Conheça os carros mais legais da Cadillac
A marca de luxo mais famosa dos EUA está com passaporte carimbado para o Brasil, vamos relembrar o que ela fez de melhor
A marca de luxo mais famosa dos EUA está com passaporte carimbado para o Brasil, vamos relembrar o que ela fez de melhor
A Cadillac finalmente está cotada para entrar de forma oficial no Brasil. Essa marca sempre foi considerada como a referência de luxo dos EUA, com seus carros sendo presença em encontros de antigos e os mais novos são sempre sucesso nas importadoras independentes.
Ela nunca foi uma marca focada em grandes inovações. Sua receita de luxo é a tradicional dos EUA: carros grandes, suntuosos e com motor potente. Mesmo assim, a Cadillac ainda é responsável por algumas características que definiram os carros atuais, como a partida elétrica.
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Nos anos 2000 ela se reinventou para buscar sucesso fora dos EUA e competir com mais competência contra marcas alemãs. Isso começou com o CTS, um sedã executivo mais esportivo e voltado para entusiastas.
Hoje a Cadillac, assim como o resto da General Motors, aposta nos carros elétricos. Ela ainda mantém modelos tradicionais a combustão, como o lucrativo SUV Escalade e os sedãs esportivos CT4 e CT5. Se você quer conhecer mais sobre a marca, listamos aqui os cinco carros mais legais dela.
Em 1908 a Cadillac estreou o slogan “Standard of the World” (referência global em tradução livre), que virou o mais famoso da marca. Ela não fazia os carros mais luxuosos ou os mais caros, porém conseguiu construir a fama de ser desejável.
Em 1930 a Cadillac lançou o V16 para ser seu topo de linha. O motor tradicional da marca era um V8, ela foi a fabricante que popularizou essa configuração. Mas na época a quantidade de cilindros era argumento de compra.
O V16 chegou para ofuscar completamente o avançado 8 cilindros em linha da Duesenberg e o V12 da Packard. Esse 7.4 contava com válvulas no cabeçote e rendia 167 cv quando foi lançado.
O carro que usou esse motor se chamava Cadillac V16 e a montadora fazia apenas o chassi e a seção dianteira. O comprador podia escolher entre as carrocerias tradicionais da Fischer ou da Fleetwood, ou encomendar algo mais exclusivo de encarroçadores.
O V16 foi base para alguns dos carros mais belos já feitos nos EUA, como o conversível feito pela Hartmann e o Speedster desenhado pela Pininfarina. Esse modelo é bastante raro pois foi lançado após a quebra da bolsa de valores de 1929, apenas os mais favorecidos conseguiram comprar um.
A Cadillac fabricou tanques durante a segunda guerra mundial, como o M-5 Stuart. Seu motor V8 também foi usado por equipamentos militares.
Com o término da guerra em 1945, a indústria norte-americana voltou a produzir os carros que faziam antes do conflito. O modelo 1948 foi o primeiro inédito da Cadillac desde 1942.
Essa linha foi a responsável por lançar o rabo-de-peixe, nome dado aos para-lamas traseiros protuberantes. No Cadillac 1948 a inspiração foi nas caudas do caça P-38 Lightning.
Foi nesse modelo que a marca lançou um motor V8 novo, que aposentou um antigo datado de 1936. Ele foi o coração dos carros da Cadillac até 1962 e podia ser equipado com o câmbio automático Hydra-Matic desenvolvido pela Oldsmobile.
O Cadillac de 1948 foi atualizado para a linha 1949 com poucas mudanças. Foi nele também que o nome Coupe De Ville estreou, na carroceria de duas portas sem a coluna B. Ele garantiu o lugar nessa lista por trazer muitas novidades que ajudou a definir a marca em seu período mais icônico.
Não vamos no obvio de colocar o famoso Cadillac Eldorado Biarritz de 1959 para marca os anos 50 aqui. Nossa escolha é o modelo Brougham de 1957 por ser o carro mais caro de sua época e trazer alguns luxos impensáveis para a época.
Ele parece recuperar a aura de alto luxo e exclusividade que o V16 teve nos anos 30. O Cadillac Eldorado Brougham trazia desenho diferente do resto da linha, com teto em aço escovado e um painel polido na porção inferior da carroceria.
Sua carroceria era sedã de quatro portas, mas sem a coluna B. As portas traseiras são do tipo suicida. Essa configuração ficou marcada pelo Lincoln Continental de 1961, mas apareceu antes no Eldorado Brougham.
Esse Cadillac contava com suspensão a ar, bancos dianteiros com regulagem elétrica e duas memórias, abertura e fechamento automático do porta-malas, farol alto automático, ar-condicionado, minibar no porta-luvas com seis copos magnetizados, porta-cigarros e um kit de maquiagem com perfume francês.
O Eldorado Brougham voltou para 1958 com pequenas mudanças e novas opções de pintura. Em 1958 ele foi atualizado com uma carroceria produzida na Itália pela Pininfarina. O modelo 1959 e 1960 perdeu as portas suicidas e alguns equipamentos exóticos como o bar.
