Diamond T, o caminhão que usava dois motores: um era de Buick
Na década de 1960, um transportador queria ampliar a força de seu velho caminhão e resolveu utilizar um bloco V8 da GM
Na década de 1960, um transportador queria ampliar a força de seu velho caminhão e resolveu utilizar um bloco V8 da GM
Se hoje vemos uma transição dos caminhões a diesel para GNV, Hidrogênio e até mesmo elétricos, no passado, houve uma época que os caminhões usavam motores a gasolina. Tanto é que na época, os poucos que eram abastecidos com ostentavam a inscrição DIESEL em suas grades.
VEJA TAMBÉM:
Parte dessa mudança se deu pelo fato de que os motores a gasolina não conseguiam gerar tanto torque como uma unidade a diesel. E às vezes, para alguns serviços, o caminhão se tornava fraco e deixava o caminhoneiro na mão. E foi isso que aconteceu com o norte-americano Frank Gripp, quando era um transportador de grãos em Illinois, na década de 1960.
Para fazer o transporte, o velho Gripp contava com um Diamond T 730C, frontal ou COE (cab-over-engine) e era equipado com um motor a gasolina International Harvester Red Diamond RD450 de 6 cilindros e 7.4 litros e que entregava 200 cv de potência. Apesar do imenso deslocamento, ele pecava pelo torque bem baixo.
Uma vez ou outra, na verdade quase sempre, Gripp ficava na mão pela falta de potência de seu caminhão. E sem dinheiro para comprar um modelo mais novo, a diesel, veio a ideia de aumentar a potência do caminhão, mas como fazer isso? Simples, instalando um segundo motor.
Inicialmente, 3 motores foram testados. Primeiro seria um bloco V4 refrigerado a ar, da Wisconsin, mas esse motor só trabalhava em baixas rotações. Já como segunda opção, foi usado um motor Jeep de 6 cilindros. Mas também falhou devido a sua baixa potência.
Por fim, o motor escolhido (e que deu certo ) foi um V8 da General Motors que entregava de 210 a 250 cv e 46 kgfm de torque. O bloco equipava o Buick Skylark, que era um primo próximo do Pontiac GTO e Chevrolet Chevelle.
Para unir os dois motores no caminhão, estranhamente foi escolhido adicionar o segundo motor à frente da cabine. Com isso ele ficou com um capô nada convencional. Os dois motores foram conectados por um eixo de transmissão que passava pelo radiador do RD450 e era montado diretamente na polia do virabrequim.
Outra mudança elaborada pelo senhor Gripp foi a instalação de uma transmissão automática de 3 velocidades que também equipava o Buick. A nova transmissão junto a um conversor binário controlavam ambos os motores simultaneamente, entretanto, a embreagem sempre dava uma escorregada quando acelerava, porém pouco tempo depois esse problema foi resolvido.
O Diamond T com os 2 motores foi usado até meados de 1975 quando foi apostando. Já no início dos anos 1980, o modelo foi vendido para um colecionador que por sua vez repassou o modelo para a Adams Transit que tem um acervo de veículos estranhos e únicos.
Sob a guarda da Adams Transit pesado que estava em péssimas condições, devido ao seu uso foi totalmente restaurado e em um test drive após sua restauração o modelo quase sofreu um acidente, já que com o peso adicional na frente, dirigir ele sem estar acoplado ou engatado era algo quase impossível de se fazer.
O modelo hoje fica em um museu tendo assim o seu descanso eterno.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |
Um tanto estranho, feio e horroroso esse caminhão!! Era muito melhor ter feito uma cabine convencional pra caber os dois motores.
Mas era o caminhão que o cara já tinha e ele não queria comprar outro. American way busca somente profit.
Interessante e folclórico!
Um caminhão com focinho de cão – literalmente!!!