Conheça 5 carros de luxo que vieram de montadoras ‘populares’

Quando uma montadora é focada em fazer carros de grande volume, emplacar o modelo luxuoso pode ser um grande desafio

volkswagen phaeton w12 prata frente parado
De comum com o Gol só tinha o nome da marca no documento (Foto: Volkswagen | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 18/06/2023 às 09h02

Montadoras premium têm a imagem de exclusividade como parte do apelo. Existe o fator psicológico para o proprietário em ser visto em um veículo diferente do habitual. Ainda assim, muitos fabricantes generalistas já tentaram entrar nesse segmento.

AutoPapo
NÃO FIQUE DE FORA do que acontece de mais importante no mundo sobre rodas!
Seguir AutoPapo no Google

O plano com esses carros de luxo nem sempre é vender muitas unidades, mas sim usá-los como veículos de imagem. Mostrar que é capaz de fazer um sedã luxuoso ou um esportivo é uma forma de demonstrar ao consumidor que o resto da linha é feito pelos mesmos engenheiros. Confira 10 exemplos:

VEJA TAMBÉM:

1. Volkswagen Phaeton

Esse talvez seja o mais famoso dos carros de luxo feitos por marcas generalistas, principalmente por Volkswagen significa “carro do povo”. O Phaeton foi criado a pedidos de Ferdinand Piëch, executivo de alto escalão da Volkswagen de 1993 a 2015 e ex-engenheiro.

Piëch era neto de Ferdinand Porsche, ajudou a projetar modelos históricos como o Audi Quattro e liderou muitos avanços tecnológicos e melhorias em qualidade na Volkswagen. A ideia de criar o Phaeton foi uma resposta a BMW e a Mercedes-Benz, por entrarem no mercado de carros generalistas com o Série 3 Compact e o Classe A, respectivamente.

Suas exigências para o Phaeton era de que o sedã fosse capaz de rodar a 300 km/h em uma temperatura externa de 50 °C enquanto a cabine continuasse refrigerada a 22 °C; e que a rigidez torcional fosse 37.000 N·m/grau.

A plataforma D1 foi criada para esse sedã de luxo com base na D3 da Audi, porém trocando a construção em alumínio por aço. Essa base foi usada também pelo Bentley Continental GT. O Phaeton media mais de 5 metros de comprimento e seu interior não devia nada aos famosos BMW Série 7 e Mercedes-Benz Classe S.

Na mecânica o destaque ficava por conta do motor W12 6.0 de 450 cv, capaz de fazer o Phaeton passar de 300 km/h caso o limitador de velocidade fosse desativado. Havia também opção de motores V8 e VR6 a gasolina. Para quem prefere o diesel, existiram opções de V6 e V10.

Como era de se esperar, as vendas do Phaeton foram baixas. Sua única geração foi feita de 2002 a 2016. No final da carreira, o carro de luxo conseguiu sucesso na China. Uma segunda geração foi projetada e estava pronta para ser lançada, mas a Volkswagen preferiu cancelar o projeto. A China ganhou o Phideon, um sedã derivado do Audi A6.

2. Hyundai Equus

Os coreanos parecem ter muito orgulho de suas marcas locais: a Hyundai e a Kia oferecem carros executivos desde os anos 80. O Equus foi o que levou isso para um passo adiante, entrando no segmento de luxo.

A primeira geração do Hyundai Equus foi desenvolvida em conjunto com a Mitsubishi, que vendeu o sedã como Proudia e Dignity. Esse modelo tinha motor transversal e tração dianteira, podendo ser equipado com três opções de V6 ou um V8.

O carro foi um sucesso na Coreia do Sul, mas não chegou a emplacar em outros mercados. O Equus de primeira geração chegou a ser registrado nos EUA como LZ450, porém não foi lançado.

A segunda geração do Equus foi um projeto 100% feito “em casa” pela Hyundai, aproveitando a moderna plataforma de tração traseira do Genesis. Ele estreou com um V8 4.6, mas também oferecia um V6 3.8. Mais tarde o V6 ganhou injeção direta e o V8 foi trocado por um 5.0.

Uma primazia do Equus dentro da Hyundai foi a suspensão a ar controlada por computador. Ele chegou a ser importado para o Brasil, mas com vendas pífias.

A geração seguinte perdeu os emblemas da Hyundai e passou a ser vendido como Genesis G90. Hoje o carro mais luxuoso vendido pela marca generalista coreana é o Azera.

Kia teve seu carro de luxo também

kia k900 quoris cinza frente parado
A Kia fez o irmão mais esportivo do Equus (Foto: Kia | Divulgação)

A partir da segunda geração do Equus, a Kia passou a ter um sedã equivalente feito na mesma base. Na Coréia do Sul se chamava K9, nos EUA era K900 e no resto do mundo — incluindo no Brasil — era Quoris.

