Guiamos o Fiat Fastback T200 Hybrid

Primeiro produto do projeto Bio-Hybrid, Fiat Fastback T200 Hybrid e Pulse ganham sistema híbrido leve que promete consumo de gasolina usando etanol

Fiat Fastback Impetus Hybrid 2025 azul amalfi frente em movimento (2)
Fastback T200 Hybrid combina motor turbo com unidade BSG que substitui o antigo alternador (Fotos: Fiat | Divulgação)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 11/11/2024 às 11h00

A Fiat acaba de lançar a dupla Pulse e Fastback T200 Hybrid, com preços que partem de R$ 125.990. Tratam-se dos primeiros produtos eletrificados com fabricação nacional da Stellantis. E fomos conferir o que esses carros trazem de tão inovador.

Mas antes, vamos explicar algumas questões. Afinal, o que é um carro híbrido? O carro eletrificado é aquele que combina motor a combustão com uma unidade elétrica.

VEJA TAMBÉM:

No mercado há diferentes modelos que atendem como híbridos. O primeiro deles é o híbrido leve, que é o caso da dupla Pulse e Fastback T200 Hybrid. Trata-se da solução mais barata e simples disponível pela indústria.

Fiat Pulse Impetus Hybrid 2025 Azul Amalfi frente em movimento (4)
Fiat Pulse T200 Hybrid chega como modelo híbrido leve mais barato do mercado, com preço sugerido de R$ 125.990

Claro que também é a que oferece resultados mais modestos. O híbrido leve não permite rodar apenas na eletricidade. Por outro lado, é muito mais barato.

Custo da tecnologia híbrida leve T200 Hybrid

No caso do T200 Hybrid, seu custo é 10 vezes menor que o “segundo estágio”, o híbrido pleno. É uma solução capaz de entregar maior eficiência energética. Ou seja, menor consumo e menores emissões de CO2 na atmosfera.

Na prática, esse motorzinho elétrico substitui o antigo alternador. Ele é montado no mesmo lugar da peça antiga e utiliza a correia de serviço para enviar sua força que auxilia o eixo virabrequim a tracionar as rodas.

Fiat Pulse Impetus Hybrid 2025 Azul Amalfi detalhe emblema
Tecnologia T200 Hybrid é o primeiro estágio do plano de eletrificação local da Stellantis

O motorzinho também elimina o antigo sistema de arranque. Assim, partida, carga da bateria e torque auxiliar é feito pelo mesmo agregado. No caso do sistema BSG, são 4 cv de potência. Não dá para deslocar o carro sozinho, mas alivia o esforço do motor a combustão.

Com corrente 12V, esse sistema é alimentado (e também alimenta) a bateria de lítio, instalada sob o banco do motorista, e a conhecida bateria de chumbo. Assim, é super alternador usa a carga das baterias e ao mesmo tempo as recarrega. O resultado dessa “dança dos cavalos” é uma promessa de economia entre 10 e 12%.

Híbrido pleno

bio hybrid stellantis expostas
As quatro soluções de eletrificação da Stellantis vão do híbrido leve ao 100% que estreará em 2030 (Foto: Stellantis | Divulgação)

Já a segunda opção de carro híbrido é aquela que utiliza motor a combustão acoplado a uma unidade elétrica, geralmente no volante do motor. Os dois motores atuam de forma conjunta ou independente.

Com baterias de maior potência, o motor elétrico pode assumir a tração em situações específicas, mantendo o motor a combustão desligado. Mas geralmente, eles trabalham de forma integrada, pois a autonomia na eletricidade é muito pequena.

Híbrido plug-in

jeep compass 4xe 25
Jeep Compass 4xe foi primeiro plug-in do grupo oferecido no Brasil, mas peca pelo preço astronômico (Foto: Jeep| Divulgação)

O terceiro passo da eletrificação é o híbrido plug-in. Essa solução é tida como a mais adequada da indústria. Isso porque ele permite rodar uma boa quilometragem apenas na eletricidade, já que utiliza baterias de grande capacidade e podem ser recarregadas em postos de recarga ou até mesmo na rede doméstica.

O senão é que o híbrido plug-in é uma tecnologia cara. Basta lembrar que o Compass 4xe chegou ao mercado com preço assustador de R$ 350 mil (hoje oferecido por R$ 347 mil). Ainda hoje essa versão é apenas uma figurante na linha do SUV, uma vez que sua derivação térmica parte de R$ 187 mil, uma diferença de R$ 160 mil. Outro problema é que quando a bateria descarrega, o motor a combustão passa a consumir mais, pois precisa carregar o peso extra do sistema elétrico. No caso do Compass 4xe, são 400 kg a mais.

