Esses bólidos foram seriamente cogitados pelos respectivos fabricantes, mas acabaram não cruzando as fronteiras
Carros esportivos não são comuns no mercado brasileiro: nas últimas décadas, em especial, os entusiastas dispuseram de poucos veículos desse gênero. A opção mais acessível da categoria, o Renault Sandero RS, saiu de linha no ano passado, restringindo ainda mais as opções. Mas saiba que várias multinacionais cogitaram lançar modelos mais “quentes” ao longo deste século.
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Pois o AutoPapo enumerou 10 carros esportivos cujos respectivos fabricantes pensaram seriamente em trazer para o país. Alguns chegaram até a ter o lançamento anunciado, outros ficaram apenas nas fases de testes. Há modelos de diferentes subgêneros, como muscle cars e hot hatches. Confira o listão!
Eis um dos carros esportivos mais esperados, mas nunca lançados no Brasil. As notícias sobre a chegada do modelo começaram a circular em 2010, quando a Chrysler expôs o Challenger no Salão do Automóvel de São Paulo e alguns executivos confirmaram aos jornalistas que ele viria.
Algum tempo depois, em 2016, o desembarque do cupê foi novamente aventado pela cúpula da empresa, que àquela altura já formava com a Fiat o extingo Grupo FCA, que deu lugar à Stellantis. A versão Hellcat, equipada com motor V8 6.2 de 717 cv, chegou até a ser flagrada em testes no país. Mas, ao contrário dos concorrentes Chevrolet Camaro e Ford Mustang, o Challenger nunca veio.
A Volkswagen tem uma espécie de tradição em importar veículos europeus para o mercado brasileiro, ainda que em pequena quantidade: trouxe produtos exóticos, como Touareg, (Passat) CC e até o Eos. A marca alemã chegou a testar o Scirocco no país, mas acabou o deixando fora dessa lista. Flagras do modelo em solo nacional circularam em 2010.
Naquele ano, a linha local da Volkswagen estava carente de esportivos, pois o Golf GTI da geração conhecida como “4,5” havia acabado de sair do mercado: o Scirocco, com motor 2.0 turbo de 211 cv, preencheria essa lacuna com louvor. Mas, no fim das contas, ele não veio. Em 2011, a Volkswagen lançou o rápido, porém sóbrio, Jetta 2.0 TSI e, no ano seguinte, trouxe a reencarnação do Fusca, com mecânica semelhante.
Este jornalista que vos escreve esteve no Salão do Automóvel de São Paulo em 2014 e presenciou a Hyundai Caoa confirmando o lançamento da versão turbo do Veloster para o Brasil, durante uma coletiva de imprensa.
Graças ao motor 1.6 turbo de 204 cv de potência, ele deveria deixar para trás a imagem de carro lento estabelecida pela gama Veloster até então, que trazia unicamente uma unidade 1.6 de aspiração natural. A expectativa sobre a chegada do modelo perdurou até o ano seguinte, mas nunca foi atendida.
Antes do Veloster Turbo, a Hyundai Caoa cogitou lançar outro carro esportivo no Brasil: o Genesis Coupé. Entretanto, cabe destacar que, nesse caso, a importadora não chegou a anunciar o lançamento. Fontes internas é que teriam confirmado, extraoficialmente, o modelo a alguns veículos de comunicação.
Consta que a Hyundai Caoa cogitou duas opções de motorização para o modelo a ser vendido no país: um 2.0 turbo de 210 cv e um V6 3.8 de 306 cv. Mas quem se interessou por ele ficou apenas no “cheirinho”.
A Toyota mantém uma imagem conservadora no Brasil, graças à linha de produtos previsível e sem grandes ousadias. No máximo, a marca japonesa oferece esportivos apenas de aparência, que unem uma roupagem mais radical a uma mecânica comum. Porém, há alguns anos, a empresa poderia ter mudado os rumos dessa história.
