Quando Carlos Dorneles me aplicou F-Zero, pelo Globo Repórter
Game de corridas futurista estreou junto com o Super Nintendo, no Japão, e é um dos jogos de corridas mais queridos da história
Game de corridas futurista estreou junto com o Super Nintendo, no Japão, e é um dos jogos de corridas mais queridos da história
No início deste mês publiquei minhas mal-traçadas sobre “Top Gear”. E nos comentários da postagem no Facebook, um seguidor disse que gostava do jogo, mas preferia “F-Zero”. Aquilo chamou minha atenção.
Isso porque “F-Zero” foi minha primeira experiência no Super Nintendo. Foi em 1991, pouco depois da publicação do game nos Estados Unidos. Tinha uma locadora perto da minha casa, no bairro Gameleira, em BH, que tinha o jogo para alugar por hora.
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Na verdade, lá tinha um Super Famicom, versão japonesa do Super Nintendo. Mas era a mesma coisa, só mudava o formato da carcaça. Jogar nesse aparelho era um teste de paciência, pois a molecada fazia fila.
A locadora até tinha games legais, como “Final Fight” e “Super Mario World”. Mas eu queria mesmo era jogar “F-Zero”.
Isso porque tinha assistido a uma matéria no “Globo Repórter”, que falava sobre videogames. Se hoje podemos contar a qualquer com canais formidáveis como BRKsEDU, em 1990 uma matéria sobre games na TV era um acontecimento.
E num momento, a reportagem de Carlos Dorneles citava minúcias do jogo. Nas palavras do repórter, o game estava na vanguarda dos videogames. A matéria dizia que o realismo era incrível e outros elogios.
A narração de Dorneles foi a senha para eu ficar obcecado por “F-Zero”. E apesar da euforia do colega, o game era realmente inovador. O game inclusive fechava a edição. Eu precisava jogar aquele jogo de qualquer maneira.
“F-Zero” era diferente de todos os games de corrida que já tinha jogado. No lugar de automóveis, o game trazia naves flutuantes, batizadas de hovercars. As pistas eram suspensas nas alturas. No lugar dos boxes, campos de recarga por indução magnética.
Mas nadas se comprava ao efeito visual do jogo. Isso porque “F-Zero” trazia o revolucionário Mode 7. Trata-se de um modo gráfico capaz de criar efeitos de zoom e rotação que eram impossíveis até então.
Hoje pode parecer grotesco e rudimentar diante do realismo dos gráficos 3D atuais, mas para a época era algo fascinante. Naquela época, o que tínhamos de mais sofisticado era “Super Monaco GP” ou a versão de Mega Drive de “Out Run”. Nenhum deles tinha efeitos como os de “F-Zero”.
Tudo isso porque Shigeru Miyamoto, o pai de Mario, queria um game que fosse capaz de mostrar todo poder de processamento do Super Nintendo. O game precisava ser rápido, com ótimos gráficos, milhões de cores e qualidade de áudio impecável. E por falar em áudio, a trilha sonora (em stereo) é primorosa.
Depois de 30 anos, posso dizer que “F-Zero” continua desafiador. As naves gravitavam sobre a pista em velocidades de mais de 400 km/h. Mas não era apenas graçolas dos produtores. O jogo é muito rápido. Em 1991 era mais rápido do que qualquer outro game de corrida para console.
Dominar os comandos não é difícil. Basicamente o jogador precisa acelerar. Nas curvas mais fechadas basta soltar o acelerador e inclinar o bólido com os gatilhos superiores do joystick do Super Nintendo.
A cada volta o jogador ganha um disparo de nitro, que eleva a velocidade. Guarde o recurso para aquele sprint final ou para abrir vantagem numa reta longa.
Em “F-Zero” não há área de escape. Seus nave é mantida na pista por alambrados elétricos. Eles consomem energia da nave. Colisões com outros carros também gastam energia. Para repor, é preciso passar nos pontos de recarga, mas há uma desaceleração que pode custar posições, como num boxe da Fórmula 1.
Jogar F-Zero não é problema. A Nintendo oferece a assinatura de jogos de Super Nintendo, NES e N64 em seu pacote online. Assim, é possível jogar o game no Switch ou Switch Line. Outra opção é no console Super NES Classic Edition, aquela versão miniaturizada do SNES, que foi vendida por tempo limitado.
Outra opção é garimpar um cartucho no mercado de usados, assim como uma console original. Mas a brincadeira pode custar bem mais caro que a compra de um Switch Lite e a assinatura do pacote da Nintendo.
Valeu, Carlão!
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