Novas rodadas de investimentos chamam atenção até no exterior
Fabricantes parecem ter iniciado uma gincana de quem investirá mais dinheiro no Brasil nos próximos anos com cifras bilionárias
Fabricantes parecem ter iniciado uma gincana de quem investirá mais dinheiro no Brasil nos próximos anos com cifras bilionárias
Os anúncios sucessivos de investimento da indústria automobilística começaram desde o ano passado quando a Renault anunciou R$ 2 bilhões para ampliação de sua plataforma modular RGMP e um total de R$ 5,1 bilhões até 2027. Em seguida a GM foi a Brasília, em janeiro deste ano, onde comunicou R$ 7 bilhões até 2028. A VW respondeu em fevereiro ao ampliar o total a investir para R$ 16 bilhões até 2028.
Já no início da primeira semana cheia de março a Toyota revelou que separou R$ 11 bilhões até 2030 para ampliar a fábrica de Sorocaba (SP) e lançar novos produtos, a começar pelo Yaris Cross conforme se comenta amplamente, embora a marca nada tenha adiantado. Certa igualmente a produção de híbridos com motor flex no Brasil, na sua fábrica sorocabana com motores vindos de Porto Feliz (SP).
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Até o final de 2026 a marca japonesa fechará as instalações industriais em Indaiatuba (SP), inauguradas em 1998, seguindo os mesmos passos da Honda que transferiu a produção de veículos de Sumaré para Itirapina, ambas no Estado de São Paulo. A Toyota poderá produzir uma picape intermediária em Sorocaba, segundo o sindicato dos metalúrgicos local, mas a marca japonesa desconversou. O Corolla sedã, único produto em Indaiatuba, irá também para Sorocaba.
O peso maior, no entanto, coube à Stellantis: serão nada menos de R$ 30 bilhões entre 2024 e 2030. Carlos Tavares, executivo português que conduz o conglomerado multinacional de 100 modelos de 14 marcas, veio ao Brasil anunciar pessoalmente. No total serão 40 lançamentos em quatro plataformas com motores a combustão, híbridos e pelo menos um elétrico. Estarão distribuídos entre os três complexos fabris do grupo em Betim (MG), Porto Real (RJ) e Goiana (PE).
Já no segundo semestre deste ano o grupo terá seu primeiro modelo híbrido flex, certamente da marca Fiat, com aplicação de uma bateria de 48 volts apenas como assistência básica ao motor a combustão. Continua nos planos um produto 100% a etanol (motor já completamente desenvolvido).
O primeiro modelo elétrico da Stellantis será lançado na segunda metade desta década. Assim as marcas chinesas BYD e GWM não serão as únicas a fabricar elétricos no País. O que se desconhece ainda é o esquema de produção de baterias.
Hyundai também informou R$ 5,4 bilhões até 2032 e a Caoa, R$ 4,5 bilhões até 2028. As duas empresas vão trabalhar em estreita colaboração, inclusive industrial, para melhor aproveitamento da fábrica do grupo brasileiro em Anápolis (GO).
O total de R$ 95 bilhões (US$ 19 bilhões) nos próximos sete anos levou a Automotive News, um dos maiores conglomerados mundiais de mídia especializada, a destacar no seu noticiário diário o significado desses investimentos por parte de tantos fabricantes.
Depois do novo acordo Hyundai-Caoa, a fabricante sul-coreana abriu o jogo e revelou seu cronograma de lançamentos. Foco inicial será nos importados pela própria Hyundai em colaboração estreita com o grupo brasileiro. A oferta estará alinhada à demanda, o que antes não acontecia.
No segundo semestre chegará o Ioniq 5 aguardado pela boa aceitação demonstrada no exterior. Trata-se de um hatch médio elétrico de dimensões superiores (entre-eixos de três metros) ao Dolphin e com estilo elogiado pela imprensa internacional.
Outro modelo importado será o Palisade um SUV de oito lugares, configuração 2+3+3 ainda em 2024. Já para o próximo ano, o Palisade terá opção híbrida. Ainda em 2024, a Hyundai define qual será o terceiro modelo importado entre os SUVs Santa Fe de sete lugares ou Kona híbrido ou elétrico.
A fabricante, no entanto, planeja importar o máximo possível, dependendo apenas de pesquisas de mercado, incluindo toda a sua gama: os sedãs Elantra, Sonata e Azera; e o SUV Tucson.
Para 2025 estreiam o Palisade híbrido e a muito aguardada quarta geração do Tucson, modelo ícone da marca. Já adiantei na coluna que a picape Santa Cruz, produzida nos EUA, não será importada e nem fabricada em Anápolis. Tratativas para uso de instalações goianas da Caoa pela Hyundai para novos modelos ainda estão em discussão, sem prazo para conclusão.
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