Carros elétricos e avanço chinês geram preocupação na Europa

Apesar do bom desempenho da indústria no Brasil, cenário internacional e turbulento e até provocou renúncia do chefão da Stellantis

fabrica da general motors em gravatai rio grande do sul rs linha de producao do chevrolet onix
Protestos, greves, fechamentos de linhas de produção e até renúncia de chefão são reflexos do cenário global (Foto: General Motors | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 07/12/2024 às 15h00

Na coluna anterior pontuei as várias notícias que assolam a indústria automobilística mundial em uma tumultuada e hesitante migração de tecnologia de motores térmicos para elétricos. Agora o impacto foi a renúncia de Carlos Tavares do comando mundial da Stellantis.

O cenário geral internacional já era confuso quando a empresa franco-ítalo-germano-americana, com antecedência de um ano, anunciou estar em busca em busca de um sucessor para o executivo português. Ele veio algumas vezes ao Brasil e sempre demonstrou firmeza de posições e ideias.

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No Brasil, o Grupo Stellantis vai bem. São cinco marcas – Fiat (líder de mercado), Jeep, Citroën, Peugeot e Ram – que somadas representam 30% da comercialização de veículos leves. Atritos com fornecedores, concessionárias e sindicatos na Europa e nos EUA foram a causa principal da saída prematura de Tavares.

Porém, continuam notícias preocupantes ao redor do mundo. Greves agravam ainda mais a situação muito em razão de açodamento dos governos de países centrais que planejaram e ainda planejam mal a transição energética ou motivadas por divergências e dúvidas sobre a velocidade das mudanças.

fabrica da stellantis em toluca mexico

Sindicatos paralisaram nove fábricas da VW na Alemanha por algumas horas em protesto contra possível fechamento de três unidades fabris. Vendas da Tesla na China caíram pelo segundo mês consecutivo, apesar de aumento nos subsídios do governo a elétricos (VE). GM aliena uma de suas quatro unidades de produção de baterias por fraca demanda de carros elétricos. BYD teve crescimento quase zero na China em outubro, apesar de sua posição altamente dominante.

Fabricante sul-coreana de baterias, LG, pede energia mais barata na União Europeia para enfrentar concorrência chinesa. A transformação para VE na Alemanha pode custar 186 mmil empregos até 2035. Avanço chinês parcialmente culpado pela perda imediata de 50 mil empregos de fabricantes de autopeças na Europa e há planos de fechamento ou venda de fábricas. Diretor financeiro da Nissan deixa o cargo, enquanto a empresa enfrenta uma série de desafios.

No momento sem previsão de melhoras neste quadro bem difícil, embora uma guinada em direção aos híbridos já esteja em curso.

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