importados da China, mas ainda depende de licenças ambientais
Após vários adiamentos, a BYD inaugurou (em tese) sua fábrica em Camaçari (BA). A unidade que foi construída pela Ford começará as atividades sob as mãos chinesas para produzir os modelos Dolphin Mini, King (flex) e Song Pro. Mas por hora, é tudo figuração, pois o início da produção ainda depende da liberação de licenças que ainda estão pendentes.
O (quase) início das atividades veio em momento oportuno. As alíquotas de importação para carros eletrificados subiram com o início de julho: foi de 18 para 25% nos elétricos, de 20 para 28% nos híbridos plug-in e de 25 para 30% nos híbridos plenos.
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Já os carros produzidos em regime CKD possuem alíquota de 16%, enquanto os feitos em SKD são tributados em 18%. Foi isso que tornou vantajoso para a BYD produzir nacionalmente. A marca pleiteou uma redução na tributação para esses tipos de processos fabris, mas não foi atendida pelo governo.
O vice-presidente da BYD, Alexandre Baldy, confirmou que a produção será nacionalizada no decorrer de 2026. Segundo o executivo, a marca chinesa irá tramsicionar do SKD diretamente para a produção nacional. Estão em processo homologação de fornecedores, o primeiro confirmado é a Continental pneus.
Em dezembro de 2024 o Ministério Público do Trabalho (MPT) encontrou 220 trabalhadores chineses em regime análogo a escravidão e vítimas de tráfico internacional. Eles participavam das reformas na fábrica de Camaçari.
As obras eram feitas pelas empreiteiras China JinJiang Construction Brazil Ltda. e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil Co. (atual Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil Co. Ltda.), que foram contratadas pela BYD.
O MPT encontrou condições degradantes na obra, com falta de higiene nos alojamentos e na cozinha. Também encontraram riscos de acidentes nos locais de trabalho.
Em maio de 2025 o MPT entrou com um processo contra a BYD por esses motivos. A ação foi protocolada na 5ª Vara do Trabalho de Camaçari, após a negativa das empresas em firmar termo de ajuste de conduta.
Segundo o portal Repórter Brasil, a BYD ofereceu o mesmo piso salarial de R$ 1.950 para todas as vagas em sua fábrica. Isso gerou criticas vindas do sindicato dos metalúrgicos de Camaçari.
A associação alega que esse salário padronizado é oferecido em cargos com diferentes graus de especialização. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Camaçari diz que as negociações com a marca chinesa são difíceis.
Segundo a BYD, a planta opera com 1.000 colaboradores, mas deverá ampliar para 3 mil funcionários até o fim de 2025. A capacidade atual é de 150 mil unidades anuais, mas a marca quer escalar para até 300 mil unidades nos próximos anos.
A data marca apenas a inauguração da fábrica em Camaçari, a linha de produção só funciona em testes. A BYD ainda precisa cumprir licenças ambientes e outras formalidades para que possa iniciar a produção de fato. A previsão é de que isso ocorra ainda em julho, mas não cravaram um prazo.
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A conferir:
Se no prazo combinado não começar a entrar peças e componentes nacionais nos veiculos…Então suba-se a régua e taxe-se esses veiculos como importados plenos!!!