Carro elétrico: afinal, por que tanta controvérsia?
Apesar de toda a evolução, mão mudou o principal problema desde que o carro elétrico existe, há quase 150 anos: alcance
Apesar de toda a evolução, mão mudou o principal problema desde que o carro elétrico existe, há quase 150 anos: alcance
Em primeiríssimo lugar, não é verdade que o carro elétrico ajuda na descarbonização do planeta, como se insinua. Dá essa impressão ao rodar bonitinho e quietinho no trânsito urbano. Mas o CO2 emitido para produzir as baterias e o próprio carro é enorme. E o pior: ao recarregar, quase todos os países desenvolvidos geram energia elétrica a partir de carvão, gás e diesel.
Mas, vamos supor que o caro leitor não esteja preocupado (mas não confessa…) com o meio ambiente, mas em aderir à novidade tecnológica e reduzir as despesas de abastecimento. E, se tiver células fotovoltaicas no telhado da casa, carro elétrico é sopa no mel…
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Carro elétrico ainda é caro. Para tumultuar o mercado, os compactos elétricos já tiveram seus preços reduzidos para perto de R$ 100 mil. Mas SUVs e médios começam na faixa de R$ 250 mil. Sua manutenção normal custa bem menos que a do carro a combustão, mas nem pense num acidente que danifique a bateria.
Complicado ter apenas o carro elétrico em casa. Ele deve ser o segundo ou terceiro na garagem, pois no caso de uma viagem, o mais provável é passar um perrengue na estrada. Mesmo com o mapa dos eletropostos na mão, são grandes as chances de um aborrecimento. No primeiro posto com tomada, pode ter uma fila esperando. E cada um fica pelo menos uns 30 minutos. Mas seu eletromapa registra mais um alguns quilômetros à frente. Chega lá, bingo! Ninguém na fila. Porquê a tomada está quebrada.
Elon Musk não foi o único a implantar uma fábrica dedicada aos carros elétricos. São dezenas na China e pipocam várias pelo mundo nos últimos meses. Até no Brasil já apareceram dois empresários (um brasileiro, outro argentino) carregados de boas intenções para fabricá-los. Mas descarregados de capital e tecnologia.
A rigor, o software para fazer um carro rodar com bateria não é tão complicado. Motor elétrico chega a ser de uma simplicidade franciscana. Mas as marcas tradicionais que produzem automóveis a combustão levaram dezenas de anos para atingir um nível mínimo de confiabilidade. Algumas centenárias ainda penam com dificuldades em desenvolver seus produtos. Nem a Tesla, com todo o potencial financeiro de seu dono, escapou de dezenas de problemas mecânicos que já levaram milhares de seus usuários a voltarem para o carro térmico.
Automóvel não é investimento financeiro e perde valor no momento em que deixa o showroom. Em geral, recebeu a placa do Detran, já perdeu 20%. Com algumas variações, é lógico. Mas esta regrinha não se aplica ao carro elétrico, pois depois de rodar cinco a seis anos, ele perde de 30 a 40% do valor inicial. Ou mais, dependendo do custo da bateria que pode custar o mesmo que o carro. Nos principais mercado de usados dos países desenvolvidos, elétricos se acumulam nos pátios por falta de interessados.
Quem mora em prédios mais antigos, ou nem tem garagem, ou é quase impossível instalar carregadores. Há casos em que a empresa de energia elétrica exige um transformador defronte ao prédio, com custos elevados e dificilmente rateáveis entre os apartamentos: tem sempre um ou dois chatos que se recusam a entrar na rachadinha. “Eu nem tenho carro, quanto mais um elétrico!”.
A quilometragem que roda o carro elétrico é seu maior problema desde que foi inventado no século 19, antes mesmo do motor a combustão. Nenhum problema no trânsito urbano, mas na rodovia o bicho pega. O valor declarado pelo fabricante é conto da carochinha. Pois se reduz com o ar-condicionado, pé no fundo, topografia irregular e com a queda normal de capacidade da bateria. Sem se esquecer de que em regiões de temperaturas muito elevadas ou baixas, pode dividir a autonomia pela metade.
Para começo de conversa, a rede de concessionárias das novas marcas ainda é reduzida. Nas tradicionais, nem todas estão habilitadas à novidade. A garantia da bateria é, em geral, de oito anos. Mas o carro elétrico tem suspensão, direção, freios e transmissão que podem se quebrar. E aí, a BYD por exemplo, não garante seus componentes por mais que 12 meses.
