Conheça as caminhonetes que a Fiat fez antes da Titano

A nova média é a estreia da marca italiana em um segmento novo, mas antes disso ela que criava novos espaços no mercado

fiat 147 pick up 1979 branca vista de cima
Tudo começou em 1978, com esse modelo apelidado de "saboneteira" (Fotos: Fiat | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 17/03/2024 às 09h02

Com o lançamento da Titano, a Fiat finalmente entra no tradicional segmento das caminhonetes médias. Apesar dessa ausência, os veículos de caçamba sempre foram presença na gama brasileira da marca desde 1978.

Sua primeira caminhonete foi a 147 Pick-Up, percursora das compactas derivadas de carros de passeio no Brasil. É um segmento tão importante atualmente, que o a Fiat Strada é o veículo mais vendido do país.

fiat titano ranch 23
Há alguns anos era impensável imaginar uma média tradicional com a logo da Fiat

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Nesses 46 anos de caminhonetes, a Fiat também foi responsável por inovações nesse segmento: as versões de cabine estendida e dupla da Strada são as mais famosas. Esses utilitários da marca italiana não serviram apenas como carros de trabalho, muitos procuram para o lazer.

A nova Fiat Titano estreou já com versões focada no trabalho pesado e modelos mais equipado trazendo até assistentes semiautônomos. Os preços são bem abaixo da média da categoria, mas ainda é cedo para dizer se conseguirá o sucesso dos modelos menores e incomodar as rivais mais tradicionais.

1. 147 Pick-Up

A pioneira das caminhonetes Fiat foi derivada do primeiro carro feito pela empresa no Brasil, o 147. O modelo usava o mesmo entre-eixos do hatch, o que resultava em uma caçamba diminuta e com capacidade para apenas 450 kg de carga.

A Fiat 147 Pick-Up lançada no final de 1978 trazia uma tampa da caçamba que abria lateralmente e aproveitada as lanternas do hatch. No início o motor era o 1.050, com a opção pelo 1.3 vindo mais tarde.

Apesar das limitações na área de carga, a 147 Pick-Up foi o pontapé inicial para o segmento das caminhonetes compactas derivadas de carro no Brasil. Na época as opções eram apenas as grandes Chevrolet C10 ou Ford F-100, a picapinha da Fiat foi uma alternativa mais compacta, econômica e urbana.

2. 147 Pick-Up City

A Fiat viu que havia espaço para melhorar a sua caminhonete e lançou a 147 Pick-Up City na linha 1981. Ela cresceu em 15 cm, dando uma caçamba maior, ganhou as lanternas verticais da Panorama, uma tampa maior que abria para baixo e a capacidade de carga subiu para 570 kg.

As melhorias vieram em um bom momento, no ano seguinte a Volkswagen lançou a Saveiro e a Ford lançou a Pampa. A Chevrolet demorou mais a reagir, a Chevy 500 apareceu apenas em 1984.

Essa 147 Pick-Up City serviu de base para o furgão Fiorino, que trazia versões de carga e passageiros. A caminhonete seguiu em linha mesmo após o lançamento do Uno e o fim do 147 hatch, com a produção encerrada apenas em 1988.

3. Fiorino Pick-Up

Com a linha 147 aposentada de vez, foi a vez da caminhonete da Fiat ser derivada do moderno Uno. O nome veio do furgão, passando a ser Fiorino Pick-Up, e o carro cresceu em todas as dimensões.

O motor 1.3 era a única opção no início, mais tarde vieram os 1.5 Fiasa e o 1.6 Sevel. Até 1994 a linha Fiorino, incluindo o furgão, usava a suspensão traseira independente com mola transversal do Fiat Uno. Ela era reforçada, permitindo capacidade para ate 620 kg de carga na caminhonete.

A Fiorino ficou mais longa na linha 1994 e trocou a suspensão traseira por um eixo rígido com molas semielípticas. Isso deixou a caminhonete mais robusta, já que a capacidade de carga cresceu em peso e em volume — fora o ganho na manutenção por não ter mais que alinhar as rodas traseiras.

Novas versões vieram junto, como a LX mais equipada, a Trekking aventureira e a 1.0, que se beneficiava dos impostos mais baratos. O furgão também foi beneficiado com um baú menor e a suspensão mais robusta.

4. Fiat Strada — a caminhonete que vende mais que carro

A Fiat Fiorino Pick-Up com a suspensão atualizada teve uma vida relativamente curta, já que a sucessora Strada veio no dia 24 de outubro de 1998. O desenho moderno e limpo da linha Palio fez dela uma caminhonete muito bem resolvida.

Logo em seu segundo ano de mercado, 1999, a Strada já lançou uma inovação: a cabine estendida. A Fiat havia entendido que uma parcela considerável dos donos de caminhonete não precisavam de muito espaço aberto para carga e queriam ter lugar fechado para itens menores como mochilas e ferramentas.

Logo depois veio a versão Adventure, com suspensão elevada. Que nas reestilizações seguintes ganhava ainda mais capacidade fora de estrada com altura de rodagem maior, pneus maiores e o bloqueio Locker.

A cabine dupla foi mais uma inovação da caminhonete compacta da Fiat, na linha 2009. Quatro anos depois essa configuração ganharia uma terceira porta para facilitar o acesso.

A segunda geração da Fiat Strada apareceu em 2020, com carroceria toda nova e quatro portas na versão de cabine dupla. Hoje o modelo conta com opção de câmbio CVT e motor 1.0 turbo como topo da gama. Isso sem deixar de lado as versões de cabine simples para o trabalho.

5. Toro

Por pouco não foi a Fiat quem inventou o segmento das caminhonetes intermediárias derivadas de SUV. A Renault lançou a Oroch seis meses antes da Toro ser apresentado.

Mas os italianos riram melhor: a Toro é maior, traz desenho mais bem trabalhado, interior mais caprichado e oferece a opção do motor diesel. Já os franceses reposicionaram a Oroch para rivalizar com a Strada, uma escolha bem acertada.

O desenho da Fiat Toro ainda divide opiniões, pois não segue a fórmula tradicional de uma caminhonete. A frente arredondada e a falta de um ângulo reto na junção entre caçamba e cabine desagrada aos mais tradicionais.

Por outro lado, essa distância dela para a velha fórmula de picape atraiu um público novo e aspiracional. Só que isso não significa que a Toro não aguenta o batente, nas versões com motor diesel ela leva 1 tonelada na caçamba e nos modelos flex a capacidade de carga é de 750 kg — maior que a da Strada cabine simples.

Com a chegada da nova Titano, a Fiat oferece uma caminhonete média tradicional para o comprador que exige mais que a Toro pode oferecer.

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