Fim da cobrança do imposto para veículos com 20 anos ou mais é aprovado pela Câmara; entenda como isso pode te fazer economizar ou perder dinheiro
A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (02/12) a PEC 72/23, que estabelece a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para automóveis terrestres com 20 anos ou mais de fabricação. Com isso muitos motoristas podem correr para adquirir um carro antigo com o objetivo de economizar, mas o tiro pode sair pela culatra.
A proposta concede imunidade tributária a carros de passeio, caminhonetes e veículos mistos antigos. A isenção, no entanto, não se aplica a micro-ônibus, ônibus, reboques e semirreboques. De acordo com seu relator, o deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), a mudança busca alinhar a legislação federal à prática adotada por unidades da federação que já não cobram IPVA de veículos mais antigos.
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O impacto da medida será maior nos estados que ainda aplicam a taxação, como Minas Gerais, Pernambuco, Tocantins, Alagoas e Santa Catarina.
É claro que para quem já tem um carro com 20 anos ou mais, a medida foi ótima. Mas, para aqueles que pensam em comprar um carro mais antigo só para não pagar o imposto e quem sabe conquistar uma valorização, pode muito bem se arrepender no futuro.
Isso porque o custo da manutenção desse automóvel velho pode ser muito superior, principalmente se o carro for colocado para rodar no dia-a-dia. A chance de ele quebrar é muito maior, o custo das peças pode ser elevado e a mão de obra vai ficando cada vez mais especializada e difícil de se encontrar.
Quanto à possível valorização, ela é possível, mas é uma loteria, não se pode contar com esse fato. O mais importante antes de tomar uma decisão é entender que os mais velhinhos exigem especial cuidado na manutenção. Confira a seguir algumas regras básicas.
Se o carro antigo ficar parado por um tempo, não adianta ligar o motor uma vez por semana por cinco minutos achando que isso basta. Essa prática pode causar contaminação do óleo do cárter com combustível, por isso a recomendação é não fazer isso. O ideal é rodar com o veículo por ao menos 10 minutos, uma vez por mês.
Evite deixar o freio de estacionamento puxado quando o carro ficar parado. As lonas podem oxidar ao ficarem em contato constante com os tambores, correndo o risco de “colar” e dificultar o movimento depois.
O recomendado não é desconectar a bateria pelos cabos, mas usar uma chave geral para desligamento. Em veículos antigos, isso é ainda mais importante e deve ser feito sempre que o carro ficar sem uso por algumas horas ou dias. Além de preservar a bateria, diminui-se o risco de incêndio causado por problemas na fiação antiga.
Tenha um extintor por perto. Não o deixe guardado no porta-malas ou em locais difíceis de alcançar. O ideal é fixá-lo próximo ao banco do motorista, próximo ao assoalho.
Não espere atingir a quilometragem indicada para substituição do óleo. Como carros antigos rodam pouco, o lubrificante e o filtro devem ser trocados a cada 12 a 18 meses, independentemente da rodagem. E se o motor ficou inativo por meses, troque o óleo antes de dar partida novamente.
Ficar muito tempo parado com os pneus no chão pode deixá-los “quadrados”. Para evitar isso, pode-se usar cavaletes para suspender o carro ou calibrar os pneus com pressão maior que a recomendada enquanto ele estiver guardado. Outra alternativa é movimentar o veículo ocasionalmente para mudar o ponto de contato no solo.
Gasolina com etanol pode danificar carburadores de carros antigos. Se o veículo ficar parado por muito tempo, desligue a alimentação de combustível e deixe o motor funcionar até consumir o que restar nas cubas.
Observe mangueiras de combustível, de freio, de arrefecimento e demais componentes de borracha. Elas tendem a ressecar com o tempo, causando fissuras e vazamentos. O mesmo vale para correias e palhetas dos limpadores, que também perdem flexibilidade.
É comum os pneus parecerem novos, mas estarem vencidos. Confira o DOT (indicador da data de fabricação na lateral do pneu). Se tiverem até 10 anos, ainda podem ser usados. Passou disso, devem ser descartados.
Fique atento às passagens de drenagem localizadas nas portas e no porta-malas. Em chuvas ou lavagens, o acúmulo de sujeira pode entupir esses drenos, retendo água e favorecendo ferrugem. Um arame pode ser usado para desobstruí-los. Após lavar o carro, rodar alguns quilômetros ajuda a eliminar a água acumulada.
Sempre deixe o motor atingir a temperatura ideal de funcionamento. Carros antigos não contam com as mesmas tecnologias dos modernos. Para facilitar a partida, pode-se usar o afogador para enriquecer a mistura, mas ele não deve permanecer acionado por mais do que alguns minutos.
Motores com cerca de 100 mil km ou mais podem queimar uma pequena quantidade de óleo, o que é comum. Se o consumo não for excessivo — caso contrário é preciso retífica — pode-se optar por um óleo lubrificante mais grosso, próprio para motores com alta quilometragem.
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