Claro que existem argumentos positivos, mas muitos que complicam a chegada do carro elétrico. Como sempre acontece em qualquer transição no mundo. Entretanto, o Brasil tem o dever de estimular o etanol como grande alternativa ao combustível fóssil. Ele pode não ser tão eficiente, porém emite menos que o elétrico, em diversas situações. Mas isto é outra história…
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Eu gostaria mesmo é de poder usar carro a álcool, não o flex que é enganação pura. Com a injeção eletrônica ficou perfeito, acabou o problema da partida a frio, o desempenho sempre foi melhor do que o carro a gasolina, e, sinceramente, eu não tinha nenhum pudor em andar sempre rápido, não importando o consumo, pois ainda assim, era mais econômico do que o similar a gasolina ! Mas hoje não há carros a álcool novos… E tenho receio de que não haja qualquer interesse em desenvolvê-los, mesmo a Toyota fazendo o híbrido flex…
É, meu caro Boris. Os adoradores do EV não podem ler uma crítica que logo acusam a pessoa de estar a serviço de alguma empresa petrolifera ou montadora. E ainda dizem que criticar ou mostrar pontos negativos é desinformação. Querem tolher qualquer opinião que seja contra essa verdadeira seita que virou carro elétrico. Já li que você é velho, desinformado, preso ao passado ou é pago para falar mal dos elétricos, vejam só. Mas continue, meu amigo. Acho interessante ouvir e ler a opinião de quem está nesse mercado de carros muito antes daqueles que te chamam de ultrapassado. Tua experiência conta e muito.
Carro elétrico tudo mundo já sabe que é moda e foi uma tentativa frustrada de iludir o povo que o carro não iria poluir mais o ambiente, enquanto as fábricas chinesas principalmente continuam a poluir o mundo e ninguém fala nada ou melhor, faz algo para melhorar isto. Então apostamos no etanol e híbrido por enquanto até a tecnologia do hidrogênio vingar de vez.
20% dos carros produzidos no mundo hoje já são elétricos. É muita coisa para acreditar que seja moda. Estamos num processo de transição, em pouco tempo a maioria da produção será 100,00 % elétrica. A realidade brasileira não representa a realidade do mundo e se não houver adaptação mais fábricas serão fechadas por não conseguirem competir.
Sr. PL,
O levantamento indica que 3,7 milhões de veículos eletrificados foram emplacados no mundo no terceiro trimestre do ano passado, representando 18% do total de vendas do setor automotivo.
De acordo com a BNEF, a previsão para 2024 indica uma diminuição no ritmo anual de crescimento, causada pelo cronograma regulatório na Europa, saturação de mercado na China e alta de juros impactando consumidores nos Estados Unidos.
Acredita que é moda que nem o SUV está sendo, pesquisa quanto polui para produzir uma bateria e logo você vai ver que o que estou dizendo será e já esta sendo a realidade. Se informa na maior montadora do mundo hoje o volume de carros elétricos e dos hibridos/combustão que eles produzem? Depois é só fazer conta de matemática e ver que nunca será eletrificado 100% da frota.
Sobre a desvalorização do carro elétrico, não posso reclamar do meu velho e servível Uno Vivace 2012/13 que paguei nele zero quilômetro, R$24.600 e hoje pela tabela FiPE vale R$28.075. Acho que ainda demoro a migrar o elétrico.
Ontem mesmo ví uma matéria sobre “a manutenção barata” do eletrico, o proprietário raspou a parte debaixo do carro onde ficam as baterias danificando-as, precisou trocar, custo ? R$ 100.000,00…Acho que paga a conta do etanol para toda vida. Com as condições de nossas ruas isso vai ser frequente…
Depois tem gente aqui falando: Ah…o eletrico usado vai cair de preço e é melhor porque o pobre vai poder comprar, sim, só que se o usado estiver com as baterias no fim da vida o pobre vai comprar o eletrico e vai ter perda total porque não vai ter $$$ para trocar as baterias, um mais maluco ainda diz que o pobre vai ter celula solar e abastecer de graça, sem pensar que celulas solares não são acessíveis para pobres….hoje o pobre compra um Uno 1.0 usado e depois de 6 anos vende ele e tem “um troco” de volta, se comprar um eletrico com 5 anos vai usar mais tres e ai vai dar perda total porque não vai valer a pena trocar baterias.