Vamos pular algumas décadas de carros cada vez maiores, que começaram a perder potência e ficaram cafonas na metade dos anos 70. Nos anos 80 a Cadillac começou a fazer carros menores pois não era mais viável fazer modelos grandes, mas teve problemas com seu V8 HT com bloco em alumínio e cabeçote em ferro fundido (o oposto do habitual).
A marca também apostou no Cimarron para competir contra o BMW Série 3, que era nada menos que um Chevrolet Monza com interior mais luxuoso. Nos anos 90 ela lançou um novo Seville com estilo mais esportivo, mas ele trazia tração dianteira e ainda rodava como uma barca.
A segunda tentativa de brigar com a BMW de forma direta foi com o Catera. Esse carro era a segunda geração do Opel Omega com emblema da Cadillac na grade, foi um fracasso por nem ao menos tentar se parecer com um carro da marca.
Após aprender todas essas lições da pior forma, a Cadillac foi estudar melhor a concorrência e preparar algo mais caprichado. Foi assim que ela criou uma nova plataforma moderna de tração traseira, com suspensão independente nas quatro rodas e com parte do projeto sendo feito na Alemanha.
Essa foi a base para o Cadillac CTS, um sedã que competia contra o BMW Série 5 e o Mercedes-Benz Classe E. Ele trazia apenas motores V6 e agradou pelo acerto esportivo da suspensão, mas faltava uma versão mais extrema para brigar contra o M5 e o E55 AMG.
A General Motors já tinha em seu portifólio o motor certo para isso: o V8 5.7 do Corvette Z06 com 405 cv. Nessa receita foi adicionado o câmbio manual Tremec T-56, suspensão esportiva, freios Brembo e pneus mais largos. Assim nasceu o CTS-V.
Na geração seguinte o motor ficou ainda mais potente, passou a ser o V8 6.2 com supercharger que rendia 560 cv. A segunda geração do CTS-V tinha versões sedã, cupê ou perua, todas com câmbio manual ou automático.
Na terceira geração a carroceria voltou a ser apenas a de sedã e o câmbio manual saiu de cena. Mas o V8 agora entregava 645 cv. No meio do caminho tinha o V-Sport, com um V6 biturbo de 425 cv.
Essa linhagem continua hoje com outro nome: CT5-V Blackwing. O V8 6.2 com compressor mecânico dele entrega 677 cv às rodas traseiras. E o câmbio manual voltou a ser oferecido.
Nos anos 2010 a Cadillac tinha o ATS para concorrer no segmento do BMW Série 3 e o CTS contra o Série 5. Acima deles havia o XTS, que era um tipo de sedã de luxo à moda antiga dos EUA, sem preocupação com a dinâmica, tração dianteira e com motor V6. A alternativa era o Escalade, um SUV enorme.
O CT6 foi lançado em 2016 como uma alternativa ao BMW Série 7 e outros sedãs europeus similares. Era um carro grande de luxo, mas para quem gosta de dirigir.
Ele estreou uma nova plataforma de tração traseira, chamada de Omega. Ela usava bastante alumínio e trazia outras inovações para manter o peso baixo, o que fazia o CT6 ser mais leve que o irmão menor CTS. Ele também estreou na Cadillac o esterçamento nas rodas traseiras.
O pacote de luxo do interior tinha como destaque o sistema de som Bose Panaray, com 34 alto-falantes e o sistema de condução semiautônoma. Por ser leve, as opções de motores eram um 2.0 turbo, um V6 3.6 aspirado ou um V6 3.0 biturbo, mas havia potencial para algo melhor.
A Cadillac não queria jogar um V8 do Corvette nessa base tão sofisticada, ela estava preparando um V8 próprio para nivelar a briga com os europeus. O motor 4.2 biturbo chamado de Blackwing foi o primeiro desenvolvido pela marca desde o Northstar dos anos 90.
Ele era um “Hot Vee”, ou seja, tinha o fluxo invertido. Os turbos e o escape ficavam no “vale” do V, já a admissão era nas laterais. Isso ajuda a melhorar a resposta do turbo, uma receita vinda de superesportivos.
Esse V8 4.2 rendia 505 cv na versão Platinum e 555 na V, o torque na configuração mais forte era de 86 kgfm. Ele vinha sempre acompanhado do câmbio automático de 10 marchas e tração integral.
O motor Blackwing era tão sofisticado que custava US$ 20 mil para produzir cada unidade. Sua produção era a mão, na mesma fábrica onde era feito o Corvette.
Ele chegou tarde demais, em 2019, e saiu de linha no ano seguinte. No total foram feitos apenas 1.200 carros com esse motor. A produção do CT6 foi encerrada nos EUA pois sua fábrica passaria a fazer o novo Hummer elétrico.
O sedã ganhou uma segunda geração na China, mas sem o V8. Era planejado um SUV e um cupê nessa plataforma, mas foram cancelados devido a mudança de chave da GM para focar em elétricos.
E antes que alguém pergunte, esse motor desenvolvido pela Cadillac não é o mesmo que está no Corvette Z06 e ZR1 atuais. A carreira do Blackwing ficou limitada a esses 1.200 carros.
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“Contexto”
Aberração sobre rodas.
Totalmente fora do contento atual.
Vão ter preços altos, mas a marca vai fazer muito sucesso se lançar os modelos certos.