Medidas do governo para volta do carro popular deixa os caríssimos caminhões de lado
Além do aumento natural do valor, introdução do Proconve P8 (Euro 6) encareceu ainda mais os preços dos pesados
Além do aumento natural do valor, introdução do Proconve P8 (Euro 6) encareceu ainda mais os preços dos pesados
Na última quinta-feira (25), o governo federal anunciou medidas para a redução de impostos para veículos de até 120 mil. A medida, claro, tenta dar um novo ânimo e fôlego à indústria automobilística, que é responsável por 5% do PIB, e que está ligada a demais setores que compõem a montagem de um carro, como fabricantes de pneus, vidros, eletrônicos e demais.
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Dentro dessa cadeia, temos também os caminhões, já que ironicamente (ou não), são eles que transportam os componentes de seus respectivos fornecedores até as fábricas e também o produto final. Ou seja, o carro, até as concessionárias. E assim como houve uma queda na produção de carros, a de caminhões também está em queda.
De acordo com a Anfavea, a produção de caminhões caiu 41,1% de março para abril de 2023. Já o emplacamento registrou uma queda de 22,2%. Ou seja, movimento que mostra claramente que o setor também tem sofrido. E parte dessa queda livre vem dos altos valores dos caminhões, principalmente com a introdução do Proconve P8 (euro 6).
Em novembro de 2022, a Fenabrave projetava um aumento no valor dos caminhões em torno 20% a 25%, devido a introdução de novos equipamentos e tecnologias para cumprir a norma Euro 6. Com isso era até esperado um movimento de compra antecipada, como ocorreu em 2011, antes da introdução do Euro 5. Mas acabou não ocorrendo.
Ao analisar o caminhão (da categoria pesado) mais vendido, o Volvo FH 540 6×4 é possível notar o salto nos preços. Antes do Euro 6 o modelo tinha valor na tabela Fipe de R$ 935.900. A mesma versão, porém Euro 6, custa R$ 993.166 em maio de 2023. Acréscimo de 6% no valor. Entretanto, outras configurações do FH 540, como a versão 4×2, teve um aumento de 22.81% nos últimos 12 meses.
Procuradas pelo AutoPapo, as principais montadoras de caminhões comentaram sobre medidas que podem ajudar a impulsionar as vendas de caminhões Euro 6. A Volkswagen Caminhões e Ônibus comenta: “o mercado está encontrando desafios com a introdução dos veículos com nova tecnologia, dificuldade de crédito e taxas altas de juros. Portanto, qualquer ação para facilitar sua comercialização será bem-vinda.
Já a Mercedes-Benz engrossa o coro principalmente após a introdução da nova norma. “A Mercedes-Benz é a favor de medidas que estimulem a economia e permitam, consequentemente, as vendas de veículos comerciais preparados para a nova legislação de emissões PROCONVE P8 no mercado brasileiro – veículos estes que beneficiam a sociedade por reduzirem em até 80% as emissões de NOX e 50% de Material Particulado em relação à norma Euro 5. Nesse sentido, toda medida que venha apoiar os transportadores e o setor de transporte será muito bem-vinda.”
Sua vizinha em São Bernardo do Campo, a Scania, menciona que: “acredita no diálogo e no comprometimento de todos os interlocutores para o fortalecimento do setor de transporte e logística. Medidas voltadas à indústria são importantes para aquecer o mercado e oferecer melhores resultados para a economia, além de pavimentar caminhos para a transição energética.”
Por fim, Volvo, DAF e Iveco não quiseram fazer comentários sobre o tema. A Anfavea avalia como positiva a iniciativa.
“Não haverá perdas tecnológicas e de segurança veicular nos carros. São os mesmos modelos de hoje no mercado, com preços reduzidos por conta da menor incidência de IPI e PIS/COFINS. Os descontos serão maiores aos modelos mais acessíveis, de maior índice de nacionalização, maior eficiência energética e mais ambientalmente corretos”, destaca o presidente da associação, Márcio de Lima Leite.
No entanto, a mesma ainda não comenta sobre o segmento de caminhões.
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Eu gostaria de entender como a turma dos caminhoneiros defendia um governo que elevou o preço do diesel a R$ 7,00. Se alguém puder me explicar, eu agradeço.