Quando o Godzilla, de brinquedo, me tirou da pista literalmente

Para abrilhantar seu estande no Salão do Automóvel de 2016, a Nissan levou o conceito VGT 2020 e uma cabine com Gran Turismo 6

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GT-R foi uma das sensações do salão do automóvel de 2016 (Fotos: Marcelo Jabulas | AutoPapo)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 04/06/2023 às 13h03
Atualizado em 28/06/2023 às 15h45

No Salão do Automóvel de 2016, a Nissan levou o GT-R para ser exibido. Junto do supercarro estava um cockipt com volante, pedaleira para a galera poder acelerar o Godzilla em “Gran Turismo 6”, no PlayStation 3.

A Nissan e Polyphony Digital são parceiras de longa data. No estande estava o conceito VGT2020, que foi um GT-R futurista criado para o projeto Vison Gran Turismo. Daí, toda aquela badalação com o jogo e com os carros.

A ideia era fazer com que o melhor tempo ganhasse o direito de andar no carro de verdade. Como estava na cobertura, antes da abertura para o público em geral, não tínhamos direito à disputa. Mas um colega disse: “Vai lá, Jabulas! Você não é bom de videogame?”

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O assessor disse que se eu fizesse um tempo exemplar, eu poderia andar no GT-R de verdade. Diante dos olhos dos presentes, eu não poderia refugar. Estufei o peito e disse: “Moleza!”

E lá fui eu, cheio de confiança e orgulho. Me posicionei ao volante do jogo. Aquele volante oficial para o PlayStation era demais. Um rapaz da equipe da Nissan, responsável pelo brinquedo, me direcionou para a pista e o desafio correto.

Agora era eu e o GT-R de mentirinha, enquanto o Godzilla de verdade me olhava com aqueles faróis que pareciam ter sido tirados da ficção. Novamente pensei: “Moleza!”

nissan vgt 2020 vermelho frente e lateral no salao de sp 2016
Criado para “Gran Turismo”, versão em escala 1:1 do VGT2020 atraia as atenções do estande da Nissan

Mas quem curte jogos de corrida sabe muito bem que existe um abismo de diferença entre jogar com um joystick e jogar com um volante. A resposta do volante é muito mais sensível, assim como a dos pedais. Leva um tempinho para se adaptar e ali não era espaço para aprendizagem.

E como nunca obtive autorização de quem manda lá em casa para montar um cockpit no meio sala, sempre me contentei com o joystick. E estava bom demais.

Para começar acelerei demais, o carro destracionou, fui concertar e perdi a direção. “Ihhhhh!”, as testemunhas chiaram.

O moço da Nissan, que anotava os tempos, fez aquela mexida de sobrancelha e meu colega na hora mandou: “Uai? Mas você não é o bom?”.

Generoso, o moço deixou eu reiniciar. Larguei comedido, veio a primeira curva e… o carro saiu, rodou. Uma lambança.

O assessor voltou e perguntou: “E aí Jabulas, como foi?” Não tive tempo de responder. Um colega atravessou a resposta: “foi a cena mais desconcertante que já presenciamos”.

Saí humilhado e não dirigi o GT-R. Pois uma coisa é certa: o Godzilla é impiedoso até no videogame.

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