A crise dos semicondutores obrigou as montadoras a vender carros faltando alguns equipamentos para continuarem na ativa
Atualmente a indústria de automóveis brasileira está em franca expansão, com aumentos nas fábricas e muitos lançamentos. Há 4 anos, durante a pandemia de Covid-19, a situação era bem diferente e as montadoras passavam por uma crise de semicondutores que afetou os equipamentos dos carros novos.
A falta de chips foi um grande problema e cada marca buscou resolver o problema da forma que podia. Algumas marcas suspenderam a produção, outras tiveram que retirar equipamentos para poderem continuar vendendo seus carros.
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Hoje a situação está normalizada, mas no mercado de usados existem muitos carros produzidos em 2021 e 2022 faltando equipamentos. Listamos aqui os principais casos no Brasil.
A Chevrolet foi a marca mais afetada pela crise dos semicondutores no Brasil. A fábrica de Gravataí (RS), onde é feito o Onix, passou alguns meses fechada.
Quando as atividades voltaram, a marca precisou remover algumas funções das linhas Onix, Onix Plus e Tracker pela falta de chips. A central multimídia MyLink continuou no lugar, mas perdeu o Bluetooth, o Android Auto e o roteador Wi-Fi 4G.
O Apple CarPlay continuou funcionando, mas apenas por cabo — já que o sem fio depende do Bluetooth. Após a normalização, a General Motors passou a disponibilizar um módulo para adicionar essas funções.
Os modelos Spin, S10 e Trailblazer não foram afetados, pois usavam uma central multimídia mais antiga. Quando for comprar um Onix, Onix Plus ou Tracker produzido durante a pandemia, certifique se essas funções foram reativadas.
A crise dos semicondutores afetou na produção da central multimídia Composition Touch da Volkswagen. Na época ela equipava o Fox, o Nivus Comfortline, o Polo e o Virtus.
Essa central deixou de ser um item de série nesses carros durante a pandemia do Covid-19 e passou a ser um opcional. Foram mantidos os alto-falantes, fiação e comandos no volante pelo menos.
Os carros que usavam a recém lançada central VW Play não foram afetadas, como o Nivus Highline e o Polo GTS. Como a troca da central multimídia é algo comum, até os carros que não foram feitos durante a pandemia podem ser encontrados no mercado de usados sem a Composition Touch.
A Toyota foi outro fabricante que estava com problemas no fornecimento de central multimídia. O fabricante japonês recorreu a um fornecedor externo, a Wings, para não vender o Corolla e o Corolla Cross sem sistema de som.
A central adotada não contava com os botões físicos, o Android Auto e o Apple CarPlay do componente original. Ela utiliza Android nativo, portanto era possível instalar aplicativos de navegação e streaming de música. Mas para funcionar é preciso rotear a internet do celular.
Quem procura um Toyota Corolla sedã ou o Cross deve ficar atento aos modelos produzidos em 2022. Se ele tiver com essa central, nossa recomendação é trocar por alguma com espelhamento ou a original.
Carros de luxo utilizam muita eletrônica e vários semicondutores, por isso foram os mais afetados. A Mercedes-Benz vendeu no Brasil os modelos CLA 250, GLA 200, GLC 200d, GLC 220d, GLE 400d Coupé, GLS 450 e GLE 53 AMG sem alguns recursos. Quando novos foram vendidos com descontos por isso.
Um equipamento que todos perderam foi o carregador por indução. O CLA 250 também perdeu o heads-up display,o GLA 200 perdeu a abertura das portas por aproximação, o GLC 220d perdeu o sistema de som Burnmester e a chave presencial, o GLE 400d Coupé perdeu a navegação com realidade aumentada, o o GLS 450 perdeu esse sistema de navegação junto da inteligência artificial MBUX e o GLE 53 AMG ficou sem as soleiras iluminadas.
A falta do carregador por indução é a forma de identificar esses “filhos da pandemia” no mercado de usados.
O BMW Série 3 nacional utiliza muitos componentes estrangeiros e está sempre alinhado ao modelo produzido na Alemanha. Por isso, ele acabou ficando sem o heads-up display durante a pandemia. O corte de equipamentos foi menor que o ocorrido na rival Mercedes-Benz.
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