[Avaliação] Ford EcoSport Freestyle 1.5 AT é só mais um na multidão
Repaginado, o utilitário tem lá seus predicados, mas, apesar das melhorias, ele ainda não é páreo para os rivais
Repaginado, o utilitário tem lá seus predicados, mas, apesar das melhorias, ele ainda não é páreo para os rivais
Quase todas as avaliações do Ford EcoSport são permeadas por clichês, e com a versão Freestyle não é diferente. Não tem jeito. Alguns exemplos: o SUV compacto foi uma espécie de pioneiro, a fagulha responsável pela tsunami de utilitários esportivos no Brasil. Ficou para trás ante aos concorrentes, que obliteraram o campeão de vendas. O modelo foi renovado, recebeu uma lufada de ar fresco, mas o defectível estepe na tampa do porta-malas segue lá. Serve de lembrete, de que, apesar de algumas melhorias, ele ainda não é páreo para os rivais.
O EcoSport testado, o Freestyle, lá nos idos de 2006, surgiu como edição limitada a 1,6 mil unidades. Hoje, responde por 50% do mix de vendas do SUV compacto. O preço da configuração: R$ 86.490. Os concorrentes Renault Captur Zen 1.6 (R$ 85.990), Jeep Renegade Sport 1.8 (R$ 89.990), Nissan Kicks SV (R$ 86.990) e Chevrolet Tracker LT (R$ 82.990) oferecem pacotes de itens de série similares.
A dinâmica também não difere tanto assim. Afinal, são todos utilitários esportivos incapazes de encarar igarapés ou formações rochosas. São anestesiados, sem vida. Não excitam. No entanto, SUVs são commodities. Cumprem seus papéis. Uns bem, outros não.
O EcoSport repaginado, mecanicamente, tem seus predicados. Foi-se embora o famigerado câmbio Powershit (ops, Powershift), alvo de inúmeras reclamações. O modelo agora conta com transmissão automática convencional de seis marchas – espécie de “irmã” da caixa que equipa o Fusion – com opção de trocas por meio de aletas.
O motor também é novo: 1.5 tricilíndrico, que gera 137,2 cv de potência e 16,2 kgfm de torque quando abastecido com etanol. Na gasolina, são entregues 130 cv e 15,6 kgfm. Tem comando de válvulas variável, coletor de admissão integrado ao cabeçote e velas ao centro da câmara de combustão, que otimizam a queima. A união não chega a ser um casamento de conto de fadas, mas sim uma união estável com algumas chateações.
Importado da Índia, ao menos por enquanto, o três cilindros é mais potente que o antigo 1.6, mas perde um pouco em torque com relação ao motor que o precedeu. O escalonamento das marchas foi muito bem pensado pela Ford, o que confere ao EcoSport Freestyle mais esperteza. Apesar de ainda ficar no saldo devedor, as respostas superam o “marasmo” dos concorrentes.
Segundo a fabricante, o isolamento acústico do habitáculo foi reforçado. Não parece. A aspereza e os ruídos metálicos irritantes dos motores tricilíndricos invadem a cabine. A engenharia da Ford destacou o uso de eixo de balanceamento com mancais hidrodinâmicos, que funciona como uma espécie de contrapeso para reduzir as vibrações do motor e o atrito interno – inerentes a um propulsor com número ímpar de cilindros.
Um alento: a direção é agradável, progride bem conforme a velocidade, e o SUV está mais confiável que suas últimas gerações. Não dá para entrar forte em algumas curvas (a inclinação da carroceria ainda é considerável). Mas sua dirigibilidade, de fato, melhorou. Outras vantagens: boa ergonomia e conforto presentes no interior.
A suspensão absorve melhor as imperfeições do solo que o “último” EcoSport – um avanço. O assento do condutor conta com regulagem de altura, bem como a coluna de direção, que também dispõe de ajustes. O espaço interno é interessante, de acordo com o que temos na seara dos utilitários esportivos compactos. Em termos de acabamento falta um pouco de esmero pelo valor cobrado pela versão.
As peças, contudo, são bem encaixadas e não são encontradas rebarbas. Destaque também para ar-condicionado digital – que não tem opção de duas zonas – painel de instrumentos com tela de 4,2” e Sync 3. A central multimídia, com tela sensível ao toque de 8”, complementa o visual do painel com muito bom gosto. Funciona como um tablet. Quando está afim. Na unidade testada, o sistema congelou em algumas oportunidades.
Os maiores transtornos ocorreram quando o Apple CarPlay estava sendo utilizado. Há também duas entradas USB com amperagem maior, capazes de carregar celulares (e outros equipamentos) mais rapidamente.
O consumo recebeu nota A do programa de classificação que segue os parâmetros do Inmetro. São 7,1 km/l (etanol) e 10,4 km/l (gasolina) em ciclo urbano e 8,9 km/l (E) e 12,8 km/l (G) em ciclo rodoviário. Em nossas aferições, em circuito misto, o EcoSport teve média de 8,7 km/l quando abastecido com etanol. Na gasolina o número subiu para 11 km/l.
As principais mudanças estéticas foram na dianteira. Os faróis ficaram mais curtos e largos. A grade frontal foi elevada e recebeu filetes cromados. Já na traseira as alterações são quase imperceptíveis, com para-choques maiores que o do “antigo” EcoSport.
É bom frisar: o defectível estepe na tampa do porta-malas, como citado no primeiro parágrafo, segue lá. No veículo testado já havia, inclusive, perdido um parafuso. De acordo com a Ford, durante as clínicas feitas antes do lançamento do produto, donos do SUV compacto gostam deste elemento. Mais: o projeto não permite com que o estepe vá “lá para dentro”. O porta-malas é pequeno para a categoria. Apenas 356 litros.
O repórter não é lá muito fã de SUVs. Deu para notar. Também não gosta de refrigerante de cola. Isso quer dizer que todos deveriam ter aversão aos refrigerantes de cola? Claro que não. O mesmo se aplica aos utilitários esportivos compactos. Estes podem ser tão empolgantes quanto horas de espera numa fila de banco, mas, no fim das contas, resolvem os pepinos de quem os compra.
Apesar dos pesares, o Ford EcoSport Freestyle é uma fila de banco que se move rapidamente. É uma fila preferencial. Um caixa rápido de até 15 volumes, no supermercado, às 18h.
A versão Freestyle conta, além dos itens citados, com sete airbags; controles de tração e estabilidade, controle de velocidade de cruzeiro, luzes de LED, rodas de liga aro 16” e bancos revestidos em couro e tecido.
Ficha técnica | Ford EcoSport Freestyle 1.5 |
---|---|
Motor | 1.5 flex, dianteiro, transversal, tricilíndrico, aspirado |
Potência | 130 cv (gasolina); 137 cv (etanol) |
Torque | 16,2 kgfm (E); 15,6 kgfm (G) |
Transmissão | automática de seis velocidades, tração dianteira |
Suspensão | McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
Freios | disco ventilados na dianteira e tambor na traseira |
Direção | assistida eletricamente |
Dimensões | 4,27 m de comprimento, 1,69 m de altura, 2,52 m de distância entre-eixos, 2,52 m, 2,07 m de largura |
Peso | 1.359 kg |
Tanque de gasolina | 52 litros |
Porta-malas | 356 litros |
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comprei uma ecosportfrestly 2020 dia 24/04/2019 sai da loja sem aplicativo de instalado até agora nao esta funcionando os aplicativo o consecionaria diz que é problema da ford que até agora nao foi resolvido.