Hidrogênio é aposta para os carros eletrificados no Brasil
O Brasil possui uma solução que o coloca à frente de outros países quando o assunto é produção de hidrogênio: o etanol
O Brasil possui uma solução que o coloca à frente de outros países quando o assunto é produção de hidrogênio: o etanol
A busca pela descarbonização e o avanço dos carros eletrificados está presente também nas empresas petrolíferas. Hoje elas seguem retirando o petróleo das entranhas do planeta, mas ao mesmo tempo procuram alternativas para atenderem às novas demandas do mercado.
O AutoPapo está presente na Shell Eco-Marathon e usamos a oportunidade para conhece os planos da empresa para o futuro. O evento está aberto ao público no pier Mauá, no Rio de Janeiro (RJ) até sexta-feira (1°).
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A maior demanda por carros elétricos é híbridos plug-in implica no aumento da quantidade de eletropostos. Hoje é comum encontrar os pontos de recarga em shopping centers e concessionárias, com alguns esporádicos nas principais rodovias da região sudeste.
A Raízen, empresa responsável pela distribuição dos combustíveis Shell, conta agora com uma rede dedicada a eletropostos. A infraestrutura é similar à de postos de gasolina, contando com loja de conveniência e área de descanso.
A “bomba” usada para recarregar os carros eletrificados é projeto da Shell, chamada de Recharge. Ela possui capacidade de 50 kW ou 150 kW, o suficiente para aquelas recargas rápidas que completam até 80% das baterias em cerca de 30 minutos.
O uso de células à hidrogênio é uma alternativa para cortar as emissões nos veículos, mas sempre teve um desafio: a geração desse gás.
Pará separar as moléculas de hidrogênio do oxigênio na água, é preciso muita energia. Se essa eletricidade vir de uma fonte suja, os ganhos em sustentabilidade não serão dos maiores.
O etanol brasileiro consegue tornar essa conta positiva. Um equipamento chamado “reformador” utiliza o combustível vegetal para reagir com a água e, assim, gerar o hidrogênio.
Não há emissões de poluentes nesse processo e o hidrogênio pode ser usado para abastecer carros com a célula de combustível. O primeiro posto do tipo foi inaugurado em agosto de 2023 no campus da Universidade de São Paulo (USP).
Por enquanto o hidrogênio de etanol irá abastecer ônibus que rodam no campus e um Toyota Mirai. A ideia é que mais postos pelo país tenham um reformador para produzir o gás e abastecer veículos com a mesma facilidade que temos com a gasolina hoje.
Essa produção localizada do hidrogênio resolve uma questão logística do gás em outros países: o transporte. Segundo a Toyota, um caminhão-tanque é capaz de levar 45 mil litros de etanol. Essa quantidade de combustível pode gerar cerca de 7,5 toneladas de hidrogênio.
Se o mesmo caminhão fosse transportar apenas o gás, a capacidade seria de apenas 1,5 tonelada. Os testes realizados na USP irão ditar a viabilidade desse processo, o resultado pode ajudar a tornar o Brasil mais sustentável usando tecnologia local.
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É tudo bonitinho na teoria, e na prática, como fica?
O custo benefício compensa?
O carro elétrico movido a hidrogênio de etanol vai ser mais econômico que o carro flex?
Tecnologias realmente novas, e revolucionarias, exigem tempo e estudos. Se as pesquisas tivessem começado há uns dez anos antes, provavelmente já estaríamos iniciando a fase comercial deste hidrogênio ecológico.
Mas é assim mesmo.
O que não se pode é querer pular etapas, e forçar-se a acreditar em “futuros” ilusórios como os elétricos a bateria.