Conheça as caminhonetes que a Fiat fez antes da Titano
A nova média é a estreia da marca italiana em um segmento novo, mas antes disso ela que criava novos espaços no mercado
A nova média é a estreia da marca italiana em um segmento novo, mas antes disso ela que criava novos espaços no mercado
Com o lançamento da Titano, a Fiat finalmente entra no tradicional segmento das caminhonetes médias. Apesar dessa ausência, os veículos de caçamba sempre foram presença na gama brasileira da marca desde 1978.
Sua primeira caminhonete foi a 147 Pick-Up, percursora das compactas derivadas de carros de passeio no Brasil. É um segmento tão importante atualmente, que o a Fiat Strada é o veículo mais vendido do país.
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Nesses 46 anos de caminhonetes, a Fiat também foi responsável por inovações nesse segmento: as versões de cabine estendida e dupla da Strada são as mais famosas. Esses utilitários da marca italiana não serviram apenas como carros de trabalho, muitos procuram para o lazer.
A nova Fiat Titano estreou já com versões focada no trabalho pesado e modelos mais equipado trazendo até assistentes semiautônomos. Os preços são bem abaixo da média da categoria, mas ainda é cedo para dizer se conseguirá o sucesso dos modelos menores e incomodar as rivais mais tradicionais.
A pioneira das caminhonetes Fiat foi derivada do primeiro carro feito pela empresa no Brasil, o 147. O modelo usava o mesmo entre-eixos do hatch, o que resultava em uma caçamba diminuta e com capacidade para apenas 450 kg de carga.
A Fiat 147 Pick-Up lançada no final de 1978 trazia uma tampa da caçamba que abria lateralmente e aproveitada as lanternas do hatch. No início o motor era o 1.050, com a opção pelo 1.3 vindo mais tarde.
Apesar das limitações na área de carga, a 147 Pick-Up foi o pontapé inicial para o segmento das caminhonetes compactas derivadas de carro no Brasil. Na época as opções eram apenas as grandes Chevrolet C10 ou Ford F-100, a picapinha da Fiat foi uma alternativa mais compacta, econômica e urbana.
A Fiat viu que havia espaço para melhorar a sua caminhonete e lançou a 147 Pick-Up City na linha 1981. Ela cresceu em 15 cm, dando uma caçamba maior, ganhou as lanternas verticais da Panorama, uma tampa maior que abria para baixo e a capacidade de carga subiu para 570 kg.
As melhorias vieram em um bom momento, no ano seguinte a Volkswagen lançou a Saveiro e a Ford lançou a Pampa. A Chevrolet demorou mais a reagir, a Chevy 500 apareceu apenas em 1984.
Essa 147 Pick-Up City serviu de base para o furgão Fiorino, que trazia versões de carga e passageiros. A caminhonete seguiu em linha mesmo após o lançamento do Uno e o fim do 147 hatch, com a produção encerrada apenas em 1988.
Com a linha 147 aposentada de vez, foi a vez da caminhonete da Fiat ser derivada do moderno Uno. O nome veio do furgão, passando a ser Fiorino Pick-Up, e o carro cresceu em todas as dimensões.
O motor 1.3 era a única opção no início, mais tarde vieram os 1.5 Fiasa e o 1.6 Sevel. Até 1994 a linha Fiorino, incluindo o furgão, usava a suspensão traseira independente com mola transversal do Fiat Uno. Ela era reforçada, permitindo capacidade para ate 620 kg de carga na caminhonete.
A Fiorino ficou mais longa na linha 1994 e trocou a suspensão traseira por um eixo rígido com molas semielípticas. Isso deixou a caminhonete mais robusta, já que a capacidade de carga cresceu em peso e em volume — fora o ganho na manutenção por não ter mais que alinhar as rodas traseiras.
Novas versões vieram junto, como a LX mais equipada, a Trekking aventureira e a 1.0, que se beneficiava dos impostos mais baratos. O furgão também foi beneficiado com um baú menor e a suspensão mais robusta.
A Fiat Fiorino Pick-Up com a suspensão atualizada teve uma vida relativamente curta, já que a sucessora Strada veio no dia 24 de outubro de 1998. O desenho moderno e limpo da linha Palio fez dela uma caminhonete muito bem resolvida.
Logo em seu segundo ano de mercado, 1999, a Strada já lançou uma inovação: a cabine estendida. A Fiat havia entendido que uma parcela considerável dos donos de caminhonete não precisavam de muito espaço aberto para carga e queriam ter lugar fechado para itens menores como mochilas e ferramentas.
Logo depois veio a versão Adventure, com suspensão elevada. Que nas reestilizações seguintes ganhava ainda mais capacidade fora de estrada com altura de rodagem maior, pneus maiores e o bloqueio Locker.
A cabine dupla foi mais uma inovação da caminhonete compacta da Fiat, na linha 2009. Quatro anos depois essa configuração ganharia uma terceira porta para facilitar o acesso.
A segunda geração da Fiat Strada apareceu em 2020, com carroceria toda nova e quatro portas na versão de cabine dupla. Hoje o modelo conta com opção de câmbio CVT e motor 1.0 turbo como topo da gama. Isso sem deixar de lado as versões de cabine simples para o trabalho.
Por pouco não foi a Fiat quem inventou o segmento das caminhonetes intermediárias derivadas de SUV. A Renault lançou a Oroch seis meses antes da Toro ser apresentado.
Mas os italianos riram melhor: a Toro é maior, traz desenho mais bem trabalhado, interior mais caprichado e oferece a opção do motor diesel. Já os franceses reposicionaram a Oroch para rivalizar com a Strada, uma escolha bem acertada.
O desenho da Fiat Toro ainda divide opiniões, pois não segue a fórmula tradicional de uma caminhonete. A frente arredondada e a falta de um ângulo reto na junção entre caçamba e cabine desagrada aos mais tradicionais.
Por outro lado, essa distância dela para a velha fórmula de picape atraiu um público novo e aspiracional. Só que isso não significa que a Toro não aguenta o batente, nas versões com motor diesel ela leva 1 tonelada na caçamba e nos modelos flex a capacidade de carga é de 750 kg — maior que a da Strada cabine simples.
Com a chegada da nova Titano, a Fiat oferece uma caminhonete média tradicional para o comprador que exige mais que a Toro pode oferecer.
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