SUV Purosangue rompe dogmas da Ferrari em nome da demanda de mercado e que fariam o comendador Enzo revirar no túmulo
A Ferrari acaba de lançar o Purosangue, seu primeiro SUV. Trata-se de um carro que rompe com tradições e dogmas da casa de Maranello. Até hoje, a marca nunca tinha produzido um carro de série com quatro portas.
As exceções se resumiam a projetos especiais encomendados por colecionadores excêntricos como o sultão de Brunei. Mas com um mercado dominado por SUVs, até mesmo a Ferrari se curvou à tendência dos utilitários.
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A marca segue um caminho inaugurado pela Porsche há duas décadas. Aliás, o Cayenne salvou a marca alemã da falência. A quatro anos, a Lamborghini também entrou no ensolarado mundo dos SUVs com o Urus, seguindo o mesmo caminho que Alfa Romeo e Maserati.
Mas o Purosangue tem elementos que alegram qualquer ferrarista. A grande diferença desse SUV é que ele é equipado com um poderoso V12 6.5 de 725 cv e 72 kgfm de torque. Trata-se de uma versão “amansada” do motor da 812 Superfast, que tem mais de 800 cv.
Essa “usina” de aspiração natural é atrelada a uma transmissão de dupla velocidade e oito marchas F1 DCT, montada junto ao eixo traseiro. Já a tração é integral, como na GT4 Lusso.
Com peso total de 2.033 kg, o Purosangue é até leve, quando se compara com outros jipões de luxo. Muito desse “corpinho enxuto” se deve ao uso de materiais leves, como alumíno e fibra de carbono no teto.
Assim, o SUV é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos e atingir a velocidade máxima de 310 km/h.
Um dos pontos mais críticos do Purosangue nem é o fato de ser um SUV. Mas ter quatro portas.
Se o comendador Enzo Ferrari estivesse vivo, certamente teria desferido bravatas cabeludas ao autor do projeto.
E certamente, o icônico Luca di Montezemolo, que comandou a marca entre 1991 e 2014, também não concordaria com um SUV. Certa vez ele chegou a cravar que a marca não teria um carro de quatro portas.
Mas os tempos mudaram e o SUV da Ferrari ganhou entradas extras. Mas o destaque é que essas portas são do tipo suicida. Ou seja, as traseiras se abrem em ângulo contrário às dianteiras.
Por dentro, o Purosangue exibe quatro confortáveis assentos. Ao contrário de todas as demais Ferraris produzidas, que tinham dois lugares ou configuração 2+2 (com dois pequenos bancos traseiros), o SUV oferece quatro lugares de verdade.
E como se trata de um carro que se comporta como uma verdadeira Ferrari e também pode ser utilizado como carro familiar, o Purosangue conta com pacote amplo de conteúdos, com sistema de áudio premium Burmester, sistemas de conectibidade, assistentes de condução e acabamento premium.
O quadro de instrumentos segue o padrão da marca, com um grande mostrador digital que exibe o conta-giros ao centro. Já o volante conta com o pupular Manettino, que é o ajuste de comportamento dinâmico.
O que ninguém sabe ainda é o preço do Purosangue. Mas não se pode especular que ele se posicionará na base da gama, uma vez que ele utiliza um V12 e não os V8 dos modelos de “entrada”. Mas com toda certeza terá preço de Ferrari.
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