De um "trem-bala" que nunca partiu a um bonde conduzido na França: a história de um projeto ferroviário que nos leva de La Rochelle a New Orleans
No dia 15 de março de 2011, eu subi a bordo de um Citadis Tram, semelhante ao VLT que circula pelo Rio de Janeiro. A diferença é que meu embarque aconteceu em La Rochelle, no “campo de provas” da Alstom, uma das sedes da empresa na França. Eu estava lá para conhecer os planos da empresa para o que, no Brasil, conhecemos popularmente como “trem-bala”, que deveria estar aqui para a Copa do Mundo de 2014. Conduzi o bonde por cerca de 500 metros, o que me garantiu o diploma fornecido pela Alstom.
Ocorre que, durante a coletiva, ao responder a uma pergunta que eu fiz (a distância de São José do Rio é menor que 300 km), descobriu-se que, pelos planos do nosso governo, não haveria possibilidade de instalar o trem de alta velocidade aqui.
VEJA TAMBÉM:
Isso porque a ideia brasileira era que o trem saísse de São Paulo, passasse por Campinas, São José dos Campos e, só dali, seguisse em direção ao Rio de Janeiro. Não haveria condição técnica em razão da grande inclinação exigida para atender a esse trajeto. Por isso, a coletiva foi encerrada.
Bem, quem sabe um dia teremos por aqui o Avelia, que é o modelo da Alstom para seu trem de alta velocidade, conhecido no mercado norte-americano como Avelia Liberty. Existe também o Avelia Horizon, de dois andares, também de alta velocidade.
Além do bonde que circula pelo Rio de Janeiro e dos trens do Metrô de São Paulo, La Rochelle também é conhecida por ser um dos portos de onde saiu a primeira leva de imigrantes para o Mississippi, nos Estados Unidos, liderada por René-Robert Cavelier em 1684.
O grupo, no entanto, acabou se estabelecendo no Texas. Mas os franceses de La Rochelle foram para os Estados Unidos e tiveram grande participação na colonização da cidade de New Orleans (que se pronuncia como se escreve, e não como “New Orlins”, como muitos usam), fundada em 1718, ficando conhecida como capital da Louisiana Francesa, em homenagem ao rei Luís XIV.
Como era uma possessão francesa, foi comprada pelos Estados Unidos em 1803, durante o governo francês de Napoleão.
Apesar de o projeto nunca ter saído do papel, ainda existe no Brasil a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada em 2012 e que hoje está incorporada à Valec, outra estatal ferroviária, formando uma única empresa: a Infa S/A. Segundo informações da imprensa, são 76 funcionários.
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
![]() |
![]() |