Depois de dois fracassos, Peugeot conseguirá emplacar picape Landtrek?
Marca francesa já lançou outras caminhonetes no passado, mas não conseguiu se estabelecer no segmento: agora, empreende enorme esforço em nova tentativa
Marca francesa já lançou outras caminhonetes no passado, mas não conseguiu se estabelecer no segmento: agora, empreende enorme esforço em nova tentativa
A maior novidade que a Peugeot prepara para o mercado brasileiro em 2022 é a Landtrek. Prevista para chegar ao mercado no segundo semestre, ela será a primeira picape média da marca francesa. A pergunta que não quer calar é: será que o modelo fará sucesso? Afinal, o fabricante fracassou nas duas vezes outras em que tentou entrar nesse segmento no Brasil, com a 504 Pickup e com a Hoggar, respectivamente.
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A primeira tentativa ocorreu logo após a abertura do mercado nacional aos produtos importados. Em 1994, a Peugeot 504 Pickup começou a desembarcar no país. A caminhonete tinha ótima capacidade de carga: suportava nada menos que 1,3 tonelada. Além do mais, vinha com um motor a 2.3 a diesel de 70 cv de potência (número que parece pífio atualmente, mas que estava coerente com o padrão dos veículos utilitários da época).
Aliás, utilidade é palavra que melhor define a Peugeot 504 Pickup. Hoje em dia, muitos compradores utilizam caminhonetes como carros de passeio, mas, na década de 1990, o perfil do consumidor desse tipo de veículo era diferente: a maioria estava interessado no uso comercial. Nisso, o modelo agradou em cheio e logo ganhou fama de robustez. Além do mais, mesmo com cabine simples, podia acomodar três ocupantes.
O que acabou prejudicando a Peugeot 504 Pickup foi o pós-vendas falho, em uma época na qual a Peugeot ainda era somente importadora. Relatos de falta de peças e de mão-de-obra especializada tornaram-se comuns. Outro problema era o projeto ultrapassado: o sedan no qual a picape se baseava data de 1968! Em fim de carreira, a caminhonete acabou saindo de linha na Argentina em 1999, o que colocou fim às exportações ao Brasil.
Depois da 504 Pickup, a Peugeot voltou ter uma caminhonete na gama de produtos em 2010, quando lançou a Hoggar. Baseado no hatch 207, que por sua vez era apenas uma reestilização do 206, o modelo tinha como principal atrativo a caçamba de 1.151 litros de volume: o maior da categoria na época. Já a capacidade de carga, de 660 kg, estava na média da concorrência.
A Peugeot ofereceu a Hoggar com três versões de acabamento e duas opções de motorização, ambas flex: 1.4 de até 82 cv e 1.6 de até 113 cv. Porém, a picape teve vendas pífias, e a produção em Porto Real (RJ) foi encerrada precocemente, em 2012. Pesaram a má fama das gamas 206 e 207 no que diz respeito à robustez da suspensão (item essencial em veículos utilitários) e a ausência de uma variação com cabine estendida.
Com a Landtrek, a Peugeot voltará a ter uma picape após um hiato de 10 anos. E, ainda por cima, será a primeira de porte médio, para concorrer diretamente com Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger, Mitsubishi L200, Nissan Frontier e Volkswagen Amarok. Ela virá importada do Uruguai, beneficiando-se dos acordos fiscais estabelecidos pelo Mercosul.
Para tentar finalmente obter sucesso no segmento, a Peugeot realiza aperfeiçoamentos na Landtrek local. Para começar, a picape uruguaia será mais potente que as similares vendidas em outros países. Isso porque, segundo o site Autos Segredos, ela adotará o motor PSA DW10, um 2.0 turbodiesel que equipa veículos utilitários do grupo Stellantis na Europa: por lá, ele rende 181 cv e 40,8 kgfm, mas esses números podem crescer por aqui.
Outra exclusividade será a adoção de um câmbio automático Aisin, de seis marchas, associado a um sistema de tração 4×4 com reduzida. No exterior, atualmente, a Peugeot Landetrek vem com um motor 1.9 turbodiesel de 150 cv e 35,6 kgfm, acoplado a uma caixa manual. Há também um 2.4 turbo a gasolina, com 210 cv e 32,6 kgfm, que está descartado para o Brasil.
No mais, a Peugeot Landtrek manterá várias das qualidades do projeto original, como grande capacidade de carga (as versões estrangeiras transportam até 1.200 kg) e o interior sofisticado. O desenvolvimento local conta com profissionais da Fiat, que também integra o Grupo Stellantis e tem maior experiência com picapes. Será que, enfim, a marca francesa terá um produto de sucesso nessa categoria?
Como Peugeot e Citroën conseguiram começar a virar o jogo em 2021? Boris Feldman comenta em vídeo!
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A RECEITA do SUCESSO é simples dona Peugeot: 1)Vender preço um pouco abaixo da concorrência com a mesma qualidade + 2)Uma versão a diesel, pois se for só Flex… nem tentem… pickup tem quer a diesel, a Flex é só para os entusiastas. 3)Aumentem a cadeia de concessionárias pelo menos uma em cada capital… simples!
O 504 Pickup era um excelente utilitário, e tinha tudo pra tirar o sono dos concorrentes.
Mas infelizmente, como bem frisou a matéria, ele chegou numa epoca em que a Peugeot tinha acabado de desembarcar no Brasil, e ainda precisava fazer mercado e estabelecer uma rede confiável de pos venta.
Faltou aprenderem com isso, veio os 200, 300, 400 e repetiram esses mesmos erros que ainda se repetem na marca.
504 era talvez o único produto que a Peugeot trouxe para o Brasil que era robusto e confiável, mas ao contrário do que a marca mais me chamava atenção, não era bonita e até mesmo muito estranha ao se ver na rua, ainda lembro de quando vi a primeira vez, uma picape marrom e que passava sempre aqui na rua carregada até a tampa de recicláveis, nem acreditava ser um Peugeot mesmo e pesquisei será vinha de outro país, já que na minha rua tinha vizinhos que tinham uma picape Mazda com placa do Paraguai. Como a Stellantis está investindo em mudar a imagem da marca no Brasil, espero que venha um bom produto.
a 504 foi fracasso aonde, era muito boa, pena que pararam de vender, aguentava peso, a diesel, barata e duravel.
A 504 veio com tudo para não dá certo, era um modelo ultrapassado, sem pós venda adequado e só CS em 1994, época que o mercado se voltava para picapes médias com uso além de apenas trabalho, é um caso que se assemelha em muito com a Mahindra, veículo muito robusto, barato, econômico e durável, só que com rede de suporte limitada e com um design que não agradava.
A 504 e uma puta picape. Se talvez a outra tivesse as mesmas características mecânica faria sucesso. Agora com a gerência do grupo stallins talvez a Fiat os ensinam e orientem melhor.