Híbrido em Série

ram 1500 ramcharger tungsten 2025 cinza frente parada
2025 Ram 1500 Ramcharger Tungsten utiliza V6 apenas para gerar carga para as baterias que alimentam o motor elétrico (Foto: Ram | Divulgação)

Há também a tecnologia do híbrido que utiliza o motor a combustão apenas como gerador de carga para o motor elétrico que traciona as rodas. Trata-se de uma solução que já foi oferecida no Brasil como o BMW i3 e que é utilizado há muitos anos em locomotivas. A Stellantis oferece essa solução em na picape Ram Ramcharger, que utiliza um bloco V6 para abastecer o motor elétrico que manda torque para as rodas. Nos Estados Unidos, essa tecnologia classifica o carro como 100% elétrico.

Carro 100% elétrico

peugeot e2008 2025 azul frente lateral traseira motor movimento 3
Peugeot e-2008 GT é a derivação 100% elétrica do SUV do leão (Foto: Peugeot | Divulgação)

E por fim o carro 100% elétrico, como o Fiat 500e ou Peugeot e-2008 GT. São carros que utilizam baterias grandes para entregar autonomia maiores e são tracionados apenas pelo motor elétrico.

Escadinha eletrificada da Stellantis

Mas então qual o motivo de a Stellantis lançar o Pulse e o Fastback T200 Hybrid com a tecnologia mais simples do mercado e não a mais sofisticada?

Quem respondeu a essa pergunta foi o vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para América do Sul, João Irineu Medeiros. “Se optássemos pelo carro elétrico, venderíamos apenas 20 mil unidades por ano, e não 300 mil. E não conseguiríamos chegar aos nossos objetivos de descarbonização”, afirma.

Essa disparidade de números se dá pelo fato de que para fabricar um carro 100% elétrico, seria necessário importar praticamente todos os componentes, o que elevaria os preços a patamares inviáveis para o consumidor. No caso do T200 Hybrid, apenas a bateria 12V de lítio vem de fora.

“Precisamos lembrar que vivemos em um país que apenas 1% da população pode comprar um carro zero km ao ano. Além disso, forçar a montagem de um carro elétrico provocaria uma ruptura na cadeia de fornecedores. Precisamos fazer essa transição de forma gradual, não dá para fazermos isso da noite para o dia”, explica.

No entanto, o engenheiro aponta que com a tecnologia de motor híbrido leve é possível conseguir ganhos substanciais que são percebidos pelo consumidor. “Na prática significa que você pode abastecer o carro com etanol e ter o mesmo consumo como se estivesse abastecido com gasolina. Ou seja, você vai pagar menos para ter uma autonomia maior”, resume, Medeiros.

Além disso, é preciso considerar que o preço extra do conjunto híbrido leve foi de apenas R$ 2 mil.  Trata-se de um gasto irrisório quando comparamos a diferença de R$ 32 mil entre o Toyota Corolla básico somente a combustão e a versão de acesso híbrida plena. Quando colocamos no papel os R$ 160 mil que se paga a mais pelo Compass Plug-in, dá para entender perfeitamente a lógica da Stellantis.

Fastback e Pulse híbridos na prática

Depois da explicação técnica, levamos a dupla híbrida para as ruas. A Fiat nos colocou para rodar no trânsito intenso das manhãs de Campinas, no interior paulista.

E tinha uma razão para tal, pois é nessa condição caótica que o Fastback e Pulse T200 hybrid entregam o que promete. O módulo elétrico BSG atua de forma constante em condições de tráfego lento. A todo instante ele envia força para auxiliar o motor 1.0 turbo (que faz menos esforço e consequentemente consome menos combustível).

Fiat Fastback Impetus Hybrid 2025 interior painel de instrumentos digital fluxo de energia
Funcionamento do sistema híbrido leve do Fiat Fastback T200 Hybrid pode ser acompanhado no quadro de instrumentos

Um gráfico no quadro de instrumentos permite acompanhar a atividade do sistema. Ela mostra exatamente o momento que as baterias mandam cargas para o motor elétrico, e quando o sistema passa a recarregá-las.

Na prática, o motorista não irá notar ganho de performance, pois a cavalaria a mais do motor elétrico entra em ação quando o bloco térmico não entrega toda sua pujança. Mas tem um fator que é perceptível, a força do BSG ajuda a reduzir a falta de pressão do turbo em rotações muito baixas, naquele instante que falta ar para girar o rotor e deixa a turbina sem fôlego.

Versões e preços:

  • Pulse Audace T200 Hybrid: R$ 125.990
  • Pulse Impetus T200 Hybrid: R$ 140.990
  • Fastback Audace T200 Hybrid: R$ 151.990
  • Fastback Impetus T200 Hybrid: R$ 161.990
Newsletter
Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo.

👍  Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.

TikTok TikTok YouTube YouTube Facebook Facebook X X Instagram Instagram

Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:

Podcast - Ouviu na Rádio Podcast - Ouviu na Rádio AutoPapo Podcast AutoPapo Podcast
SOBRE
0 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Comentários com palavrões e ofensas não serão publicados. Se identificar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Avatar
Deixe um comentário