Depois….: Ao invés de plantar cana planta alimentos, oras…o Brasil ainda tem imensas áreas para plantar não usadas e somos grandes exportadores de alimentos, terras não faltam, mas se todos tiverem eletricos aí sim pode faltar energia ou ter que usar areas agricultáveis para colocar geradores eolicos…
E só finalizando: Se alguem pensa que nossos queridos governantes vão “deixar passar” não vão não, é so o eletrico ficar popular que virão as taxações, encima da energia, do IPVA, etc…etc….lembrem do inicio do carro a alcool, ninguém queria e os impostos eram baratos para incentivar, agora pagam o mesmo, até o combustível subiu proporcionalmente mais que a gasolina, a um tempo atrás o alcool era R$ 0,85 e a gasolina R$ 2,00 vejam a proporção hoje…é a simples lei da procura e da oferta. .Q
Aproveitando o assunto carro elétrico.
Como esses carros se comportam em uma enchente?
Tem isolação? É seguro?
Em suma, trocando em miúdos . . tô fora!
A moda continua sendo SUV e agora os elétricos para chamar a atenção no trânsito. Vamos ver o mercado como se comporta na hora de colocarem os elétricos usados à venda.
O negócio é uma transição segura e suave. Ideal é ir pra um carro híbrido (não plugin).
O híbrido soma a manutenção elétrica com a mecânica.
Em um primeiro momento, enquanto os híbridos ainda amadurecem e ganham mercado, a manutenção realmente envolve uma maior complexidade e custo.
Porém com o tempo, e as adaptações de mercado a esta tecnologia, a tendência é que a complexidade e os custos diminuam a patamares semelhantes às atuais tecnologias a combustão.
Infelizmente e um produto importado peças da China suporte ? será ruim como outros chineses que vieram para o Brasil teve um modelo não lembro seu nome o brasão na frente era como uma estrela o veiculo em si não era ruim o maior problema dele foi peças difícil de achar veio o sedan e o hatch era até bacana seu desenho enfim onde moro infelizmente tem um no terreno da casa jogado no tempo por não ter peça de reposição uma pena ah lembrei seu nome era jac Motors o modelo era jac 6
Caro Boris, seus comentários, sempre apoiados no conhecimento técnico e na experiência de muitos anos no universo dos auto veículos, passam a abordar essa nova tecnologia dos elétricos com muita propriedade. A impressão que se tem é que vai demorar para o mercado absorver esse tipo de veículo. Difícil não ?
Não vejo nada de ecológico em uma plantação de cana. Milhares de hectares que poderiam ser utilizados para culturas que “matam” a fome.
Você acha mesmo que a área plantada de cana seria eficiente na produção de alimentos? Ledo engano, de quem vive no sofá e no asfalto.
Toda monocultura trás impactos negativos sim mas é assim que temos comida na mesa e ração para os animais para abate. Mas para a natureza é melhor uma plantação de cana do que a exploração de lítio por exemplo. Não sou contra os EV’s acho que o futuro será uma diversidade de opções para mobilidade. Eu particularmente não teria um EV nesse momento mesmo se pudesse pagar. Eu apostaria no hidrgenio mesmo que a tecnologia ainda precise evoluir muito. Quem viver, verá.
As pessoas tendem a ser contra carros eletricos até terem o seu primeiro veículo 100% elétrico. Aí entendem o quanto foram enganadas por este tipo de notícia, que tentam desinformar o consumidor, talvez a pedido de alguma montadora.
Primeiro vivemos em um país que tem praticamente 90% da sua geração energética proveniente de fontes renováveis. E se colocarmos mais paineis solares, mais pás eolicas, esta proporção só irá aumentar, dispensando as usinas termoelétricas. Qual o tamanho deste benefício, caro repórter? Seria bom fazer esta conta, seja em valores, seja em relação ao meio ambiente. Considerando nossa matriz energética, não há qualquer outro país no mundo que seja naturalmente tão pró veículos elétricos como o nosso Brasil.
Imagine uma pessoa pobre, mas que tenha condições de ter seu painel solar e abastecer seu próprio carro, sem que isto comprometa sua renda familiar, qual o tamanho deste benefício para a população?
