Europa começa a testar bitrem e rodotrem em prol do meio ambiente
Bem comum no Brasil, bitrens e rodotrens parecem ser um dos passos para diminuir a emissão de CO2 em vários mercados
Bem comum no Brasil, bitrens e rodotrens parecem ser um dos passos para diminuir a emissão de CO2 em vários mercados
Toda vez que publicamos algum texto falando de bitrem ou rodotrem, muitos leitores comentam sobre o quão ruim são essas combinações, que roubam fretes ou que são perigosas. E há quem aponte que em países sérios, não se usam esse tipo de composição. E alguns até mesmo erroneamente citam que no continente europeu não há essas combinações. Mas saiba que não é verdade. Finlândia e Suécia usam bitrens há um bom tempo e agora outros países também querem implementar. E há uma razão pertinente nesta vontade.
É claro que em uma análise superficial, o uso de combinações do tipo bitrem e rodotrem podem sim baratear o frete para o autônomo. Principalmente no Brasil, onde a sua introdução parece ter sido feita sem estudos de impacto adequados. Mas hoje em dia eles estão aí. Já na Europa, estudos aprofundados mostram mais vantagens do que desvantagens, entre elas a redução da emissão de CO2 e uma alternativa para suprir a falta de motoristas.
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Recentemente, Scania, Ses, Repsol e Volkswagen realizaram na Espanha testes com um conjunto do tipo rodotrem, chamado de “duo trailer”. No experimento, foi utilizado um cavalo mecânico 4×2 com uso de combustível renovável, HVO. A redução nas emissões de CO2 foi de 90%, mas isso não se deve só pelo uso do HVO, mas por conseguir transportar mais toneladas em um único caminhão, sendo que antes seria necessário usar dois.
Ou seja, ao invés de dois motores queimando combustível, o teste mostrou que era possível levar o mesmo volume de carga com apenas um motor em operação. A montadora ainda espera uma redução de até 4.5 toneladas nas emissões.
Já na Holanda, no final de 2022, a transportadora Ewals Cargo apresentou para os órgãos regulamentadores o conjunto Super Eco Comi. Um rodotrem com comprimento máximo de 34,25 metros. Vale lembrar que no Brasil o comprimento máximo permitido são 30 metros. De acordo com a montadora, em testes realizados anteriormente na Suécia, o uso mostrou uma melhor eficiência logística, já que um conjunto desses pode transportar um volume de 200 metros cúbicos de carga, além de redução nas emissões de CO2 de 27% e até mesmo uma redução final no valor das mercadorias de 30 a 40%. O rodotrem entrará em operação comercial em 2024.
A discussão sobre o uso dos bitrens e rodotrens não é nova, porém a Polônia nunca deu muita bola. No entanto, no início deste mês de março, o deputado Michał Jaros, natural de Wrocław, representante da Civic Coalition e graduado em engenharia e economia, tem uma visão positiva.
“Estes veículos podem ser uma excelente forma de aumentar a eficiência dos transportes, até porque a sua praticidade e segurança já foi confirmada em nove países europeus (Espanha, Bélgica, Holanda, Alemanha, República Checa, Dinamarca, Noruega, Suécia , Finlândia)” comenta o Deputado.
O deputado encaminhou para o Ministério dos Transportes Polonês uma série de questionamentos para indagar o uso e até mesmo o porque de o sistema ainda não ter sido implementado, já que testes realizados em 2017 já mostravam o grande potencial.
Por fim, a União Europeia vem trabalhando na flexibilização das leis para que os países membros, que queiram realizar testes e posteriormente implementar, possam fazer isso de forma mais simples. Sempre, é claro, visando a redução de emissões de CO2 como também combater a grande falta de motoristas que se tornou um gargalo em vários mercados.
A China, um mercado gigantesco, vem trabalhando em testes com bitrens. Os testes são realizados pelo Instituto de Pesquisa de Estradas do Ministério dos Transportes em conjunto com a Geely Holding Group e a China Railway Intermodal Transport. O grupo quer entender a viabilidade do uso desse tipo de composição.
De acordo com as informações divulgadas, os conjuntos testados têm no máximo de 18 metros de comprimento e capacidade de até 73 toneladas de peso bruto total combinado. Já no início dos testes, foi notado uma redução de custos de 15% no transporte. Quanto a redução de emissões, a Geely tem usado caminhão movido a metanol.
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Os rodotrens são uma boa solução sim, desde que trafeguem somente por rodovias com dimensões adequadas à eles. E aí precisa-se de regras bem claras, e de uma eficiente fiscalização.