Do carro ‘escada ao ‘guilhotina’: 5 equipes de F-1 que se deram mal ao inovar demais
Inovar demais na Fórmula 1 pode ser uma faca de dois gumes; Essas 5 equipes tentaram reiventar a roda e acabaram se dando mal na categoria
Inovar demais na Fórmula 1 pode ser uma faca de dois gumes; Essas 5 equipes tentaram reiventar a roda e acabaram se dando mal na categoria
A Mercedes apresentou o W13 para a temporada 2022 da Fórmula 1 com um conceito único visto no grid de 2022: os zeropods. A tentativa da marca alemã foi “zerar” a parte lateral do bólido – conhecida também como “sidepods” onde ficam as entradas de ar para refrigeração do motor.
Fato é que essa ideia não deu muito certo no início da temporada e a equipe octacampeã mundial cogitou abandonar esse conceito do W13 e resgatar o projeto utilizado durante o primeiro teste de pré-temporada em Barcelona. No entanto, as atualizações levadas para o GP da Espanha parecem ter surtido efeito na flecha de prata e o conceito foi mantido para o GP de Mônaco, que acontece neste domingo (29).
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Mas fato é que a Mercedes não é a primeira – e nem vai ser a última – equipe que tentou inovar no projeto do monoposto e acabou falhando miseravelmente. A trajetória da Fórmula 1 está recheada de casos parecidos com esse e que, de certa forma, ajudam a enriquecer a história do esporte com carros memoráveis que, mesmo que não sejam vencedores, marcaram pela sua estética inusitada – e porque não dizer feia?
Pensando nisso, o AutoPapo listou cinco conceitos de carros de Fórmula 1 diferentões que não tiveram tanto sucesso assim. Alguns deles chegaram a ser banidos antes mesmo de ir para a corrida, devido ao risco que oferecia aos pilotos.
A Eifelland teve uma curta passagem pela Fórmula 1 marcando presença apenas na temporada de 1972, e ainda assim nem participou de todas as corridas: esteve presente apenas em 8 dos 12 GPs disputados naquele ano.
A equipe pertencia ao empresário alemão Günther Hennerici, que patrocinava o conterrâneo Rolf Stommelen. No entanto, Hennerici chegou a conclusão que seria mais vantajoso transformar o seu patrocínio em uma equipe propriamente dita, do que estampar o seu nome em outros carros.
Com a decisão tomada, a Eifelland comprou um chassi da 721 March e o utilizou como base para o Type 21. A equipe ainda chamou Luigi Colani, designer industrial alemão, para redesenhar o bólido.
O monoposto ficou caracterizado por sua forma arredondada, pela entrada de ar e pelo único espelho retrovisor, que era posicionado à frente do cockpit. No entanto, o Type 21 sofria com superaquecimento, downforce e confiabilidade e, aos poucos, algumas das peças projetadas por Colani precisaram ser substituídas pelas da March.
Com tantos problemas assim, os resultados não poderiam ser bons. O melhor foi um 10º lugar nos GPs da Inglaterra e de Mônaco, em uma época que apenas os seis melhores somavam pontos. Stommelen e Hennerici se desentenderam ao longo de 1972 e o GP da Áustria foi a última aparição da equipe Eifelland na Fórmula 1.
Esse é, certamente, um dos modelos mais feios que já passou pelas pistas da Fórmula 1, e os radiadores posicionados na parte da frente do bólido o deram o apelido de “carro escada”.
O time inglês queria maximizar o efeito solo – em alta naquela época na categoria. No entanto, o desempenho do bólido foi similar à sua aparência: péssimo! Entre os problemas do N179 estava o superaquecimento do motor, e o mesmo acontecia com o cockpit, visto que os pilotos reclamavam de muito calor.
Com 11 participações no currículo, o N179 não se classificou para 7 GPs e conseguiu disputar apenas 4 deles. Desses disputados, cruzou a linha de chegada apenas uma vez, no GP da Inglaterra.
A Mclaren já teve alguns carros incríveis na Fórmula 1 que renderam ao time inúmeros títulos nos Campeonatos de Pilotos e de Construtores.
No entanto, um dos modelos emblemáticos da marca inglesa não tem vitórias e sequer chegou a disputar uma corrida. O M7C, com seus dois aerofólios, deu as caras na principal categoria do esporte a motor durante a quinta-feira de treinos-livres para o GP de Mônaco.
