Problemas com elétricos obrigam VW a fechar fábricas na Alemanha
Imprensa europeia comenta, mas chefão da marca alemã tenta tapar o sol com peneira para jornalistas brasileiros
Imprensa europeia comenta, mas chefão da marca alemã tenta tapar o sol com peneira para jornalistas brasileiros
Sabe o que a famosa fábrica (envidraçada) da Volkswagen em Dresden (Alemanha) está produzindo hoje? Nada!
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Paralisada nas duas primeiras semanas de outubro pois o elétrico que deixa suas linhas de montagem, o ID.3, está sobrando no pátio por baixa demanda do mercado europeu. Entrevistado recentemente em Munique por jornalistas brasileiros, o Big Boss mundial da marca VW, Thomas Schäffer, negou estar enfrentando problemas com os carros a bateria.
Mas a verdade é outra: além do ID.3, a VW está com dificuldade de vender outros elétricos e o único que cresceu significativamente em vendas nas últimas semanas foi a ID.Buzz (a nova Kombi).
Estatísticas revelam que as vendas domésticas de carros a bateria continuam bem aquém do planejado pela empresa segundo o jornal alemão Handelsblatt, que ouviu alguns de seus executivos. Eles explicaram a queda pelo corte de subsídios, inflação e elevados custos, além de a Tesla ter crescido ao reduzir preços e da invasão de chineses no mercado europeu. Mas a marca alemã enfrenta dificuldades também nos Estados Unidos com o corte de preços da Tesla. E na China, seu principal mercado de exportação.
Diretores da Volkswagen não são explícitos sobre o assunto, mas, na realidade, a baixa venda de elétricos é também provocada por sua tecnologia superada já que foi uma das pioneiras (junto com a Tesla) a investir no carro a bateria. Sua plataforma ainda é a MEB (Modular Electric Building Block), embora já esteja sendo desenvolvida a nova MEB Plus, mais moderna e barata, mas que só estará pronta em 2025. O problema da atual é que não permite à VW reduzir preços para enfrentar a concorrência, pois as margens de rentabilidade são pequenas. E sem perspectivas de uma reviravolta da situação nos próximos dois anos.
A Volkswagen montou uma subsidiária só para desenvolver o software de tecnologia automobilística para todo o grupo, a CARIAD. Mas vem tropeçando, prejudicando o funcionamento de seus carros e atrasando os próximos modelos. Oliver Blume, o CEO de todo o grupo, está refazendo o time, contratando parceiros e fazendo o possível para superar este problema. Mas não evitou atrasos em lançamentos da Porsche e da Audi.
Seus designers levantam outro problema, o do estilo de seus elétricos que não agradou o mercado, o que seus concessionários confirmam. Eles imaginam que o ID.7 (Passat elétrico) tenha linhas mais afinadas com a preferência do consumidor e será lançado até o final deste ano. Mas, apesar de já incorporar certos avanços tecnológicos, ainda usa a plataforma MEB. Seu lançamento estava previsto para o início do segundo semestre deste ano, mas os problemas obrigaram a empresa a adiá-lo para o final de 2023.
A revista inglesa Autocar também registrou os problemas da Volkswagen, que antes do ID.3, já tinha interrompido este ano a produção do ID.4 na fábrica de Emden (noroeste da Alemanha) por duas semanas.
Manfred Wulff, representante dos trabalhadores desta unidade, explicou que as medidas tomadas pela empresa foram atribuídas a uma queda de demanda do mercado que resultou numa redução de 30% na produção planejada. Segundo a Autocar, Herr Wulff declarou que “estamos observando uma forte reação negativa no segmento dos elétricos, mas confiantes de que o ritmo da fábrica de Emden voltará ao normal com o lançamento do ID.7 no final do ano”.
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Quero mais que o mar pegue fogo pra comer peixe assado!
Se a plataforma MEB já está obsoleta, imagina a MQB que está aí fazendo caros a combustão desde 2016. Carros elétricos serão como celulares e terão desenvolvimento anual. Veja a dinâmica do mercado Chinês que tem uma rapidez para mudarem de modelos. A Europa e os fabricantes tradicionais ocidentais estão assistindo a reviravolta do domínio Chinês de fabricação de automóveis.
A VW utilizando plataforma antiga em seus carros elétricos, deverá mesmo ficar atrás dos concorrentes diretos em vendas. Com produtos mais modernos e atuais, os concorrentes estão ganhando terreno e vendendo muito, basta ver o sucesso das marcas chinesas e outras famosas já consagradas no Brasil, também com grande volume de negócios.
As marcas tradicionais vão sofrer para entrar no mercado elétricos. Agora estão vendo que ninguém consegue concorrer com a China em termos de preço. Se eles (os chineses) dominarem a fabricação de baterias não terão concorrentes com fábricas em outros países. O custo China é infinitamente menor.