Relembre os carros esportivos nacionais dos anos 2000
Na década de 2000, o mercado recebeu uma safra farta de esportivos nacionais, alguns com enfeites ou outros realmente com alta performance
Na década de 2000, o mercado recebeu uma safra farta de esportivos nacionais, alguns com enfeites ou outros realmente com alta performance
Os anos 2000, apesar de poucos falarem, foram os mais diversificados quando o assunto é carro esportivo nacional. Mesmo que os modelos não fossem dos mais emblemáticos e marcantes, como os dos anos 1970, dos anos 1980 e dos anos 1990, os esportivos nacionais da primeira década do milênio fizeram suas épocas em um momento que a tecnologia e a diversidade de modelos, tipos de carroceria, motorização e estilo cresciam.
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Voltando um pouco no tempo, os anos 2000, no mundo dos carros nacionais, foram importantes: o momento era de crescimento de mercado, aumento da oferta de populares, enquanto a tecnologia se fazia cada vez mais presente (injeção eletrônica já era item de série para todos, os motores flex vinham com suas vantagens, itens como airbags e freios ABS se popularizavam etc.). Para a indústria automotiva, foi uma época de diversos lançamentos importantes.
Além disso, justamente nos primeiros anos da década de 2000, surgiu o tuning, carros personalizados e mecânicas apimentadas caíam no gosto dos brasileiros, ao passo que o primeiro filme da sequência “Velozes e Furiosos” despontava nas bilheterias. Época preciosa para os esportivos de fábrica, que foram vários. Vamos dar uma olhada:
Dupla marcante da Fiat, Marea e Marea Weekend em suas versões esportivas chegaram ao mercado na linha 2000. Traziam motor especial, importado da Itália, um 2.0 turbo com cinco cilindros em linha, que passava dos 180 cv de potência com 27 mkgf de torque. Com câmbio reescalonado e força em baixas rotações, os Marea turbo despontavam como um dos carros nacionais mais rápidos da época. Eles podiam acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 8 segundos e beirar os 230 km/h de velocidade máxima. Tinham ainda muito estilo no design e preparação mecânica de direção, freios e suspensões.
Pequeno, leve e ágil, o Ford Ka XR é considerado por muitos como um esportivado. Mas, contando sempre com motor 1.6 a gasolina de 95 cv de potência e mais de 14 mkgf de torque, o pequeno hatch com cerca de 900 kg conseguia ótimos números de aceleração, fora o comportamento dinâmico melhorado graças aos acertos de molas e amortecedores, e o câmbio de 5 marchas encurtado. Visualmente, rodas de liga-leve, aerofólio traseiro, spoilers laterais, acabamento interno diferenciado e adesivos. Chegou em meados de 2000.
Esse esportivo é um daqueles não muito lembrados: lançado no final de 2000 como linha 2001, o Clio Si tinha proposta parecida com a do Ka XR, com carroceria leve, motor 1.6 (que aqui tinha 16 válvulas), câmbio curto e aspecto especial. Eram 110 cv de potência e mais de 15 mkgf de torque para mover a tonelada do hatch da Renault com muita disposição, e diversão, graças também a dinâmica bem resolvida. Apesar de não ser dos mais bonitos (tinha apenas rodas únicas e um discreto aerofólio preto), era um canhãozinho: ia de 0 a 100 km/h em pouco mais de 9 segundos, atingindo os 190 km/h.
Único VW Golf nacional com carroceria de duas portas, o VR6 é especial por natureza: apenas 99 unidades foram feitas entre 2002 e 2003. Nele, havia um 2.8 de seis cilindros em V extremamente compacto (o “V” tinha apenas 15º de abertura), com 200 cv e 26,5 mkgf de torque, que podia levar o hatch esportivo aos quase 210 km/h de máxima, acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 7,7 segundos. Freios, direção, suspensões e transmissão (manual de seis marchas) eram preparados para o desempenho, enquanto seu visual incluía adereços aerodinâmicos, rodas grandes, teto-solar e mais.
