Carros que saíram de linha cedo demais: poderiam ser novos populares?
Os brasileiros nem sempre concordam com as decisões das montadoras, muitos ainda sentem falta de carros que deixaram de ser feitos nos últimos anos
Os brasileiros nem sempre concordam com as decisões das montadoras, muitos ainda sentem falta de carros que deixaram de ser feitos nos últimos anos
As novas normas de emissões adiantou o fim de alguns carros compactos no Brasil. A recente notícia de que o governo está preparando um plano para novos carros populares mostrou que esses modelos saíram de linha cedo demais.
Por já terem os investimentos da produção pagos, os carros de projeto antigo conseguem lucro maior para a montadora — além de terem fama consolidada. Esses carros poderiam ser base para os novos populares sem ter que apelar para subcompactos ou cortes extremos de equipamentos.
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Parece difícil que as montadoras revivam alguns desses carros que já saíram de cena, mas não é impossível. A Volkswagen fez isso com o Fusca nos anos 90 a pedido do presidente Itamar Franco. Será que veremos um Gol Lula nos moldes do Fusca Itamar?
O Toyota Etios chegou no Brasil com polêmica. O fabricante japonês sempre ofereceu carros com bom acabamento e design inofensivo. O compacto trazia um desenho exótico e seu interior exalava cortes de custos, o que era exaltado pelos instrumentos em posição central que facilitava a adaptação para a mão inglesa.
Mas por trás dessa casca estava a robustez que se espera de um Toyota. Com o tempo ele foi melhorando o desenho e a percepção de qualidade no interior. O Etios deixou de ser oferecido no Brasil em 2021, deixando o Yaris como carro de entrada da marca.
Mas isso não significa que sua produção foi encerrada. A Toyota continua produzindo o Etios na fábrica de Sorocaba (SP), com foco em exportação. Voltar com o modelo para o Brasil como popular bastaria apenas criar uma versão mais simples.
Os colecionadores que correram para comprar o Volkswagen Gol Last Edition ficariam furiosos com essa volta. Esse compacto saiu de linha no final de 2022 com muita cerimônia, mas ainda vendia bem até o final. O volume de vendas é a prova de que ele é um dos carros que saíram de linha cedo demais.
O nome Gol ainda é forte no Brasil, principalmente no interior, graças a fama construída pelas primeiras gerações. Seu sucessor, o Polo Track, chegou com preço similar, mas já subiu graças aos reajustes.
Quando a Fiat encerrou a produção do Uno no final de 2021, com a edição Ciao, muitos fãs disseram que mataram o carro errado. O subcompacto Mobi, com sua cabine apertada e porta-malas praticamente inexistente é alvo de muitas críticas.
O Uno serviu de base para o Mobi, mas traz espaço interno maior e um estilo mais agradável. Além disso, ele compartilha muitos componentes com o Fiorino, o que ajuda a Fiat nos custos de produção. Ele entra como um dos carros que saíram de linha cedo, mesmo tendo deixado o Citroën C3 como sucessor espiritual.
A Chevrolet tirou o Onix Joy de cena após a nova geração ter se consolidado no mercado, porém a produção nacional continuou por um tempo para exportação. Só agora em 2023 que o compacto deixou de ser feito aqui, com o ferramental enviado para a Colômbia.
A primeira geração do Onix foi um marco para a Chevrolet no Brasil, pois ele conseguiu tomar o posto de carro mais vendido do país. O motor 1.0 Família 1 era antigo, mas foi atualizado para poluir menos e conseguia aliar bom desempenho com economia graças ao câmbio de 6 marchas.
A nova geração ficou maior e mais moderna, trazendo itens de segurança como 6 airbags desde a versão de entrada. Porém muitos acham que o Onix Joy saiu de linha cedo demais por ser uma opção mais simples, menor e com mecânica conhecida em toda parte.
Hoje a Caoa Chery aposta em uma linha mais sofisticada, trazendo SUVs e sedã bem equipados. Mas seu subcompacto, o QQ, viria a calhar nesse momento.
Ele foi o carro que figurava como o mais barato do país em seu tempo, o que facilitaria se tornar um novo popular. Justamente por isso ele pode ser considerado um que saiu de linha cedo demais.
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Tirando o uno que tem a sua beleza, prefiro andar de gol g3 clássic e Siena kkk
Também não entendo a saída de linha do Onix antigo, pois tinha tudo para ter grandes volumes de vendas. O design não envelheceu muito e ainda aliava a mecânica arcaica, mas simples e barata de manter. Acredito que foi uma decisão tomada pela matriz focando na produção de SUVs e em carros de maior rentabilidade.
A diferença do custo de produção não era tão grande para manter as duas gerações.