Naquela época as equipes estavam começando a explorar cada vez mais o uso da aerodinâmica nos veículos. Por isso, o uso de aerofólios traseiros cada vez mais altos começaram a se tornar comum naquela temporada. No entanto, a pressão exercida era tamanha que a frente ficava “solta” e era preciso algo para compensar essa diferença.
Bruce tinha uma reputação de criar diferentes designs para seus carros e desenvolveu o aerofólio dianteiro, para dar um equilíbrio melhor ao carro da McLaren.
No entanto, os organizadores consideraram o conceito muito perigoso e os “carros guilhotina” tiveram a asa frontal banida. O McLaren M7C também ficou conhecido como Thursday car (ou carro da quinta-feira, em tradução livre), em referência à sua primeira aparição.
Apesar de nunca ter vencido na Fórmula 1 e ter o 5º lugar como melhor resultado no Campeonato de Construtores, a Arrows permaneceu na categoria por mais de duas décadas.
Mesmo com a tragetória marcada por mais baixos do que altos, a Arrows ainda é muito lembrada pelos fãs da categoria e teve em 2001 um de seus carros que mais chamou a atenção.
No mesmo circuito de Mônaco, a Arrows inseriu no A22, coincidentemente um carro também laranja, uma asa dianteira muito similar ao que a McLaren mostrou em 1969. E advinhe? O dispositivo também foi banido antes mesmo de ir para a corrida.
Naquela temporada, a Arrows foi a penúltima colocada entre os construtores e somou apenas 1 ponto com Jos Verstappen, no GP da Áustria.
A Tyrrell inovou algumas vezes na Fórmula 1 e mostrou conceitos interessantes. O mais emblemático foi, provavelmente, o modelo P34 que possuia 6 rodas. No entanto, não é dele que falaremos nesse tópico.
Em meio à dificuldades financeiras em 1997, o time inglês encontrou uma solução para melhorar o downforce do modelo 025. A escuderia colocou um par de asas extras na lateral do carro, que ficaram conhecidas como X wings.
O aparato canalizava o ar na parte superior e aumentava a aderência. Isso era muito útil em circuitos travados como Mônaco, por exemplo. Inclusive, foi no GP do principado que a Tyrrell somou os seus únicos dois pontos na temporada, com 5º lugar alcançado por Mika Salo. Os pontos foram o suficiente para tirar a equipe da lanterna no Campeonato de Construtores e colocá-la em 10º.
Mas a história das X wings não terminaram em 1997. No ano seguinte, Ferrari, Sauber, Jordan e Prost desenvolveram essas asas extras para os seus bólidos de 1998.
No entanto, por medo das X wings se soltarem e causarem algum acidente mais grave, a FIA decidiu banir o aparato aerodinâmico.
Já que o famoso carro de 6 rodas foi citado no tópico anterior, vale uma menção honrosa a ele. Diferente dos outros modelos dessa lista que não venceram corridas ou nem chegaram a competir, o P34 foi um bólido bem sucedido, chegou a conquistar pódios e vencer corrida na Fórmula 1.
O regulamento dos anos 1970 exigia que a largura máxima da asa dianteira fosse de 1,5 metros. Com isso, o sistema de direção e suspensão somado ao tamanho dos pneus dianteiros, ultrapassavam o tamanho da asa e isso aumentava o arrasto aerodinâmico dos carros.
Foi quando a Tyrrell teve a ideia de fazer um projeto com 4 rodas dianteiras para reduzir a área frontal do veículo e obter uma melhor eficiência aerodinâmica. A Goodyear, responsável por fornecer pneus para os ingleses, precisou produzir pneus de tamanho 10” exclusivamente para o P34.
Apesar da vitória, dos pódios e do terceiro lugar no Campeonato de Construtores em 1976, o conceito não se saiu muito bem no ano seguinte. Para aquela temporada o regulamento aumentou o peso mínimo dos monopostos e, com isso, a distribuição dos quilos extras atrapalhou o comportamento do carro na pista.
Além disso, a Goodyear não estava muito satisfeita em produzir pneus especiais apenas para uma escuderia, o que acabou comprometendo a aderência do conjunto. Por isso, a partir de 1978 a Tyrrell abandonou o conceito de 6 rodas.
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Faltou a lótus verde(caterham F1) de 2014 a época onde o regulamento mexeu com os bicos dianteiros dos carros