As montados enviam seus ferramentais para outros países para lançar carros novos com pouco investimentos, listamos cinco casos
As grandes montadoras tentam sempre evitar o desperdícios. Quando um carro sai de linha, seu ferramental pode ser enviado para outra parte do mundo e dar uma segunda chance em outros mercado.
O lado negativo disso é saber que está recebendo um veículo defasado. Em contrapartida, pode ter a chance de ser um carro com qualidade comprovada e de segmento superior pelo preço de modelos menores. Listamos a seguir alguns carros que ganharam uma segunda chance.
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A Chevrolet não colocou as duas gerações do Onix para conviver juntas no Brasil por muito tempo. A primeira, conhecida como Joy, conviveu com a atual por menos de um ano.
Ele teve a produção transferida de Gravataí (RS) para São Caetano do Sul (SP), onde era feito apenas para exportação. Em 2023 a General Motors mandou esse ferramental do Onix para a Colômbia.
A segunda chance desse carro durou pouco, em 2024 a GM anunciou o fim de suas fábricas na Colômbia e no Equador. Um fato curioso do Onix de exportação e do modelo produzido na Colômbia é usar o câmbio manual de cinco marchas. Apenas o Brasil e a Argentina usaram a caixa de seis marchas.
O Renault 12 foi um dos carros mais populares na Europa dos anos 60 e 70, com 2,5 milhões de unidades produzidas. Ele foi feito em várias partes do planeta, sua plataforma deu origem ao Ford Corcel brasileiro inclusive.
O governo da Romênia decidiu comprar o ferramental de um carro nos anos 60 para não depender mais de produtos importados. Eles queria um carro familiar barato e confiável. A escolha acabou sendo o Renault 12.
Foi assim que nasceu a Dacia, com uma fábrica na cidade de Mioveni. O Renault 12 ganhou uma segunda chance na Romênia com o nome 1300, onde foi feito de 1969 até 2006.
Essa plataforma do Renault 12 deu origem a uma família completa de carros, que incluía sedã, perua, caminhonete de cabine simples ou dupla, furgão, cupê e hatch. A Renault comprou a Dacia em 1999 e usou essa marca para criar o Logan.
Não são apenas os carros populares que ganham segunda chance, o grupo Volkswagen deu uma sobrevida inusitada para a terceira geração do Audi A4. O sedã executivo ganhou uma grande atualização em 2008 e seu ferramental foi enviado para a fábrica da Seat na Espanha.
O sedã e a perua ganharam a dianteira e traseira com a identidade visual da marca espanhola. O painel com visual mais esportivo da versão cabriolet foi adotado, para combinar com proposta da Seat.
Assim nasceu o Exeo, o primeiro sedã executivo da Seat desde o fim do 132 em 1982. Ele virou uma alternativa mais esportiva ao Skoda Superb e ao VW Passat, mas durou pouco: foi feito apenas entre 2008 e 2013.
Foi a General Motors do Brasil quem criou as carrocerias sedã, perua e caminhonete do Corsa. Mas foi na China que esse compacto ganhou mais reestilizações, onde foi vendido com o nome Sail pela Buick e pela Chevrolet.
A reestilização mais profunda feita na China foi realizada em 2005, mudando o visual da dianteira e adotando lanternas maiores na traseira. O Sail baseado no Corsa saiu de linha em 2009, com um sedã de baixo custo novo feito sobre a plataforma do Sonic entrando no lugar.
Esse ferramental foi enviado para a Argentina, onde o Chevrolet Classic vendido no Brasil era feito. O carro fazia sucesso mesmo sem mudanças, ganhou uma segunda chance com a atualização. Durou até 2016, até ser aposentado de vez pelo Prisma Joy.
Todos esses carros que ganharam sua segunda chance tiveram o ferramental enviados para uma fábrica de carros. Já o britânico Austin Maestro foi recebido por uma fábrica de cigarros na China.
Você leu certo. A Etsong, uma empresa que trabalhava no setor do tabaco, decidiu que iria produzir um carro. A MG Rover havia vendido os direitos de produção do Austin Maestro para a RDS International Engineering, que por sua vez vendeu os direitos para os chineses.
Como a Etsong não era registrada como uma montadora de veículos, os carros recebiam registros de ônibus pelo governo chinês. Ele foi feito por essa marca até 2003, quando a FAW comprou os direitos e seguiu vendendo o Maestro com outro visual.
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