Em 2014, a Toyota trouxe para testes no país duas unidades do GT-86, um cupê verdadeiramente esportivo. Com um motor 2.0 de 200 cv, tração traseira e centro de gravidade baixo, o modelo é elogiado no mundo todo pela dirigibilidade. O fabricante pretendia lançá-lo em 2015, justamente para angariar jovialidade à própria imagem. Alguns jornalistas até chegaram a dirigir o modelo, mas ficou por isso mesmo.
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De todos os carros esportivos deste listão, o Mégane RS é o que passou mais perto do Brasil. A Renault já havia batido o martelo pela importação do modelo: em 2013, organizou um evento de apresentação à imprensa no aeródromo de Itirapina (SP) e até disponibilizou unidades para avaliações de jornalistas em algumas capitais. Quem o dirigiu aprovou o motor 2.0 turbo de 265 cv.
A vinda do modelo começou a azedar quando a Renault decidiu adiar o lançamento, para trazer uma versão atualizada: é que o Mégane RS estava prestes a passar por uma reestilização, que estreou em 2014 na Europa. A intenção do fabricante foi até boa, só que nesse meio tempo o Real sofreu uma desvalorização frente ao Dólar, o que inviabilizou a importação.
Outro carro esportivo que passou muito perto do consumidor brasileiro foi o Sentra SE-R Spec V. Em 2008, a Nissan trouxe duas unidades dessa versão ao Brasil: alguns veículos de imprensa chegaram a testar o modelo, que seria um concorrente direto para o Honda Civic Si, então produzido nacionalmente.
Naquele momento, a Nissan ainda estava se inserindo no mercado local. O Sentra da penúltima geração havia acabado de chegar, e o material publicitário dizia que ele “não tinha cara de tiozão”. O SE-R Spec V, com um motor 2.5 de quatro cilindros e 203 cv, teria a missão de demonstrar toda essa jovialidade e atrair atenção para a marca. A gama do sedan médio, contudo, permaneceu apenas com as versões “caretas” por aqui.
É verdade que a Chevrolet nunca anunciou oficialmente que traria o Corvette ao Brasil. Mas o caso é que o fabricante já exibiu o bólido em diversas edições do Salão do Automóvel de São Paulo. Além disso, em 2006, até organizou para um grupo de jornalistas um test-drive da fogosa versão Z06, com motor V8 7.0 de 512 cv, no Campo de Provas de Cruz Alta (SP).
Em 2010, a Chevrolet lançou o Camaro no país: os bons números de vendas criaram rumores de que, nos anos seguintes, o fabricante poderia trazer também o Corvette. Até hoje, porém, a linha local de carros esportivos da marca permanece sem o modelo.
No exterior, o Fiesta teve várias versões esportivas interessantes. Uma delas é a ST, que quase chegou ao Brasil. Em 2012, a Ford exibiu o hot hatch no Salão do Automóvel de São Paulo: oficialmente, a empresa dizia que ele estava apenas abrilhantando o estande, mas a ideia era trazê-lo nos anos seguintes, importado do México. A produção no país latino, inclusive, começou exatamente em 2013.
Com visual invocado e motor 1.6 turbo de 200 cv, o Fiesta ST é um pocket rocket de respeito. Entretanto, a Ford desistiu de importá-lo após a desvalorização do Real em 2014. Apenas o Mustang, outro carro esportivo que a marca exibiu na mostra paulista exatamente uma década atrás, desembarcou por aqui, com atraso de 6 anos.
Talvez nem todos concordem com a inclusão de uma picape em uma lista de carros esportivos. Porém, é fato que a F-150 Raptor não é uma caminhonete qualquer: afinal, traz um motor V6 3.5 turbo de 450 cv sob o capô, além de uma série de modificações mecânicas.
O AutoPapo experimentou a F-150 Raptor no Campo de Provas da Ford em Tatuí (SP) e atestou que ela tem dirigibilidade surpreendente. Isso ocorreu em 2018, durante uma apresentação para jornalistas. A picape esteve em exposição no Salão do Automóvel de São Paulo daquele mesmo ano. Executivos da multinacional informaram que havia boas chances de o lançamento ocorrer, mas até hoje não houve uma confirmação oficial.
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