Centro de gravidade: seu carro pode capotar se ele for alto!

O centro de gravidade elevado, presente nos SUVs, pode fazer seu modelo capotar ao realizar fazer curvas ou manobras mais bruscas

Mercedes Classe A falha teste alce centro gravidade alto
O Mercedes Classe A falhou no teste do Alce por causa do centro de gravidade elevado (Foto: Reprodução)
Por Bernardo Castro
Publicado em 14/03/2023 às 13h02

Um Citroën Ami capotou em Mônaco, quando passava pelo trecho da curva ‘Grand Hotel’ do GP de Fórmula 1, e o vídeo do acidente viralizou durante esta semana. A repercussão se deu pelo fato de como o caso aconteceu. Para se ter uma ideia, essa é uma das curvas mais lentas do calendário da F1, em que os pilotos reduzem seus carros a cerca de 50 km/h para conseguir contorná-la, já que ela é praticamente um ‘cotovelo’.

O motorista do Ami não estava em alta velocidade, e sequer chegou a bater o carro. Nas filmagens é possível perceber que, ao tentar realizar a manobra, o veículo é “empurrado” para o lado e as rodas dianteira e traseira esquerda perdem contato com o solo. O capotamento aconteceu por causa do centro de gravidade mais elevado.

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O centro de gravidade fica maior de acordo com a altura do carro e, quanto mais elevado esse coeficiente, mais instável o veículo se torna ao fazer manobras para a esquerda ou para a direita, principalmente quando o movimento é brusco.

É por isso que os SUVs, modelos que vêm se popularizando em todo o mundo, são mais propensos a tombar. Um estudo realizado pela NHTSA, instituição norte-americana voltada para o estudo da segurança de veículos automotores, mostrou que para cada automóvel ‘comum’ que capota, três SUVs sofrem um acidente dessa magnitude.

A situação é tão complicada que quando a Ford lançou a primeira geração do EcoEsport tinha um aviso no para-sol alertando para o risco de capotamento, e recomendando se evitar manobras abruptas e velocidades excessivas. O mesmo aconteceu com o Mitsubishi Eclipse Cross.

advertencia risco de queda carro portal
Eclipse Cross tem alerta ao motorista sobre risco de capotamento (Foto: Laurie Andrade | AutoPapo)

Mercedes Classe A tinha problemas de estabilidade

O Mercedes Classe A foi revolucionário para os alemães por diferentes motivos, mas se destacava por sua carroceria elevada. No entanto, essa estatura trouxe um problema de segurança.

Com pouco tempo após o lançamento, ele deu vexame ao desempenhar mal no teste do alce, quando tombou durante uma manobra. O acontecimento logo repercutiu pelo mundo após a publicação da sueca Teknikens Värld.

Para resolver o problema, a Mercedes preparou algumas melhorias, que incluíam alterações nas suspensões e nas rodas, além da adoção de controle de estabilidade de série. Isso permitiu um bom número de vendas no compacto alemão.

Como reduzir centro de gravidade nos carros altos

Atualmente, as montadoras equipas os SUVs com recursos eletrônicos, como o controle eletrônico de estabilidade, que reduzem a chance de capotamento. No entanto, ainda é possível que aconteça alguns acidentes. Por isso, existem outras técnicas que podem ser utilizadas.

Uma das opções é distribuir o peso do veículo, colocando as peças mais com massa maior como motor, transmissão e componentes mecânicos – nos locais mais baixos possíveis, concentrando o peso próximo ao assoalho e melhorando a estabilidade. No entanto, a presença de tetos solares panorâmicos, que não são nada leves, podem atrapalhar um pouco o processo.

A popularização dos carros elétricos também tem ajudado na redução do centro de gravidade nos modelos mais altos. Isso porque os projetistas trabalham para instalar as baterias, que são extremamente pesadas, próximas ao assoalho.

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1 Comentário
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Andre Rocha 14 de março de 2023

O que dá pra perceber no vídeo é que a capotagem foi intencional, pois esse veículo é super leve (apenas 425Kg) e muito, mas muito estreito (1,39m), não tendo estabilidade nenhuma. Somado a isso o corpo do condutor, pelo que pode ser visto, é bem “parrudo” e pesado, “forçando” a barra para o capotamento do veículo e, consequentemente, denegrindo a marca.
É claro que a velocidade de condução dele não pode ser alta isso também deve ser levado em conta, pois foi feito para pequenos trajetos dentro da cidade a baixas velocidades.

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