Sua proposta era de ser um irmão mais esportivo do Equus, principalmente no visual. O motor V8 5.0 estava presente, assim como os V6 3.3 e 3.8.

Na segunda geração, o K9 ganhou mais refinamento no interior, incluindo um relógio da suíça Maurice Lacroix. Essa geração foi vendida na América do Norte por um tempo, mas hoje é exclusiva da Coreia do Sul

3. Toyota Century

A Toyota é o tipo de marca que faz de tudo, e um carro de alto luxo não seria uma surpresa. O Century nasceu como uma evolução do Crown Eight, que foi o primeiro carro V8 da empresa.

De certo modo, é correto chamar o Century de “Rolls-Royce japonês”. Sua primeira geração foi feita de 1967 a 1997, ganhando retoques no estilo, atualizações no motor V8 e mais luxo no interior.

O Toyota Century era feito dentro da visão do que é luxo para os japoneses. Por isso, o silêncio, a qualidade e ser discreto eram as prioridades. O painel utilizava muita madeira de lei, e para os bancos havia a escolha entre lã e couro. A lã era a opção preferida por executivos, já que não faz barulhos quando o passageiro se move.

A segunda geração do Toyota Century estreou em 1997, com desenho que parecia uma evolução do modelo anterior e muitas melhorias técnicas. As frestas da carroceria ficaram menores, para demonstrar a precisão na montagem do carro, a carroceria ficou mais aerodinâmica e o motor foi o primeiro — e único — V12 a gasolina feito no Japão.

Essa configuração de motor não foi escolhida pelo ronco ou pela potência, a decisão veio pela suavidade na entrega de força. Ele era um 5.0 com 299 cv, longe de ser um foguete. A preocupação com o silêncio era tão grande que o escapamento do carro trazia seis abafadores.

A segunda geração do sedã de luxo recebeu sistema soft-close elétrico, para acabar com a necessidade de bater as portas. A opção por bancos em lã, os retrovisores posicionados nos para-lamas e a alavanca do câmbio na coluna de direção continuaram.

O Century ficou nessa geração até o início de 2017, recebendo mudanças pequenas como o câmbio de seis marchas e sistema de navegação. Apesar disso, o carro mudou pouco, pois seu público sempre foi conservador. Uma prova disso foi manter o toca-fitas até sair de linha.

Hoje, o Toyota Century está na terceira geração, mantendo o estilo familiar. O V12 foi aposentado e em seu lugar veio um V8 5.0 com sistema híbrido, que rende potência combinada de 431 cv. E sim, os bancos em lã continuam sendo oferecidos. O mesmo não pode ser dito do toca-fitas, porém o CD-player está lá para dar o ar de anacronismo.

4. Ford Landau

Durante os tempos de importações fechadas, o brasileiro só via carro de marca premium quando passava por um antigo ou quando via algum Mercedes-Benz de embaixada. O Ford Galaxie era a opção de quem queria um carro grande e confortável.

Mas as pessoas sempre querem mais, e a Ford atendeu fazendo o LTD na linha 1969. Essa versão trazia teto de vinil e apliques de jacarandá no painel. O luxo aumentou com o Landau, que chegou na linha 1971.

Esse modelo trazia um vigia menor, para dar mais privacidade aos ocupantes e no capô ia um ornamento que nada mais era que o emblema da Lincoln (divisão de luxo da Ford nos EUA) na horizontal.

Até sair de linha, em 1983, o Ford Landau foi o maior e mais confortável carro do Brasil. Com o tempo ele foi ganhando luxos como câmbio automático, ar-condicionado e forração em veludo.

5. Nissan President

A Nissan sempre foi uma concorrente forte para a Toyota. O President foi o rival do Century e chegou ao mercado em 1965, dois anos após o Crown Eight.

O President foi o primeiro carro com motor V8 da Nissan, mas também oferecia a opção de um seis cilindros em linha. Ele foi o carro oficial do primeiro-ministro japonês na época.

A segunda geração veio em 1973 e, assim como ocorreu com o Century, durou por muitos anos. Em 1990 veio uma geração mais nova, com desenho mais aerodinâmico. A terceira geração do President serviu como base para o Infiniti Q45, a resposta da Nissan para o Lexus LS400.

Nessa época, o President continuou sendo um carro de luxo, mas não chegava a ser comparável a um Rolls-Royce como o Toyota Century. A geração seguinte veio em 2003, com a linhagem de alto luxo da Nissan terminando em 2010.

Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:

Podcast - Ouviu na Rádio Podcast - Ouviu na Rádio AutoPapo Podcast AutoPapo Podcast
1 Comentário
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Tobias 18 de junho de 2023

Destes, certamente o century japonês é o mais bacana para meu gosto. Passar “desapercebido”, mas com grande conforto. Em site americano, vi um a venda 2013 por cerca de 13.000 dólares, em excelente estado de conservação. Uau!

Avatar
Deixe um comentário