Fuel cell e os diferentes caminhos da eletrificação limpa
Não existe uma receita única para a eletrificação da mobilidade, a indústria deve buscar diferentes soluções que utilizam recursos de cada região
Não existe uma receita única para a eletrificação da mobilidade, a indústria deve buscar diferentes soluções que utilizam recursos de cada região
O que está hoje na berlinda é o carro elétrico, pois teoricamente resolveria um dos mais críticos problemas do mundo, o do controle ambiental. Mas não é por aí pois, na prática, em vários países ele só muda o ponto de poluição do centro humano para o campo, pois é recarregado com energia elétrica gerada por usinas a diesel ou carvão.
São muitas as alternativas energéticas para reduzir a poluição provocada pelos automóveis. Mas e os veículos pesados? Eu sempre pensei na dificuldade em limpar ônibus e caminhões, pois o etanol não se presta definitivamente para substituir o diesel.
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Então a solução se restringiria aos elétricos? Christopher Podgorski, presidente da Scania para o Brasil e América Latina, em uma entrevista para Fred Carvalho da revista Transporte Moderno, explica a guinada de 180º nos projetos da empresa, todos voltados para descarbonização.
Em uma recente feira alemã de veículos comerciais nenhum dos caminhões da Scania tinha motor a diesel, mas somente híbridos, elétricos, fuel cell, biometânio, ou diesel renovável.
E nada de protótipo, todos reais, prontos para serem comercializados. Podgorski afirmou ainda que “dentro de 10 anos vamos reduzir 50% da pegada de carbono na nossa fábrica no Brasil. E até em 2025 em 20% as emissões da frota circulante Scania.”
Solução, segundo ele, baseada em três pilares. Primeiro, aumentando a eficiência energética do conjunto propulsor em 20% em uma primeira etapa, 8% em uma segunda.
Segundo pilar, da conectividade que permite atuar diretamente quando se detecta uma pane no caminhão, na estrada. Uma central de monitoramento percebe o problema, entra em contato com o motorista e indica qual concessionária ele deve procurar e ela já está avisada aguardando o caminhão com as peças necessárias para o reparo.
Terceiro pilar se apoia nas fontes alternativas para tracionar o caminhão, o motor, como o fuel cell ou bateria, ou o próprio motor a combustão interna sem usar derivados do petróleo, como o diesel verde ou o HVO, óleo vegetal hidrotratado.
Podgorski é assertivo ao dizer que a Scania tomou uma decisão arrojada. E foi a única a fazê-lo. “Muita gente”, diz ele “até questionou, pois tínhamos desenvolvido a geração mais avançada de motores a combustão interna da história.”
E foi também claro ao afirmar que não existe uma “bala de prata.” Não existe só a eletrificação. O futuro não será só elétrico, ele será eclético. E o que vale para caminhão vale para qualquer outro veículo.
Que o ecletismo, ou seja, as múltiplas soluções será principalmente geolocalizado. Que que é isso? Cada país ou região definirá a solução mais adequada ao problema, desenvolvendo o projeto mais indicado de acordo com seus potenciais energéticos.
No Brasil só tem uma certeza. Com os inúmeros problemas para implantar o elétrico, os derivados do petróleo ainda prevalecerão por décadas.
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