Encontro de marcas chinesas pontua estratégia para o Brasil

Fórum discute forte presença de marcas chinesas no Brasil e revela como elas querem se posicionar no mercado tupiniquim

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Marcas chinesas detalham como pretendem ganhar terreno no Brasil (Foto: Reprodução | Redes Sociais)
Por Fernando Calmon
Publicado em 29/03/2025 às 19h00

Após o crescimento exponencial da indústria na China, suas marcas se voltam à exportação, abrir novos mercados e também equilibrar sua produção interna que, se comenta, já mostrar sinais de saturação. Além da falta de transparência sobre até onde atua o governo central em um país fechado politicamente, para dizer o mínimo.

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A atuação da indústria oriental foi tema do fórum organizado pela revista Quatro Rodas, que considerou tanto o mercado de híbridos e elétricos quanto o desafio do posicionamento ousado de preços e produtos. Foram três painéis e nove marcas representadas: BYD, GAC, GWM, JAC, Leapmotor, Omoda-Jaecoo, SAIC (MG) e Zeekr. Sem entrevistas ao final ou sessão aberta de perguntas e respostas.

As marcas entendem que ainda há desafios de aceitação junto ao consumidor brasileiro. Barreiras arrefeceram em relação à qualidade real percebida e hoje se “experimenta” o carro chinês sem quase receios. Ficou claro que produção local tende a ser um fiador e aumenta relação de confiança. O segmento de entrada é pouco atrativo por não haver em grande escala esse tipo de produto na China. Foco permanece em híbridos e elétricos, que todos preveem expansão no Brasil.

A consultoria Future Brand observou que o brasileiro gosta de inovação, mas ganhar sua confiança, por um conjunto de elementos, não é fácil e vencer a barreira das marcas tradicionais requer trabalho.

Como as marcas chinesas vão operar no Brasil

  • Sobre fabricação local, a GAC (MG) confirmou a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento, além da intenção de implantar um modelo de produção verticalizado. Ressalte-se que em geral isso inibe a geração de empregos por um parque de fornecedores, apesar de ser uma visão comum no seu país-sede.
  • Zeekr não produzirá aqui.
  • GWM destacou a produção nacional como pilar de desenvolvimento de confiança pelo mercado, visão compartilhada pela Omoda.
  • BYD ressaltou que o Brasil é seu maior mercado fora da China, sem comentar sobre o real início de produção na Bahia.
  • Leapmotor (Stellantis) já nomeou rede de concessionárias e afirmou a industrialização como um caminho, pois o Brasil é um país produtor. Apontou necessidade de crescimento da estrutura de recarga de baterias.
  • JAC discorreu sobre manutenção mais sofisticada em veículos PHEV/HEV e produzir aqui implica enfrentar dificuldades bem maiores que na China.
  • SAIC enfatizou o menor custo de empresas chinesas frente às demais por sua estrutura funcional, sem estimar como se adaptaria aqui.

O consultor independente, Milad Kalume avalia que o maior mercado é para híbridos, inclusive plugáveis. Sobre elétricos, hoje com 2,5%, podem chegar a 4% nos próximos anos.

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