Ford Ranger Raptor: como é andar na picape mais rápida do Brasil
A Raptor consegue ir tão rápido na terra quanto é no asfalto, colocamos toda essa engenha à prova na pista de testes da marca
A Raptor consegue ir tão rápido na terra quanto é no asfalto, colocamos toda essa engenha à prova na pista de testes da marca
A Ford Ranger estreou em 2023 elevando o nível das picapes médias no Brasil, oferecendo tecnologia e conforto não vistos no segmento. A marca poderia parar por aí, mas decidiu fechar o ano lançando a esportiva Raptor, com quase 400 cv e suspensão feita para off-road de alta velocidade.
Tivemos a oportunidade de ter um contato com essa versão extrema na pista de testes da Ford, em Tatuí (SP). Lá pudemos ver como a Ranger Raptor se comporta na terra e no asfalto, faltando apenas as impressões no dia a dia — mas logo teremos ela para um teste completo.
VEJA TAMBÉM:
Versão | Preço |
---|---|
XLS 2.0 Diesel 4×2 AT | R$ 234.990 |
XL 2.0 Diesel 4×4 MT | R$ 239.990 |
XLS 2.0 Diesel 4×4 AT | R$ 259.990 |
XLS 3.0 V6 Diesel 4WD AT | R$ 279.990 |
XLT 3.0 V6 Diesel 4WD AT | R$ 289.990 |
Limited 3.0 V6 Diesel 4WD AT | R$ 319.990 |
Limited 3.0 V6 Diesel 4WD AT + Kit Opcional | R$ 339.990 |
Raptor 3.0 V6 Bi-Turbo 4WD AT | R$ 448.600 |
Antes de ir para as impressões, é importante repassar o conjunto mecânico da Ford Ranger Raptor. Seu motor é um V6 3.0 biturbo à gasolina com 397 cv e 59,4 kgfm. O câmbio é automático de 10 marchas, com programação específica para uso esportivo e capaz de segurar as marchas no modo manual.
Sua tração 4×4 conta com reduzida e também traz o modo automático que vemos na versão V6 turbodiesel. Nesse modo o carro envia força para o eixo dianteiro conforme a necessidade e o modo de condução.
O chassi é praticamente novo, ele conta com reforços e um conjunto de suspensão diferente. Na dianteira segue sendo do tipo duplo A, porém com novos braços feitos em alumínio e curso longo. Na traseira o eixo rígido usa molas helicoidais e traz um paralelogramo de Watt para o controle lateral da carroceria.
O destaque fica por conta dos amortecedores feitos pela Fox Racing. Eles possuem reservatório externo e controle eletrônico para alterar a rigidez. O funcionamento é ativo, com o sistema alterando so parâmetros conforme interpreta os dados recebidos por cada roda.
Os pneus General Grabber com diâmetro total de 33 polegadas são feitos para dar máxima tração na terra. Mas isso não impede que a Ranger Raptor acelere de zero a 100 km/h em 5,8 segundos.
Comprovamos isso na pista de asfalto do campo de provas da Ford. Ao contrário das picapes com motor turbodiesel, o fôlego da Ranger Raptor não acaba acima de 100 km/h, ela segue acelerando com vigor até o limitador em 180 km/h.
É preciso ter cuidado para não se exceder nas curvas. As bitolas mais largas dão boa estabilidade, mas o limite dos pneus chegam mais cedo que o do chassi. Por ter latarias mais macias, ele avisa cedo e com clareza que está perto do limite.
Um detalhe curioso na ficha técnica da Ford Ranger Raptor é seu consumo. Segundo o padrão do Inmetro, ela faz 8,3 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada. São números próximos aos da Ram Rampage 2.0 turbo Hurricane.
Sabemos que na prática o consumo será diferente, principalmente o urbano. Porém a Raptor traz um generoso tanque de gasolina com 82 litros de capacidade, as paradas no posto não serão tão frequentes como são na médio-compacta nacional.
Todo esse conjunto mecânico foi projetado tendo como inspiração a corrida Baja 1000. É uma competição de longa duração realizada na região da Baja California, no México. O percurso é de alta velocidade na areia e na terra, com vários saltos e ondulações pelo caminho.
O curso longo da suspensão da Ranger Raptor serve para manter as rodas em contato nessas condições. Ela também serve para absorver os impactos dos saltos.
No percurso fora de estrada planejado pela Ford pudemos comprovar isso. Ela consegue manter 100 km/h em pisos soltos e ondulados com conforto superior ao de muitos carros no asfalto.
Os modos de condução fazem seu papel de evitar que as rodas patinem. Ou que patinem apenas o necessário.
No final do seletor de terrenos está o modo Baja, que libera toda a potência, deixa o escape mais barulhento e deixa os assistentes eletrônicos desligados. Quem demonstrou isso foi Luís Gozzani, engenheiro da Ford.
Ele levou a Ranger Raptor ao limite enquanto este humilde repórter era chacoalhado no banco do passageiro. A picape andou de lado jogando cascalho para cima, demonstrando o controle direcional bem acertado.
No final foi realizado um grande salto, cujo pouso foi mais suave que o esperado. Os bancos trazem uma dose extra de amortecimento pensado nisso, complementando o trabalho da suspensão.
O preço da Ford Ranger Raptor é alto, ficando perto de uma F-150. Essa experiência mostrou onde o dinheiro foi empregado, toda a engenharia de chassi demonstra uma preparação que muitos consumidores nem chegarão perto de atingir os limites. A garantia de cinco anos é a mesma do resto da linha Ranger.
Segundo a Ford, a Ranger Raptor não quer fisgar apenas os picapeiros. Em seu público alvo estão os donos de esportivos que gostam de usar o veículo diariamente. A picape acelera como um e passa em buracos, quebra-molas e valetas com indiferença. Será que o fim do Chevrolet Camaro vai colocar essa picape no papel de rival do Mustang?
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |