Casamentos fracassados na indústria automotiva: quando o amor não é suficiente!

Conheça alguns casamentos fracassados na indústria automobilística com histórias de paixão, traição e rivalidade que terminaram em tragédia

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Conheça alguns "filhos" dessas uniões (Foto: VW | Divulgação)
Por Pedro Januzzi
Publicado em 24/02/2024 às 13h02

A indústria automotiva, como qualquer outra área, está repleta de histórias de amor e também casamentos fracassados. Empresas se unem em busca de sinergias, desenvolvimento conjunto e expansão de seus mercados. No entanto, nem sempre o “felizes para sempre” se concretiza.

Alguns dos casamentos mais emblemáticos da indústria automobilística terminaram em divórcio. Os motivos por trás das separações geralmente estão vinculados aos “filhos” que essas uniões geraram. E as consequências para o mercado muitas vezes são confusas. Conheça algumas histórias de paixão, traição e rivalidade que marcaram a história da indústria que poderiam servir de enredo de novela.

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Autolatina foi breve

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Gol “bolinha” é tido com um dos pivôs do fim da Autolatina (Foto: VW | Divulgação)

Nos anos 1980, as filais de Volkswagen e Ford se uniram para desenvolver produtos de forma conjunta. A relação era tão próxima que nas fábricas em Coronel Pacheco, na região metropolitana de Buenos Aires, eram vizinhas de cerca.

Nesse casamento surgiram alguns filhos estranhos como os VW Logus e Pointer, que eram derivados do Ford Escort. Outros foram Versalles e Royale. Mas o enlace não foi para frente. Reza a lenda que o pivô da separação foi a segunda geração do Gol, que era o líder de vendas no Brasil, mas rivalizava com o Escort.

Casamento fracassado entre Chrysler e Mercedes-Benz

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Do namoro entre Mercedes e Chrysler não teve música, mas permitiu que a base do Classe E se transformasse no 300C (Foto: Chrysler | Divulgação)

A gigante de Detroit há muito vinha ruim das pernas e também passou por um casamento fracassado. Em 1998 ela se fundiu com a toda poderosa Daimler-Benz, grupo que controla a Mercedes-Benz.

Desse casamento que durou nove anos, quem levou a melhor foram os norte-americanos, que incorporou muita tecnologia dos alemães, como o motor CDI que foi utilizado no Jeep Grand Cherokee e utilizou a plataforma do Classe E para desenvolver o 300C.

Entre os frutos do casal, estão filhos pouco lembrados como o Chrysler Crossfire, um clone do Mercedes-Benz SLK. Outro rebento marcante foi o conceito ME Four-Twelve, que era equipado motor V12 6.0 de 862 cv, que já tinha sido usado no Pagani Zonda. Em 2007, o romance acabou e deixou sequelas como a fracassada fábrica da Mercedes, em Juiz de Fora (MG) e a planta da Dodge, em Campo Largo (PR).

Fiat e General Motors

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Fiat Stilo recebeu motor GM (Foto: Fiat | Divulgação)

Em 2000, depois que o Bug do Milênio não ocorreu, A General Motors comprou 20% das ações da Fiat Auto, divisão de automóveis do Grupo Fiat. Nos termos do contrato, a GM, que estava cheia da grana, deveria ampliar sua participação no controle da marca italiana.

Desse casamento, surgiu inclusive o compartilhamento de motores. Por aqui, vários modelos Fiat passaram a utilizar propulsores GM, como a unidade (Família 1) 1.8 de 115 cv, que equipou, Stilo, Siena, Strada, Weekend, Palio, Doblò e Idea.

Mas como a Fiat estava com dificuldades financeiras, a GM resolveu recuar no namoro. Para pular fora da relação, os norte-americanos pagaram o equivalente a US$ 2 bilhões à Fiat. Pelo menos no caso de Luísa Sonza e Chico Moeda ficou no zero a zero.

Bugatti e Lamborghini casamento fracassado

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EB110 foi responsável pelo renascimento da Bugatti, e teve apoio do dono da Lamborgnini, que pulou do barco na hora H (Foto: Bugatti | Divulgação)

Luísa cantou para o Chico: “Se for para repartir o amor que reparta comigo”. Mas neste caso não teve romance, mas muitas promessas e uma “saída para comprar cigarro”. No final dos anos 1980, o polêmico empresário italiano, Romano Artioli, adquiriu os direitos da Bugatti.

Ele queria resgatar os dias de glória da marca e inclusive teve o apoio do amigo Ferruccio Lamborghini, que entrou de parceiro na aventura. E para voltar em grande estilo, Artiolli chamou o designer Marcello Gandini para a empreitada.

Gandini levou para o projeto EB110 algumas soluções que ele utilizou no desenvolvimento do Lamborghini Diablo. Artioli não gostou do que viu e dispensou o designer. Em seguida, Ferruccio viu que o projeto do EB110 era arriscado e também pulou fora do barco, deixando Romano sozinho.

Ford e Ferrari

Essa história virou até filme de Hollywood. Nos anos 1960, a Ford queria expandir suas operações na Europa. Para ganhar relevância, ela viu que poderia ganhar prestígio se comprasse a Ferrari.

A Ford sabia que a fábrica do Comendador Enzo não andava bem das pernas e mandou uma proposta. O próprio Lee Iaccocca, um dos grande nomes da indústria automotiva, foi conversar pessoalmente com o comendador.

Mas, Ferrari que não era nada bobo, atravessou o negócio e informou a Gianni Agneli, o dono da Fiat, que os norte-americanos queriam comprar a Ferrari. O velho “avvocato” cobriu a proposta e ficou com a Ferrari.

Assim, Enzo conseguiu elevar o preço sobre sua marca e com a tranquilidade de que teria autonomia total sobre os projetos da Ferrari, e principalmente sobre a divisão de automobilismo. Reza a lenda, que a Ford, ao invés de afogar as mágoas no bar da cachaça se vingou com fabuloso GT40, que venceu quatro edições consecutivas das 24 Horas de Le Mans.

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