Pastel de vento: 5 carros premium com recheio comum
Em meio a todas as parcerias que vemos na indústria, algumas entre as marcas de luxo com montadoras generalistas geram resultados inesperados
Em meio a todas as parcerias que vemos na indústria, algumas entre as marcas de luxo com montadoras generalistas geram resultados inesperados
O mercado acabou batizando as fabricantes focadas em carros de luxo ou esportivos de “premium”. Na dança das cadeiras que acontece nos bastidores da indústria, ocorrem muitas parcerias entre essas marcas e as montadoras generalistas.
Por isso, pode ocorrer do proprietário de um Mercedes-Benz GLB esnobar o dono de um Renault Captur sem saber que o carro de ambos compartilham o mesmo motor. Ou seja, em uma analogia com a culinária, muitos deles se vendem como um pastel de camarão, mas com muita batata por dentro. Confira algumas dessas “receitas”.
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O Macan é a porta de acesso para a Porsche. Ele é um SUV médio que compete com BMW X3, Mercedes-Benz GLB e seu irmão Audi Q5.
Sua plataforma é a MLB, a arquitetura do grupo VW desenhada para uso de motor longitudinal, e que abriga quase toda a linha da Audi e só é usada em carros premium. A parte mais popular do Macan fica sob o capô da versão de entrada.
Ele usa o mesmo 2.0 TSI EA888 que a Volkswagen desenvolveu e vemos hoje no Jetta GLI. Esse propulsor está presente em quase todas as marcas do grupo, desde hatchbacks esportivos a modelos familiares.
O Land Rover Discovery 3 é um poço de complicação: sua construção une um monobloco com um chassi, o cofre do motor é apertado e sua arquitetura eletrônica é complexa. Quem conhece um pouco sobre o SUV sabe que é necessário separar a carroceria do chassi para trocar a correia dentada do V6 turbodiesel ou do V8 a gasolina.
Mas existe uma versão desse carro premium que traz algo menos exótico sob o capô. A opção de motor V6 a gasolina do Discovery 3 era o 4.0 Cologne da Ford, o mesmo que foi usado na Ranger e no Explorer. E que usa corrente de comando, reduzindo a necessidade de “desmanchar” o SUV.
Citar uma divisão de luxo de alguma gigante generalista nessa lista pode parecer trapaça, mas no caso da Lexus não costuma haver intercâmbio de plataformas. Muitos carros da marca possuem equivalente com emblema da Toyota feitos exclusivamente para o Japão, porém com nível de acabamento premium.
O Lexus CT foi o único hatchback da marca. Sua plataforma era a mesma dos populares Toyota Corolla e Prius, mas por dentro o acabamento era premium.
A mecânica híbrida é a mesma do Prius de terceira geração, ou seja, é supereficiente mas não espere desempenho. A Lexus pelo menos temperou bem a suspensão nas versões F-Sport, dando um comportamento dinâmico mais afiado.
Quando o Audi A3 começou a ser feito no Brasil, muitos criticavam o modelo por ser “apenas um Golf da Audi”. Mas o hatch médio da Volkswagen já havia um padrão mais refinado de qualidade, tanto que ele sempre foi usado como referência pela imprensa.
O Audi A1, por outro lado, tem uma origem mais humilde: utiliza a plataforma do Polo. Ele entrou em um segmento premium de entrada onde Mercedes-Benz e BMW não eram presentes de forma direta, a competição era contra Mini e compactos de imagem das marcas generalistas como o Fiat 500.
A Koenigsegg é referência em desenvolvimento de tecnologias novas. Ela é uma das poucas marcas independentes de hipercarros que fazem os próprios motores, tendo hoje um V8 e um 3 cilindros em linha que quebram recordes.
Ela começou de forma mais simples, utilizando o V8 4.6 da Ford com preparação alta no CC8S. Esse propulsor era usado no Mustang GT, nas caminhonetes da Série F e no sedã Crown Victoria — o carro favorito dos taxistas e policias dos EUA.
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Tirar a carroceria para trocar uma correia dentada é de uma insensatez sem tamanho. Daí que surgem as lasanhas frias de ricos, o pobre emergente compra e se ferra. Já caí em arapuca semelhante.
O motor Cologne 4.0 da Ranger utilizado no Land Rover Discovery 3 tinha comando no bloco e balancins.