Carro blindado: o que é preciso saber antes de solicitar o serviço

Transformar um carro em blindado não é simples e nem barato. Por isso, é preciso esclarecer algumas duvidas antes de solicitar esse serviço

vidro carro blindado atingido tiros
O processo de blindagem pode ser mais complexo do que você imagina (Foto: Reprodução)
Por Bernardo Castro
Publicado em 06/11/2022 às 11h03
Atualizado em 08/11/2022 às 12h01

O carro blindado tem o intuito de aumentar a segurança do motorista e passageiros de um veículo, já que essa prática aumenta a resistência contra golpes ou disparos de projéteis, por exemplo.

Aos que têm interesse em blindar o automóvel e acreditam que o processo é simples, a chance de ter um ‘choque’ de realidade é grande. Pois antes de se iniciar o processo com uma empresa especializada nesse tipo de serviço, é preciso passar por uma parte burocrática, como solicitar uma autorização ao Exército Brasileiro, por exemplo.

Por isso, o AutoPapo listou algumas informações a respeito da blindagem.

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Primeiro Passo

Como já citado, se você pretende blindar o seu veículo, é preciso solicitar uma autorização ao Exército.

Com a permissão concedida e o documento em mãos, a blindadora pode iniciar o processo que, de simples, não tem nada. Diferentemente do que muitos pensam, a modificação não é feita apenas nos vidros e envolve também a carroceria, portas, teto e painéis.

Em alguns casos, durante o procedimento, os bancos, vidros e a lataria são desmontados para que os painéis balísticos sejam devidamente posicionados. O trabalho deve ser realizado em até 120 dias.

Os materiais balísticos aplicados consistem em aço, mantas de aramida e vidros especiais com policarbonato.

Manutenção diferenciada

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Pastilhas de freio, amortecedores e pneus precisam de uma atenção especial durante as revisões (Foto: Shuttertstock)

Os materiais mais pesados reforçando a estrutura do veículo implicam, necessariamente, em uma manutenção diferenciada, quando comparada a de um carro comum. Algumas blindadoras recomendam não deixar o veículo exposto ao sol, evitar choque térmico e fazer a limpeza dos vidros sem usar produtos químicos ou abrasivos.

Consultada pelo AutoPapo a Carbon Blindados, empresa referência no segmento, afirmou que devido ao peso extra “é importante se atentar ao desgaste das peças, como pastilhas de freio, amortecedores e pneus. Adicionalmente o veículo blindado requer revisões específicas da blindagem, tais como: alinhamentos de portas e tampas, testes de ruído, infiltração de água, acabamentos e testes funcionais do carro.”

Caso o automóvel seja alvejado ou sofra algum acidente, a parte danificada não pode ser reparada e deve ser trocada por completo.

Segundo Paulo Luisada, chefe de operação da Carbon Blindados, “O mais comum no caso de acidente, é a instalação do material balístico da parte danificada após o veículo ser reparado (funilaria, etc). No caso do carro ser alvejado, o mais frequente é a troca do vidro, material mais atingido.”

Blindagem veicular invalida a garantia do 0km?

A garantia é um direito assegurado pelo código de defesa do consumidor
O carro não perde a garantia se ele for blindado em uma empresa homologada pela fabricante (Foto: Shutterstock)

O motorista pode ficar com o pé atrás na hora de blindar o seu carro novo com medo de perder a garantia do modelo.

E, de fato, essa invalidação pode acabar acontecendo, caso o proprietário opte pelo serviço de uma empresa que não é homologada ou certificada pela fabricante do seu automóvel. Por isso, a recomendação de Luisada é que “os clientes sempre busquem blindadoras que sejam certificadas ou homologadas pelas respectivas montadoras para realizar o procedimento nos veículos”.

Essa questão da blindadora homologada ou certificada pela fabricante, inclusive, deve ser um critério levado em consideração na hora de escolher uma empresa para fazer o serviço da blindagem automotiva.

Afinal, elas conseguem realizar o trabalho mantendo a garantia original ao mesmo tempo que utilizam os materiais e testes balísticos e atendem a rigorosos padrões de segurança e qualidade das montadoras.

Geralmente, elas são capazes de criar projetos individuais para cada marca e modelo de veículo que também permite uma montagem e acabamento com menor interferência no projeto original dos carros.

Carro blindado tem queda no rendimento?

Além da garantia, esse é outro fator que preocupa bastante na hora de tomar a decisão. Afinal, o possante vai ficar ‘manco’ depois de todo o processo de fortificação da estrutura?

Apesar de o material de blindagem ter ficado mais leve com o tempo, ele continua com um peso considerável e isso torna inevitável a perda de performance. Além disso, existem diferentes materiais que podem ser utilizados no processo. O que, consequentemente, torna o trabalho mais ou menos pesado.

Na Carbon Blindados, um projeto em um modelo grande pode chegar a até 300 kg.

O projeto de engenharia desenvolvido por nós, sempre focado em segurança, permite o uso mais racional de todos os materiais, o que resulta no menor aumento possível de peso no veículo. De forma geral, existem projetos de sedã com 180 kg de blindagem, porém SUV’s podem variar entre 200 kg e 300 kg, dependendo do modelo e do projeto.”

A presença do teto solar panorâmico – que parece não ter muita influência – pode representar um alto ganho de peso na execução do trabalho:

A escolha pelo teto solar panorâmico influencia o peso da blindagem, pois ao invés da aplicação de manta no teto, neste caso é instalado um vidro balisticamente resistente. Por outro lado, existe também a possibilidade de uso do material Tensylon que possui as mesmas propriedades balísticas do aço e pode substituí-lo, o que representa uma redução de cerca de 25% no peso da blindagem.”

E na prática, quanto isso representa na perda de performance do automóvel? Isso depende fatores como a marca, o modelo, o motor e o material balístico escolhido. Mas, na prática, a queda no rendimento é equivalente a andar com um carro não blindado ocupado com 5 pessoas.

É possível blindar o carro elétrico ou híbrido?

Dono de veículo elétrico não precisa se preocupar com adulteração de combustível

Apesar de custar um pouco mais no Brasil, os modelos eletrificados estão se tornando mais populares e a tendência é que o mercado automotivo siga por esse caminho menos poluente.

No entanto, a presença da bateria coloca em dúvida se é possível ou não transformar um carro elétrico em blindado. Afinal, o componente por si só já deixa o automóvel mais pesado e danificá-lo pode custar caro para o motorista. Mas isso não impossibilita o processo.

Paulo afirma que o que muda em relação ao modelo a combustão é que o elétrico ou híbrido precisa ser desenergizado por completo. Nos carros elétricos esse processo não é simples e exige muitos cuidados com a bateria do motor, e procedimentos de fábrica que precisam ser seguidos à risca.

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