Brasil: primeiro tímido passo rumo a distante era do hidrogênio

Diante de diversas alternativas para descarbonizar a mobilidade, o Brasil está apostando forte no nessa tecnologia

toyota mirai 6
A Toyota é a que aposta mais forte nessa tecnologia (Foto: Toyota | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 23/11/2024 às 15h00

Há uma série de vantagens no hidrogênio, entra estas sua abundância na natureza e sem emissões de gás carbônico (CO2), material particulado, monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio ou enxofre. Único subproduto no uso deste combustível de alta eficiência em motores é vapor d’água.

Quando produzido a partir de fontes e/ou tecnologias renováveis (hidrelétrica, vento, sol, biomassa ou biogás) chama-se hidrogênio verde (H2V). Utilização em automóveis e caminhões não chega a ser novidade (ensaios também em aviões).

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Em 1979, a BMW desenvolveu o primeiro sedã experimental movido a hidrogênio líquido, o 520, depois o 750 hL. Não foi à frente. Até fez uma conferência sobre o assunto no Brasil, em 2003. Lançará, em 2028, o iX5 Hydrogen. Toyota foi mais persistente e produz por ano cerca 2.000 sedãs grandes Mirai; Honda encerrou a fabricação do Clarity em 2021. As duas nipônicas ensaiam a volta ao H2. Todas são inciativas válidas e estendem sem prazo a vida dos clássicos motores a combustão interna.

Dificuldades maiores são a produção em larga escala e construir uma rede de abastecimento. Elétricos até hoje penam com a baixa oferta de postos de recarga, em particular nas estradas. Apenas a Noruega avançou, para valer, neste ponto.

Apesar de distante e incerta era do hidrogênio no Brasil e no mundo, a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) inaugurou no fim de outubro último um Centro de Hidrogênio Verde. Além de pesquisas, começou a produção em escala simbólica do combustível para teoricamente até 20 carros compactos por dia. Recebeu ajuda financeira do governo alemão e apoio do Ministério de Minas e Energia, segundo relatou o reitor Edson Bortoni ao jornal O Estado de S. Paulo. Governo de Minas Gerais e a chinesa Great Wall Motors (GWM) também assinaram um memorando de entendimento de apoio à tecnologia.

Entretanto, bom ressaltar que hidrogênio exige um tanque ou cilindro(s) de armazenamento que suportem nada menos de 900 Bar (13.000 psi, quase 400 vezes a pressão de um pneu comum e 4,5 vezes mais que um cilindro de GNV). Um obstáculo severo de volume e massa em qualquer carro atual ou futuro.

Então, vamos com calma e cautela.

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