GM dispensa 600 funcionários e explica por quê

Responsável pela produção do carro mais vendido do Brasil há seis anos afirma que faltam peças para montagem de automóveis

imagem da fabrica da gm chevrolet em sao jose dos campos sao paulo brasil
O Complexo Industrial da General Motors do Brasil em São José dos Campos foi inaugurado em 10 de março de 1959 (Foto: General Motors | Divulgação)
Por AutoPapo
Publicado em 02/03/2021 às 11h11

A General Motors (GM) anunciou a suspensão temporária de contrato (layoff) para 600 trabalhadores da planta de São José dos Campos (SP). A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos.

De acordo com a entidade, a GM justifica a dispensa pela falta de peças para produção. A suspensão inicialmente vai durar de 8 de março a 2 de maio.

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Apesar do layoff, as vendas dos modelos Chevrolet – em especial Onix e Onix Plus – continuam aquecidas em 2021.

Nesta terça-feira, 02, será realizada uma assembleia para que a empresa apresente a proposta de dispensa para os funcionários. Uma outra discussão entre o sindicato e a GM deve acontecer na quarta-feira, 03, às 9h.

Ainda segundo o sindicato, 368 trabalhadores da fábrica já se encontram em layoff. O grupo tem previsão de retorno para 8 de abril. A GM tem 3,5 mil empregados na planta de São José dos Campos e produz lá a picape S10.

Em nota ao G1, a GM informou que trabalha para minimizar impactos logísticos causados pela pandemia. Veja o comunicado na íntegra:

A cadeia de suprimentos da indústria automotiva na América do Sul tem sido impactada pelas paradas de produção durante a pandemia e pela recuperação do mercado mais rápida que o esperado. Isso tem o potencial de afetar de forma temporária e parcial nosso cronograma de produção. Estamos neste momento trabalhando com fornecedores e sindicato para mitigar os impactos gerados por esta situação.

GM pode deixar o Brasil?

No início de 2019, a GM ameaçou deixar o Brasil. Mas, para os especialistas, comunicados enviados aos funcionários não passaram de um blefe.

No texto divulgado para a imprensa, Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, reproduziu matéria publicada pelo jornal Detroit News. A reportagem afirma que, ao expor o balanço financeiro de 2018 aos acionistas, a presidente mundial da companhia, Mary Barra, deu sinais de que está considerando sair da América do Sul.

“Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”, disse a executiva. Segundo ela, os maiores mercados sul-americanos continuam sendo desafiadores. E “partes interessadas” na região trabalham com a empresa para tomar ações necessárias para melhorar o negócio. “Ou considerar outras opções.”

Apesar disso, a GM descongelou R$ 10 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos para novos produtos.

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