CNH sem autoescola; entenda proposta e como participar de consulta pública

Após sinal verde de Lula, Governo Federal abre consulta pública sobre o fim da obrigatoriedade dos Centros de Formação de Condutores (CFCs)

fila de carros de autoescola brancos em rua brasileira
Mais de 10 mil contribuições já foram feitas na consulta pública (Foto: Antonio Cruz | Agência Brasil | Reprodução)
Por Julia Vargas
Publicado em 06/10/2025 às 17h00

A obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem autoescola está cada vez mais próxima da realidade. Na última semana, o presidente Lula autorizou que o projeto CNH Para Todos, que retira a obrigatoriedade dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) no processo de habilitação, seja avaliado em consulta pública.

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Dessa forma, durante um mês (até dois de novembro), a minuta do projeto ficará disponível para análise dos brasileiros, que poderão contribuir com o projeto enviando comentários e sugestões. Em seguida, o resultado da consulta irá para análise do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

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Você pode participar da consulta pública sobre CNH sem autoescola

Para contribuir com ponderações e sugestões, seja concordando ou discordando, sobre o projeto CNH Para Todos, basta:

  1. Acessar a plataforma Participa + Brasil;
  2. Faça login com sua conta gov.br;
  3. Ler na íntegra a minuta do projeto;
  4. Utilize os balões de falas no canto superior direito de cada parágrafo para fazer alguma observação que achar pertinente.

Até o momento de publicação desta matéria, mais de 10 mil contribuições foram feitas e os tópicos que receberam maior atenção dos cidadãos foram sobre:

  • A possibilidade de fazer o curso teórico na modalidade EaD assíncrona;
  • Aulas práticas de direção veicular optativas e com carga horária indefinidas;
  • Requerimento exclusivamente digital do processo de formação;
  • Veículo utilizado nas aulas pode ser disponibilizado pelo instrutor ou pelo próprio candidato;
  • Autorização para agendamento do exame prático assim que o candidato for aprovado na prova teórica, independente da realização prévia de aulas de direção;
  • A possibilidade de fazer mais de uma tentativa para a prova prática no mesmo dia;
  • Instalação de equipamentos eletrônicos exigidos na hora do exame prático;
  • Formação dos condutores pode ser iniciada no ensino médio como atividade extracurricular;

Entenda como funciona o projeto CNH sem autoescola

Nos últimos meses, a proposta do Governo Federal de tornar os CFCs tem movimentado o debate público e levantado questionamentos. Por um lado, muitos defendem a CNH sem autoescola em razão da redução de custos e da ampliação do acesso à habilitação, enquanto outros alertam para os riscos de uma formação menos estruturada e seus impactos na segurança viária.

Desde o anúncio do CNH Para Todos feito pelo Ministro dos Transportes Renan Filho, as discussões sobre o tema avançaram com vários personagens e diferentes pontos de vista, além de diversas críticas e soluções propostas.

Redução de custos e de condutores sem habilitação

O argumento central da medida é que a obrigatoriedade das autoescolas encarece a CNH, tornando o documento inacessível para parte da população. Segundo o Ministério, liberar o candidato da obrigação de frequentar cursos teóricos e práticos em autoescolas poderia baratear a formação.

O aluno teria a opção de estudar por conta própria ou procurar um instrutor e se preparar para as provas aplicadas pelos Detrans, fazendo quantas aulas achar necessário. Isso ajuda a reduzir o número de pessoas que dirigem sem habilitação no país, promovendo maior segurança.

Processo habilitação vai mudar com CNH sem autoescola

De acordo com o Secretário de Trânsito Adrualdo Catão, o candidato poderá decidir quantas horas de aula precisa e poderá escolher uma autoescola ou contratar um instrutor autônomo credenciado, que não precisará estar vinculado a uma empresa. Inclusive, Catão afirmou que existe um interesse por parte da Uber em participar do projeto com uma plataforma de aplicativo para instrutores autônomos.

Apesar disso, a empresa afirmou que não houve qualquer proposta concreta, apenas uma reunião técnica com o Ministério dos Transportes.

Autoescolas alertam para prejuízos e formação insuficiente

Entidades como o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (Sindicfc), a Federação Nacional das Autoescolas do Brasil (Feneauto)  e a Associação Brasileira das Autoescolas (Abrauto) se manifestaram contra a mudança. As organizações defendem que a retirada da obrigatoriedade não tem respaldo técnico e que enfraqueceria a formação de condutores, colocando em risco motoristas, passageiros e pedestres.

Inclusive, muitos CFCs afirmam que a medida nem foi definida ainda, mas já impactou seus negócios. Existem diversos relatos de autoescolas que perderam matrículas e receberam demissões de instrutores.

Alerta de especialistas

Muitos especialistas em trânsito demonstraram preocupação em relação à proposta e destacaram que o Brasil ainda registra altos índices de sinistros. Para eles, uma formação consistente é essencial para reduzir os riscos e a discussão não pode se limitar ao custo da CNH.

Até o momento, o governo não apresentou estudos técnicos que comprovem que a mudança não afetaria os índices de sinistros. Essa ausência de dados concretos mantém o debate mais no campo das expectativas do que das evidências.

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2 Comentários
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Ilza 6 de outubro de 2025

Mudanças sempre se faz necessário, ainda mais quando a população vai ser beneficiada.

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Valdeci 6 de outubro de 2025

Tem que ter mudanças e necessário

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