Coreia emplaca ‘gol’ e assume liderança no Brasil
Se a Coreia do Sul não segurou o poderio da Seleção Brasileira, no mercado HB20 Sense tem tudo para ser o dono da bola por aqui
Se a Coreia do Sul não segurou o poderio da Seleção Brasileira, no mercado HB20 Sense tem tudo para ser o dono da bola por aqui
A Coreia do Sul foi goleada pela Seleção Brasileira, em partida válida pelas Oitavas de Final da Copa do Mundo do Catar. Mas no mercado de automóveis, os coreanos estão com a bola no pé e podem se dar bem com a saída de campo do Volkswagen Gol. E o craque tem nome e sobrenome: Hyundai HB20 Sense.
O Gol terminará o ano como principal produto da Volks. De janeiro a novembro, o velho guerreiro emplacou 63.441 unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ou seja, o Gol representa quase 25% dos emplacamentos da VW em 2022. Para ocupar sua vaga, a marca apresentou o Polo Track, uma versão simplificada do compacto, equipada com motor 1.0 de 82 cv, acabamento pobre e lista de equipamentos bem enxuta. Um legítimo pé de boi.
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Certamente a VW fará uma campanha agressiva para emplacar o Track, principalmente porque o desempenho do Polo em 2022 foi medíocre. Segundo a Fenabrave, o compacto licenciou 5.306 unidades de janeiro a novembro.
Desse total, quase a metade (2.152) foi no mês passado. Ou seja, já na linha 2023, que já contou com um reposicionamento de mercado.
Mas quem pode se dar bem com a aposentadoria do Gol é o Hyundai HB20 Sense. E a razão é simples: vendas diretas. O Gol é um dos reis da modalidade de venda direto da fábrica. Transação permitida a pessoas jurídicas (empresas), produtores rurais, taxistas e público PcD. Nessa modalidade a tributação é mais branda do que uma venda para pessoa física.
No acumulado do ano, o Gol emplacou 47.377 unidades na venda direta, segundo a Fenabrave. Já o HB20 licenciou 54.771 unidades, nesta modalidade.
O HB20 é o carro de passeio mais vendido em 2022, com 89.286 unidades registradas, mas mais da metade de suas vendas se concentram na modalidade direta. Se não fossem elas, o Onix seria líder, pois o compacto da Chevrolet é o mais bem posicionado no varejo para pessoa física, com 52 mil unidades emplacadas e outras 23 mil para “PJ”.
E quando se pensa em venda direta, o que o cliente (empresa) busca é custo operacional. São carros para compor frotas, para locação e outras atividades em que o carro é feito para faturar. Assim, quanto menor a despesa do carro, menor é seu custo operacional. Consequentemente, maior será sua rentabilidade.
É por isso que o Gol vende tão bem até hoje. E certamente será por isso que o HB20 Sense deverá engrossar ainda mais sua participação em 2023. Afinal, o HB20 foi desenvolvido à imagem e semelhança do Gol, lá na virada entre as décadas de 2000 e 2010. E a versão de entrada oferece o que o frotista busca.
Outros dois modelos que poderão “subir na grande área” com a aposentadoria do Gol serão Fiat Mobi e Renault Kwid. A dupla figura entre os modelos mais baratos do mercado. Os únicos com opção abaixo dos R$ 70 mil.
E quando se pensa em venda direta, com carga tributária menor, os valores ficam mais atraentes. E podem ficar ainda melhores quando há compras em grandes volumes. E como a regra é maximizar resultados, é possível compor a frota com menor investimento.
O Mobi tem boa performance na venda direta. Dos 65.498 licenciamentos de janeiro a novembro deste ano, 42 mil foram nessa modalidade. Ou seja, o pequenino ocupou bem a vaga deixada por Mille, Palio Fire e Uno.
Já o Kwid não tem tanta expressividade: das 52 mil unidades vendidas até novembro, apenas 19 mil foram na modalidade de vendas diretas. Mas há potencial, pois com a saída do Gol, as empresas vão buscar modelos com menores preço e custo operacional.
No entanto, quem terá a maior dificuldade para se posicionar nesse nicho de mercado será o Polo Track. Na lista da Fenabrave, o compacto alemão nem figura entre os mais vendidos (na modalidade) no acumulado do ano.
Em novembro, emplacou 316 unidades de forma direta. Ou seja, a Volkswagen terá que pedalar para colocar a “escada no teto” do Polo.
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