Sucessor direto do Marea Turbo, o Stilo Abarth já era um hatch médio de porte e posse de um VW Golf GTI. Trazendo também um cinco cilindros em linha sob o capô, mas de aspiração natural e com 2.4 litros, o Abarth conseguia unir o desempenho esportivo com o ronco grave ecoando pelo escapamento engrossado. Saudável, o 2.4 rendia 167 cv e quase 23 mkgf, caindo como uma luva na proposta do Stilo. Ainda que tivesse séries de visual mais destacável, o Abarth nasceu em 2002 como um carro mais estiloso, e muito rápido: acelerava de 0 a 100 km/h em pouco mais de 8 segundos!
O Astra GSI foi um dos que restaurou uma sigla esportiva do passado em 2003, quando chegou para tentar combater o sucesso do Fiat Stilo Abarth, mas já saiu de linha em 2005. O GM trazia o tradicional 2.0 aspirado, o Família I, mas com o diferencial das quatro válvulas por cilindro, chegando assim aos 136 cv de potência. Apesar da pegada toda sport, o Astra GSI não era tão chamativo no visual: tinha apenas um jogo de rodas exclusivo (que fez história sendo replicado aos montes), alguns poucos detalhes especiais e pintura quase sempre vermelha. Mesmo assim, fez presença sendo o Chevrolet nacional mais esportivo dos anos 2000.
O H1 foi o último suspiro dos esportivos nacionais foras-de-série, e tinha o tradicional tipo de carroceria em fibra de vidro, chassi tubular e parte mecânica da Volkswagen, incluindo o motor 1.8 turbo de 180 cv e câmbio de 5 marchas (usados nos Passat e também Audi A3). Com estilo próprio, apenas dois assentos e “cara” de carro de corrida, esse Lobini chegou ao mercado ao redor de 2005, e continuou sem mudanças até 2012 ou 2013. Era extremamente leve, por isso brilhava com sua relação peso X potência de apenas 5,7 kg/cv mas criticado, apenas, por ser pouco equipado e bem caro.
Uma das versões mais marcantes do Fiat Palio foi a 1.8R (de “Racing”), oferecida do final de 2005 até 2010, que trazia motor compartilhado com a Chevrolet: era um 1.8 que chegou a atingir os 115 cv de potência e 18,5 mkgf de torque. Movendo o hatch compacto da Fiat, que rondava os 1.000 kg, o conjunto, somado a um câmbio manual de 5 marchas, garantia bastante diversão ao volante. Para se ter uma ideia, ele podia ir de 0 a 100 km/h em cerca de 9 segundos, apenas 1,0s a mais que um VW Polo GTS atual. Visualmente, se destacava pelos apêndices aerodinâmicos, adesivos, rodas esportivas e cintos de segurança vermelhos na cabine.
Revivido diretamente dos anos 90, o New Civic SI 2008 apelava para o design apimentado com rodas, aerofólio e adesivos, além do motor 2.0 com comando variável (VTEC), considerado o mais potente produzido em série no Brasil na época (192 cv), o Si não brilhava pela quantidade de torque, mas sim pelo regime de rotações altíssimo (a força máxima vinha acima dos 6 mil rpm, enquanto a potência máxima beirava os 8 mil rpm). Com som característico, era prato cheio para os entusiastas quando acelerava, e hoje une uma forte legião de fãs mundo afora. Por aqui, ficou em linha até 2011, retornando um tempo depois como importado.
Praticamente hatch e sedan, nessa ordem, Punto e Linea tiveram uma versão esportiva para chamarem de suas: T-Jet, lançada em 2008 (sedan) e 2009 (hatch). Seguindo a tradição da marca, traziam motor 1.4 16v superalimentado com turbo e intercooler, importado, acoplado a uma caixa manual de 5 velocidades de proposta esportiva. Com mais de 150 cv e pique de sobra para acelerações, a dupla era rápida, mas o design apimentado só existia no hatch: o sedan apostava no estilo “classudo”. O Punto T-Jet durou até 2016 e teve vendas melhores que as do Linea T-Jet, que se despediu em 2011.
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Esta lista foi muito generosa 🙂 Quase um acinte aos verdadeiros esportivos.