Medida faz parte do realinhamento da marca japonesa diante da redução de demanda por carros elétricos, mas usará recursos para tornar gama mais segura
A Honda cortará US$ 20 bilhões em investimentos em carros elétricos. O motivo é simples: a demanda por EVs caiu drasticamente no mundo. Mas isso não significa que ela irá deixar de apostar em elétricos. Ainda serão aplicados US$ 48 bilhões na eletrificação de sua gama até 2031.
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Ela reajustou suas projeções que eram de chegar a 30% da produção eletrificada até 2030. Mesmo assim, pretende vender 2,2 milhões de carros com auxílio de propulsão elétrica (híbrido ou EV) na data estipulada. A meta de neutralização total da gama foi mantida para 2050.
De certo modo, o ajuste da Honda vai de encontro com que outros fabricantes têm feito ao redor do mundo. As metas originais eram bastante otimistas, para não dizer ufanistas. No entanto, entraves como infraestrutura de recarga, preço elevado, baixa autonomia desmotivaram o consumidor.
Assim, a Honda seguiu o que boa parte da indústria fez e esticou seus prazos. Ela percebeu que empurrar elétricos goela abaixo no mercado não surtiria efeito e a levaria a prejuízos como outras colegas europeias, que já anunciaram cortes de postos e fechamento de fábricas.
Assim, reduziu o avanço do percentual elétrico na gama e suspendeu projetos de abertura de novas linhas de montagem de carros 100% elétricos. No entanto, deixa claro que aplicará recursos em modelos híbridos. Até 2027 serão 13 novos produtos.
E o dinheiro que sobrou? O restante do dinheiro será destinado para desenvolvimento de tecnologias de segurança. Hoje, a Honda conta com o sistema Sensing que agrega várias funções de assistência à condução.
Com a realocação de recursos, ela pretende evoluir nos próximos níveis dos sistemas ADAS.
A marca anunciou que lançará a próxima geração de ADAS em 2027 no Japão. Eles estarão presentes nos veículos eletrificados da marca. Essa nova geração será lançada em seguida na China e Estados Unidos. Num terceiro momento distribuirá para os demais mercados.
Para o Brasil, a mudança de rumo na estratégia de eletrificação da marca não deverá gerar impactos. Por aqui a marca oferece o Civic e CR-V híbridos. Ela tem planos para eletrificar modelos nacionais como HR-V e no novo WR-V, nos próximos anos. No entanto, não há previsão de produzir elétricos tão cedo por aqui. Ou seja, para o lado de baixo do Equador, nada muda.
No frigir dos ovos, a Honda foi pragmática em ajustar sua rota de voo antes de passar pelo ponto de não retorno. Ela irá seguir com a eletrificação, mas de maneira gradual, sem um falso otimismo de que o mercado global seja capaz de virar a chave em cinco anos. Apostar em híbridos e tecnologias de assistência seguramente será melhor recebido pelo mercado.
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