Algumas ideias bem fora da caixinha acabam ganhando forma, como colocar um motor feito para tanque de guerra em um carro
Veículos diferentes exigem motores diferentes. Um caminhão urbano possui cerca de 150 cv, mas isso não significa que um 1.4 turbo flex de carro daria conta do recado.
Só que nada impede que alguma montadora ou algum preparador use motores inimagináveis em veículo diversos. Existem casos que não são extremos, como a moto Amazonas com motor de Fusca, mas não é o caso da nossa lista.
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No período pré-II Guerra Mundial era relativamente comum a receita de usar motores aeronáuticos em carros de corrida. O caso mais famoso é o Fiat SB4 Eldridge “Mefistofele”.
Ele foi criado pelo piloto britânico Ernest Eldridge, para quebrar um recorde de velocidade. O motor em questão é o Fiat A.12, um seis cilindros em linha de 21,7 litros e 320 cv a baixíssimos 1.800 rpm. O torque passa dos 240 kgfm.
O Fiat Mefistofele quebrou o recorde de velocidade em vias pública em 1924, atingindo 234.98 km/h na França. Quem estava na região pode ter assustado, achando que era um bombardeiro voando baixo.
O comediante Jay Leno possui uma das coleções de carros mais variadas do mundo. Ele gosta de dirigir todos os tipos de carros, independente do tipo de motorização, combustível ou idade.
Em meio aos seus clássicos estão alguns carros customizados. Um dos mais exóticos é o Blastolene Special, feito em 2001 por Randy Grubb.
Esse carro utiliza um chassi próprio, o motor V12 de 29 litros de um tanque M47 Patton, câmbio automático de seis marchas vindo de um ônibus e mede 6,4 m de comprimento. A carroceria é toda feita em alumínio, mas só o motor pesa mais de uma tonelada. No total são 4.300 kg.
Originalmente, esse motor entregava 821 cv, mas em 2007 Jay Leno colocou dois turbos nesse V12 e subiu a potência para 1.622 cv. Essa preparação acabou deixando o carro mais econômico, a média melhorou de 1,2 km/l para 2,1 km/l.
Esse carro ficou famoso por estar presente em Gran Turismo 4. Ele foi parar no jogo pois a equipe visitou a coleção de Jay Leno para captar o som de alguns motores e ficou intrigada pelo carro-tanque.
O início dos anos 2000 foi uma época boa para quem gosta de carros conceitos. As montadoras estavam com a criatividade em alta e muitas ideias malucas apareciam a cada salão.
O grupo Chrysler, recém incorporado a alemã Daimler, estava em uma fase de renovação e fez vários conceitos. O mais icônico deles foi de uma moto: a Dodge Tomahawk.
Ela utilizava o motor V10 8.3 do Dodge Viper, com 507 cv. A marca disse que era capaz de passar dos 600 km/h, mas de forma hiperbólica, o desempenho nunca foi medido.
A Dodge Tomahawk é uma moto com quatro rodas, mas cada uma possui sua suspensão e isso permite inclinar nas curvas. Similar ao que algumas scooters com duas rodas dianteiras fazem.
Esse foi um caso de conceito que chegou a ser produzido, apenas 10 unidades foram feitas. Elas foram classificadas como escultura, já que não podem rodar em vias públicas, mas são funcionais.
A Riva Aquarama é considerada como a lancha mais luxuosa já feita. Ela é toda feita em mogno envernizado e possui um para-brisa curvo. A produção foi apenas nos anos 60 e 70, mas foi o suficiente para criar essa fama.
Uma unidade foi feita para Ferruccio Lamborghini, usando dois motores V12 dos carros da marca. Era um grande avanço sobre os dois motores V8 norte-americanos usados nas lanchas de produção.
Essa Riva Aquarama com motor Lamborghini ficou sumida por alguns anos, um de seus motores está exposto no museu da marca. Em 2013 ela foi restaurada, recebendo motores novos com as especificações originais.
Usar motores aeronáuticos é a forma mais simples de criar o carro mais rápido do mundo. Porém a tecnologia mudou muito, no tempo do Mefistofele eram usados propulsores a combustão e as velocidades eram menores.
Hoje os aviões usam motores a reação, ou turbojato. O atual recorde de velocidade em solo foi atingido pelo ThrustSSC, em 1997.
Esse carro, que mais parece um caça sem asas, usou dois motores Rolls-Royce Spey aeronáuticos para conseguir atingir 1.228 km/h. Eles vieram do caça F-4 Phantom II.
O motor Spey foi criado para ser usado em aeronaves comerciais, como o BAC One-Eleven e o Gulfstream II, mas foi popularizado em aviões militares. O caça AMX A-1 brasileiro é um dos aviões que usa o Rolls-Royce Spey.
Voltando ao ThrustSSC, ele atingiu esse recorde de velocidade no deserto de Black Rock, em Nevada, nos EUA. Ele foi também o primeiro veículo terrestre a quebrar a barreira do som.
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