Os carros elétricos usados terão grande desvalorização? Ótimo, as pessoas com menos condições poderão comprar e usar a energia elétrica da sua casa, gerando uma economia direta (sem painel solar) de 75%. Se isto ocorrer no Brasil será ótimo, beneficiará muitas pessoas.
Sabe quantos anos tem algumas composições do metrô da linha azul de São Paulo? Mais de 50 anos, correto? E os motores do metrô são, por incrível que pareça, elétricos. Acho que nem precisamos comparar a questão de desgaste, performance, custo de manutenção entre um motor elétrico e à combustão.
Sobre os prejuízos causados ao meio ambiente pela extração dos metais para a produção de baterias, até hoje estou aguardando alguém explicar melhor. No Brasil tivemos desastres ambientais causados pela Vale e se referiam a extração de ferro (usados em todos os carros). Na Amazônia temos desastres devido à extração de ouro. Para a produção de baterias falamos de lítio e agora já está migrando para sódio, que nem metal é, além de ser um produto em abundância.
Quanto à estrutura de recarga é um ponto a evoluir realmente A vantagem é que é mais simples e mais barato de se resolver, pois não são necessários gasodutos, distribuidoras, construção de postos, caminhões (e caminhoneiros) para transporte, não há dependência de outros países, não é necessário comprar nada de países com ditaduras, que não respeita os direitos das mulheres, das crianças ou que estão em guerra.
Enfim, acho que esta matéria foi super tendenciosa e não dá a dimensão clara que este assunto merece.
ok, aí vc que mora em condomínio e não tem carregador fica escravo de alguns poucos pontos de reabastecimento. Como 2º carro, somente para rodar na cidade, talvez. E outras opções estão sendo desenvolvidas, como a hidrogênio. Eu fico ainda na opção dos carros térmicos e usando álcool.
Vou pegar sua frase em outro comentário abaixo: “Era meio problemático como normalmente toda nova tecnologia”. É muito mais fácil e simples resolver a questão de colocar um carregador no condomínio do que as deficiências do carro à alcool nos anos 80, que eram extremamente poluentes. O problema da entressafra do álcool existe até hoje, quase 50 anos depois, e quando o preço sobre usa-se a gasolina para abastecer.
Incrível é que a venda de carros elétricos está diminuindo no mundo! Se for verdade, muitas pessoas que foram para os elétricos estão retornando aos veículos tradicionais.
Concordo com tudo o que você disse e vou além…a eletricidade não tem como ser adulterada como alcool,gasolina e diesel,além de sua manutenção ser infinitamente menor.O que eles falam sobre o carro elétrico poluir na sua construção é pontual pois depois ele usará fontes limpas até o fim de seus dias.Eu hoje tenho um carro elétrico,não tenho energia solar em casa só o wallbox mesmo e estou muito satisfeito.
O melhor do carro elétrico é ficar livre da petrobrás, usineiros e política de preços de governo. Quando tiver meu carro elétrico vou instalar meu painel solar e ser auto suficiente.
Caro MATHIAS, desculpe-me por acabar com sua expectativa positiva quanto ao futuro uso do carro elétrico, afinal isto aqui é o BRASIL SIL SIL… Nosso país é um celeiro de governantes ávidos por dinheiro fácil saindo dos nossos bolsos. Se você comprar um carro elétrico pensando em fugir dos preços dos combustíveis LÍQUIDOS, o governo aumentará as tarifas de energia elétrica; se você instalar equipamento para captação de energia solar, concertezamente o governo aumentará os preços do material usado, isso sem falar da horrível hipótese do governo resolver tributar a energia solar também. Ou seja, em nosso país não temos saída, pois de qualquer maneira sempre acaba sobrando para o povo, especialmente as pessoas de baixa renda.
Carro elétrico na atualidade e como o carro a álcool nos anos oitenta. Você ainda vai ter um, e se arrepender pro resto da vida.
Não tenho arrendamento nenhum de carro a álcool
O Manoel se referia ao início da utilização. Éra meio problemático como normalmente toda nova tecnologia.
concordo com vc nada de arrependimento do carro a alcool!
Por essas e outras que a Toyota já preferiu apostar diretamente nas tecnologias hibridas e a hidrogênio. E agora as outras grandes montadoras começam a admitir, com atraso, que o caminho é esse mesmo…
Papo de carro elétrico já está chateando.