Conversão de caminhões ‘cara chata’ para ‘bicudos’ cresce na Europa
Empresas tradicionais no segmento de conversões conversões têm aumentado as suas vendas e criado "novos modelos"
Empresas tradicionais no segmento de conversões conversões têm aumentado as suas vendas e criado "novos modelos"
Os motivos pelos quais a Europa como um todo não usa caminhões bicudos são praticamente os mesmos que fizeram eles desaparecerem do mercado brasileiro, como já mostramos nesta outra matéria (clique aqui). No entanto, alguns países europeus ainda permitem combinações maiores, o que abre uma espécie de brecha para modelos bicudos, mesmo que sejam convertidos, como acontece na Holanda.
Uma das mais famosas empresas a atuar nesse segmento Vlastuin, que ficou conhecida por converter modelos da Scania da série R para modelos T, ou seja, de cara-chata para bicudos. Na geração de caminhões Scania chamada de Série PGR, a Vlastuin construiu 74 unidades desses modelos, lembrando que cada unidade é feita sob encomenda.
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Na atual geração da Scania, a NextGEN, a Vlastuin anunciou em dezembro de 2016 os primeiros esforços para lançar uma versão bicuda e, hoje, 7 anos depois, a empresa já entregou 56 unidades.
Com relativo sucesso, a empresa também lançou em 2022 o primeiro VT5, que é uma versão bicuda do pesado Volvo FH. Em pouco mais de um ano, já foram entregues de 5 a 6 unidades, e outras estão em linha de produção, de acordo com a empresa.
Além da Vlastuin, a Tuft Custom Service também apresentou sua versão de um Volvo FH16 bicudo, com um capô bem quadrado, diferente do VT5 da Vlastuin. Além disso, a Tuft ainda apresentou em 2023 uma versão bicuda da Scania, com um capô de desenho autoral, seguindo uma linha diferente da Vlastuin.
Outro país onde as conversões têm crescido é a França, por meio da Brevet Carrosserie, que está transformando Scania com cabine S em modelos bicudos. No entanto, diferentemente da Vlastuin e da Tuft Custom Service, a Brevet usa um capô da série 4 com algumas modificações para se encaixar melhor no visual. Até o momento, sabe-se que a Brevet já converteu 3 caminhões e outros devem surgir até o final de 2023.
Apesar do sucesso desses modelos, que não são nada baratos, as montadoras ainda têm que seguir as regras e leis de homologação. Portanto, o retorno de modelos bicudos de fábrica depende de diversos aspectos, mas parece que isso pode acontecer.
Desde 2015, os órgãos regulamentadores da União Europeia têm tentado a reincorporação de caminhões bicudos ao mercado europeu. Em sua defesa, eles afirmam que caminhões bicudos possuem um melhor coeficiente aerodinâmico, o que os torna mais econômicos e reduz as emissões de CO², contribuindo para as metas ambientais.
Após anos de debates, em setembro de 2021, entrou em vigor a diretiva 96/53/EC, que permite que caminhões tenham cabines com 90 centímetros adicionais em seu comprimento. Com isso, modelos como Volvo Globetrotter XXL, DAF XG e XG+ e, por fim, a Scania Highline XL podem ser comercializados.
Apesar dessa pequena vitória, é possível que no futuro a situação seja revisada, principalmente com os avanços positivos do programa Super Truck nos Estados Unidos, onde montadoras, com a ajuda do governo e de outras empresas, criam conceitos funcionais que visam aumentar a eficiência de combustível em caminhões.
A International, empresa do grupo Traton, apresentou nos Estados Unidos o seu Super Truck II, um modelo híbrido diesel-elétrico com foco em aerodinâmica e, por meio de testes, conseguiu um consumo de combustível de 14,7 litros a cada 100 quilômetros rodados.
Enquanto os modelos bicudos não chegam oficialmente, as empresas de conversão continuarão a ter sua lista de clientes.
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Isso é somente pensar em uma segurança maior ao motorista, são mais seguros os bicudos caso aja um acidente frontal a manutenção e melhor ,sem presizar de retirar os pertences do motorista do lugar que ele deixou ,e é mais seguro até mesmo ao mecânico