5 dicas infalíveis para não comprar um carro roubado
Alguns aplicativos e ações simples podem te ajudar a não cair em uma 'roubada' (sem trocadilhos); veja o que pode ser feito
Alguns aplicativos e ações simples podem te ajudar a não cair em uma 'roubada' (sem trocadilhos); veja o que pode ser feito
O Brasil registrou, em 2023, 353.011 carros roubados e furtados, segundo o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Isso significa que, a cada hora, cerca de 40 veículos foram levados de seus donos. Parte desse montante é utilizada pelos próprios criminosos, mas muitos desses carros são revendidos.
Os problemas, entretanto, não se limitam à vítima e aos ladrões: além de moralmente errado, quem compra um carro roubado está sujeito a perdê-lo, sem ressarcimento, caso a Justiça descubra quem é o dono legítimo.
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Além disso, o comprador de segunda mão pode responder pelo crime de receptação. No caso de receptação dolosa (quando a pessoa sabe que o carro era roubado), a pena inclui multa e até quatro anos de prisão. Já a receptação culposa (quando a pessoa não sabe que o veículo veio do crime, mas é negligente ao perceber indícios disso) rende multa e até um ano de detenção.
Para não cair no golpe, porém, há diversas formas de levantar a ficha de um veículo usado. As táticas vão desde um aplicativo do Governo Federal à observação de sinais de que algo está errado.
Estima-se que mais de um milhão de carros roubados ou furtados já tenham sido recuperados graças ao aplicativo Sinesp Cidadão, lançado em 2013. O app está disponível para Android e iOS e usa as informações de inteligência do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) para informar se um carro ou moto tem denúncias de roubo ou furto em aberto.
Para isso, basta fazer o login via gov.br e inserir a placa do veículo — valendo tanto para placas cinzas quanto para aquelas no padrão Mercosul. Uma das principais funções do Sinesp é reunir e padronizar os dados de diferentes estados e, no caso dos veículos, o órgão agrega as informações regionais às denúncias registradas pela Polícia Rodoviária Federal, por exemplo.
Mas o Sinesp Cidadão não é 100% confiável: o próprio Ministério da Justiça ressalta que a atualização da lista de carros roubados depende do envio de dados das secretarias estaduais, que podem levar dias para comunicar o fato. Além disso, é comum que veículos apropriados pelo crime utilizem placas frias, que pertencem a uma unidade quase idêntica, mas sem restrições.
Cada estado tem seu Departamento de Trânsito, e os sites dos Detrans permitem a consulta de restrições de carros de terceiros. Em alguns casos, basta informar a placa. Em outros, usa-se o Renavam, que é o equivalente a um CPF dos veículos.
Em uma negociação de compra, é comum que o interessado solicite o Renavam do carro para consulta. Se o vendedor se negar, desconfie: pode ser um carro roubado. Caso contrário, acesse o site do Detran do estado em que o carro está registrado e faça a consulta.
Há alguns anos, o Brasil permite que o documento do carro (formalmente chamado de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, ou CRLV) seja impresso pelo próprio dono. É uma medida que busca poupar dinheiro e tempo do cidadão, mas que, por outro lado, não permite o uso de medidas anti-falsificação, como marcas d’água e fitas reflexivas.
Isso não impede, porém, a conferência dos dados, já que todo CRLV impresso tem um QR Code, que pode ser checado pelo aplicativo Vio: QR Seguro.
O Vio também é fornecido pelo Governo Federal e está disponível para Android e iOS. Sua função é justamente checar os QR Codes do CRLV, das placas dos carros, da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e do novo Documento Nacional de Identidade (DNI).
“Compare as informações do documento com as apresentadas pelo Vio e veja se o documento é realmente verdadeiro”, explica o Serviço Federal de Processamento de Dados. Caso haja qualquer divergência entre o que aparece no aplicativo e no mundo real, fique atento.
Os clientes mais desconfiados se estão comprando um carro roubado podem recorrer a serviços especializados em pesquisar o histórico do carro. Alguns são encontrados com uma busca rápida no Google e, por valores entre R$ 14 e R$ 70, cruzam bancos de dados públicos e privados à procura de algum problema.
Além da questão criminal, os chamados laudos cautelares podem detectar se o carro foi reformado após ser comprado como sucata em leilão. Também dá para checar se ele foi alienado por conta de um financiamento atrasado, por exemplo.
No caso de consultas feitas pessoalmente, o “detetive” pode conferir sinais típicos de ilegalidade, como incoerência nos números gravados pela carroceria ou peças não-originais que não são trocadas em revisões.
A sabedoria popular já diz que “quando a esmola é muita, o santo desconfia”. Isso vale para os carros e, caso encontre um veículo muito mais barato do que o normal, espere uma boa justificativa para isso.
A melhor referência para o preço de carros usados é a famosa Tabela FIPE, disponível gratuitamente. Também há a Tabela KBB, que procura incluir nuances como a conservação do automóvel para refinar o cálculo.
Outro aspecto é a origem do carro: segundo o Ministério da Justiça, em nenhum lugar se rouba e furta, proporcionalmente, tantos carros quanto em Pernambuco. “Um veículo de registro pernambucano sendo vendido no Sul, por exemplo, é motivo para checar duas vezes”, explica o consultor veicular Vitor Ferreira.
A taxa representa a quantidade roubos mais furtos para cada 100.000 veículos em determinado estado e foi fornecida pelo Sinesp
Fonte: Sinesp
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