Lançado há 30 anos, o Volkswagen Gol GTI 2.0 16V era um carro superativo em todos os sentidos principalmente no preço
Lançado em 1995, já como modelo 1996, o Gol GTi 2.0 16V deixou o mercado boquiaberto com os seus 141 cv de potência. Sua mecânica era absolutamente inédita e o conjunto motor/ transmissão vinha importado da Alemanha, derivado dos seus irmãos mais chiques da Audi. Esse fato em si trazia um charme todo especial para o modelo esportivo que, no geral, era posicionado como carro de entrada. Um Gol popular com mecânica Audi importada. Um luxo!
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Mas claro que todo esse glamour era cobrado do consumidor. Na época do seu lançamento, a versão básica do Gol GTi 2.0 16V custava ao redor dos R$36 mil. Só para que se tenha uma ideia, um Citroën ZX 16V, equipado com um motor 2.0 de 168 cv, era vendido com todos os equipamentos por cerca de R$30 mil. E olha que o carro francês vinha de série com bancos de couro e até teto solar elétrico, sem contar que vinha diretamente da Europa.
O Gol GTI 16V tinha sobre si uma aura de carro especial de altíssima performance. Fato verídico que fazia com que o consumidor de outras marcas sonhasse com um. Em sua mecânica especialíssima, tinha bloco e cabeçote do motor desenvolvido pela Audi: mais alto, o bloco possuía bielas longas para tornar seu funcionamento mais suave, principalmente nas médias e altas rotações. No cabeçote totalmente fundido em alumínio, dois comandos controlavam duas válvulas de admissão de um lado e as duas de escape do outro. Um ciclo virtuoso que favorecia o alto desempenho do Gol esportivo.
Assim configurado pela Audi, esse motor era capaz de produzir 141 cv de potência com um torque máximo que beirava os 18 kgfm. Com relação ao motor 2.0 de 8 válvulas utilizado pelo Gol esportivo até então, esse novo era mais alto e largo. Essa particularidade construtiva fez com que os técnicos e designers tomassem uma decisão inédita para o recém-lançado Gol GTI 16V: foi necessária a criação de uma espécie de scoop, ou “bolha” no capô, para que o novo motor coubesse no cofre do hatch. Essa particularidade de estilo passou a ser uma característica para o Gol de alta performance.
Para quem pensa que a mecânica do GTI limitava-se a um motor 2.0 de 16 válvulas, um engano. Seu câmbio manual de cinco marchas era bem mais robusto e adequado ao torque e potência do novo motor. Na transmissão, não era apenas o câmbio reforçado, mas também os semieixos e as juntas homocinéticas maiores e mais resistentes do que aquelas utilizadas pelo restante da linha. Vinha tudo prontinho da Alemanha. Até as torres utilizadas no monobloco da carroceria eram reforçadas nos moldes Audi.
Mesmo sendo um supercarro, o novo Gol GTi 2.0 16V não ficou muito tempo entre nós: em 2000 já cedia espaço para a nova carroceria G3, que durante algum tempo, ainda foi vendida com essa mecânica exclusiva importada.
Fica fácil entender porque os Gol GTi 2.0 16V foram vendidos numa escala tão reduzida. Seu preço era proibitivo! Claro que isso não tira os seus méritos técnicos, pois o veículo agradava a todo aquele que apreciava esportividade em um carro. Há quem acredite que o objetivo da VW era o de impressionar o comprador normal do Gol em versões populares, que entrava na concessionária da marca para namorar o esportivo GTi, e no final acabava levando o que seu dinheiro podia pagar.
O fato é que a Volkswagen vendeu pouquíssimos Gol 2.0 16V, mas na época fez muito alarde com o esportivo. Histórias de nossa indústria automotiva…
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